Lei de autoria do deputado proíbe mudanças de nomes de prédios públicos em Mato Grosso
Por Cintía Borges, MidiaNews
O deputado estadual Júlio Campos (União) se posicionou contrário à mudança de nome de colégios estaduais, quando passam a ser administradas por militares, as chamadas escolas cívico-militares.
Como exemplo, usou a Escola Estadual Presidente Médici, unidade tradicional em Cuiabá, que desde 2022 é comandada pelo Corpo de Bombeiros Militar. Com a mudança, houve também a alteração do nome do prédio para Escola Estadual Dom Pedro II.
Para Júlio, as “desomenagens” são uma “aberração”, um “atentado” contra a história de Mato Grosso.
“O presidente Médici foi o presidente que mais fez por Mato Grosso. [Que ele] Seja ditador, seja regime duro. Médici trouxe para Cuiabá a pavimentação da BR-364 e 163, abriu estradas importantes como Cuiabá-Santarém (PA) e criou a Universidade Federal de Mato Grosso”, disse no programa Entrevista Coletiva, da TV Assembleia.
Médici foi o terceiro presidente (1969-1974) da ditadura militar no Brasil e sua gestão ficou conhecida como “anos de chumbo”.
De acordo com o relatório da CNV (Comissão Nacional da Verdade), concluído em 2014, das 180 mortes por motivação política no Regime Militar (1964-1985), 98 foram na gestão do general.
Projeto de lei
A contrariedade com as “desomenagens” a prédios públicos fez com Júlio emplacasse um projeto que foi sancionado pelo governador Mauro Mendes (União) em julho deste ano proibindo a modificação dos nomes dos locais.
Agora, a intenção do parlamentar é retomar os antigos nomes.
“Obra nova pode-se dar o nome de quem quiser, mas obras velhas não serão mudadas. E nós vamos apresentar um projeto ‘desomenageando’ os que foram recentemente homenageados porque tem que voltar ao nome original”, defendeu.