Por Pablo Rodrigo, Gazeta Digital
Antes mesmo de iniciar os trabalhos e apurar a denúncia de suposta quebra de decoro parlamentar pelo deputado Gilberto Cattani (PL), pelo menos dois membros da Comissão de Ética da Assembleia Legislativa (ALMT) já adiantam que votarão contra a cassação do parlamentar.
A presidente da Comissão de Ética, deputada Janaina Riva (MDB), deixa claro que irá propor uma ‘alternativa’ aos membros que não seja a cassação, e sim uma ‘punição adequada’ ao parlamentar.
‘Eu já reuni com algumas mulheres e disse que era muito difícil ocorrer uma cassação e elas concordaram, que é uma medida muito excepcional, mas concordamos que deve ter alguma ação a ser tomada’, disse na terça-feira (13) a parlamentar.
Janaina ainda deixou aberto que Cattani pode fazer uma proposta para uma conciliação. ‘A gente pode estipular uma pena e ele oferecer algo diferente’, justifica.
‘Não podemos condená-lo por uma fala como essa. O que existe é a previsão de uma suspensão ou cassação, o que acho ser uma medida drástica. Mas só o pedido de desculpas não basta. Tenho outras alternativas pedagógicas’, completa.
Outro que sinalizou pela não cassação é o deputado estadual Júlio Campos (União). Questionado se a Comissão poderia pedir a cassação de Cattani por quebra de decoro parlamentar, Campos disse ser ‘muito difícil’. ‘Mas alguma punição tem que sair. Não quero antecipar voto, mas é a Comissão que irá discutir’, disse.
Além dos dois, também compõe a Comissão o deputado estadual Elizeu Nascimento, correligionário de Gilberto Cattani no PL. Questionado se ele se sente à vontade em julgar Cattani, já que é do mesmo partido, Elizeu afirma que não, e que sua filiação ‘não vem ao caso’.
‘Fui indicado pelo Bloco Direita Democrática e não pelo PL. Independente disso vou fazer um meu trabalho analisando e estudando o caso. Essa coisa de suspeição não existe’, disse. Além dos três, também compõem a Comissão, o deputado Max Russi (PSB), que será o relator e Wilson Santos (PSD).
Gilberto Cattani foi denunciado pela Defensoria Pública do Estado e seccional Mato Grosso da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/MT) por quebra de decoro parlamentar por ter reiteradas vezes comparados mulheres com vacas e ter atacado feministas.
Entre as punições previstas pela Comissão está uma advertência, suspensão por alguns dias com desconto salarial e até um pedido público de desculpas.