O presidente francês, Emmanuel Macron, sai do primeiro turno da eleição legislativa deste domingo (12) sem garantia de poder dirigir o país nos próximos cinco anos com uma maioria absoluta na Assembleia Nacional, condição para conseguir implementar seu programa de governo.
O pleito, marcado pelos bons resultados da aliança de esquerda e por uma boa performance da extrema direita, obriga o chefe de Estado a esperar até o segundo turno, no próximo domingo, para saber qual margem de manobra terá durante seu mandato.
O primeiro susto do “Juntos!”, coalizão criada pelos aliados do chefe de Estado, foi o número de votos conquistados pelo NUPES, grupo formado por boa parte dos partidos de esquerda do país.
A aliança, encabeçada pelo chefe da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, conseguiu entre 25% e 26,2% dos votos, contra de 25% a 25,8% para o grupo de Macron, segundo os primeiros resultados. Para Mélenchon, “o partido presidencial está derrotado”.
Em seguida, a legenda de extrema direita Reunião Nacional, de Marine Le Pen, reuniu quase 20% dos votos. Com o resultado, o partido de Le Pen, que tradicionalmente sai prejudicado nas eleições legislativas em razão do sistema majoritário, poderá ultrapassar 15 deputados na Assembleia, algo que não acontecia desde 1986 e que representa uma progressão de 13,2% com relação a 2017.
A candidata, que foi derrotada no segundo turno da eleição presidencial, mas obteve 55% na disputa como deputada neste domingo, convocou seus apoiadores a se mobilizarem para “enviar um grupo importante de deputados patriotas na nova Assembleia Nacional”.
Essa primeira etapa das legislativas confirma uma recomposição do tabuleiro político francês. Segundo as projeções, a aliança de Macron, que precisa obter no mínimo 289 cadeiras, pode terminar com um saldo entre 255 e, no máximo, 310 deputados.
Fonte: G1