NATUREZA NA VEIA

Da árvore ao tacho: a tradição da goiabada cascão na sua mesa

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Algumas cidades do Brasil se destacam na produção da famosa goiabada cascão, um doce tradicional e muito apreciado. Entre elas, São Bartolomeu, em Minas Gerais, localizada a apenas 21,4 km de Ouro Preto, é um dos principais polos dessa iguaria. Os pés de goiaba são nativos da região, muitos deles semeados naturalmente por pássaros, vacas e outros animais silvestres, como os saguis e até mesmo o desajeitado tucano.

Atualmente, São Bartolomeu conta com cerca de 25 fabricantes que produzem e comercializam a goiabada cascão, além de outros doces típicos, como doce de leite, doce de casca de laranja e limão, doce de mamão – tanto em compota quanto no tradicional mamão enroladinho –, queijadinha e a famosa “cachorrada”.

Na realidade, não há grandes segredos na produção desse doce. O primeiro passo é colher goiabas de pés nativos, que possuem um sabor mais acentuado. Após a colheita, as frutas devem ser bem lavadas, higienizadas e selecionadas, descartando partes machucadas e removendo as sementes.

O preparo acontece em tachos de cobre, onde a polpa é cozida lentamente com açúcar, sem adição de conservantes. O tempo de cozimento varia entre três e quatro horas, dependendo da quantidade da massa. Um detalhe importante no processo é que, depois de um tempo no fogo, a polpa separada das sementes é adicionada ao doce já em estágio avançado de cozimento, garantindo a textura característica da goiabada cascão.

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O ponto certo para retirar o doce do fogo é quando ele começa a desgrudar do fundo da panela. Um truque infalível para confirmar o momento ideal é colocar um pano limpo sobre a massa quente ainda no tacho: se o doce não grudar no pano, significa que está pronto.

Após o cozimento, a massa é despejada em caixas quadriculadas forradas com plástico. O doce precisa descansar por um período de sete a dez dias para adquirir a consistência perfeita antes de ser cortado em barras, embalado e comercializado.

A tradição da goiabada cascão está presente em diversas cidades brasileiras, com destaque para Minas Gerais e Goiás. Em Minas, além de São Bartolomeu e Ouro Preto, cidades como Ponte Nova, Conselheiro Pena, Prata, Teófilo Otoni, Nova Porteirinha, Barbacena, Capitão Enéias, Machado, Cambuí e Paraopeba também se dedicam à produção desse doce.

Já em Goiás, municípios como Aparecida de Goiânia, Anápolis, Águas Lindas de Goiás, Trindade, Valparaíso, Rio Verde, Jataí, Planaltina, Caldas Novas, Santo Antônio do Descoberto e Mineiros mantêm forte tradição na fabricação da goiabada cascão.

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Embora Minas Gerais e Goiás sejam os maiores polos da goiabada cascão atualmente, acredita-se que a história desse doce tenha começado no estado de São Paulo, consolidando-se ao longo do tempo como um dos mais consumidos na rica culinária brasileira.

Além de ser a base de um dos doces mais apreciados do Brasil, a goiaba é uma fruta extremamente nutritiva. Rica em vitaminas A, C, B1, B2 e B3, além de minerais como fósforo, cálcio, potássio, magnésio, ferro e manganês, ela oferece inúmeros benefícios à saúde.

Entre suas propriedades, a goiaba auxilia na digestão, regula o trânsito intestinal, fortalece o sistema imunológico, combate inflamações, auxilia no controle do diabetes e da pressão arterial, além de ter ação antioxidante e contribuir para a prevenção de diversos tipos de câncer.

Com tantos benefícios e um sabor inconfundível, a goiabada cascão continua sendo um dos doces mais queridos do Brasil, mantendo viva a tradição das cidades que se dedicam à sua produção.

 

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