Vereadores repercutem fala do vice-prefeito que atribui a falta de manutenção das vias à crise financeira, mas desconhece motivo dessa crise
Por Renan Marcel, Leiagora
Vereadores de oposição à gestão Emanuel Pinheiro (MDB) não esconderam a perplexidade ao comentar declarações feitas pelo vice-prefeito de Cuiabá, José Roberto Stopa (PV), a respeito dos buracos que dominam as vias da capital. Também secretário de Obras, Stopa é o responsável por comandar os trabalhos de recapeamento das ruas e há alguns meses vem prometendo operação tapa-buracos, inclusive com massa asfáltica que poderá ser aplicada no período das chuvas.
Contudo, em entrevista ao programa Notícia de Frente, da Vila Real, ele afirmou que a falta de manutenção está ligada à crise financeira na prefeitura, mas, mesmo estando há dois mandatos no poder, não soube dizer a quê se deve tal crise.
“Eu acho que essa é uma grande indagação [por que falta dinheiro para tapar os buracos?] não só dos vereadores da oposição, mas de toda a população. Toda a população quer saber ‘onde foi parar o dinheiro da prefeitura quando a gente roda essa cidade e tem buraco para todo lado?’ Agora, o que me espanta é saber que nem o vice-prefeito, secretário da pasta, não sabem responder esta pergunta. Se o vice-prefeito que está mais intimamente ligado à gestão, pré-candidato a ser prefeito da cidade, senhores, que gestão é esta? Ai a gente entende porque o prefeito sempre foge desse assunto e porque os nossos requerimentos não são respondidos”, disse a vereadora Michelly Alencar (União Brasil).
Vice-líder do governo, Luis Cláudio, que é vereador pelo Progressistas, disse que Stopa terá que se explicar à imprensa. Contou que teve uma conversa com o vice-prefeito e foi informado sobre o processo licitatório do mecanismo que vai permitir o recapeamento das ruas durante o período chuvoso. “Realmente, agora não entendo”, completa.
O vereador, contudo, pondera que as dificuldades financeiras atingem diversas prefeituras em Mato Grosso, com administrações solicitando emendas parlamentares até para honrar a folha de pagamento.