A equipe de transição para o novo governo federal não tem mais espaço nem tempo para vacilar na articulação política. O financiamento das promessas de campanha do presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), está em risco após três semanas de trabalho sem avanços na tramitação de uma proposta de emenda à Constituição (PEC) que garanta ao futuro governo dinheiro para custear o Bolsa Família de R$ 600, reajustar o salário mínimo e investir em obras de infraestrutura. Após uma série de adiamentos impostos pela falta de acordo, a PEC da Transição precisa ser apresentada nesta semana para ter tempo hábil de tramitar em dois turnos no Senado e na Câmara
REELEIÇÃO DE LIRA
PT e PSB anunciarão, na tarde desta terça-feira, apoio à reeleição de Arthur Lira (PP-AL) ao comando da Câmara, na disputa marcada para fevereiro de 2023. O anúncio está previsto para 16h e será feito de forma conjunta pelos dois partidos, em uma tentativa de demonstrar alinhamento entre as siglas de Lula e Geraldo Alckmin. PT e PSB se somarão a outros 11 partidos que já anunciaram apoio à reeleição de Lira: PP, União Brasil, Republicanos, Podemos, PDT, PSC, PV, PTB, Patriota, Solidariedade e Pros. Além disso, PL e PSD já indicaram que deverão apoiar a recondução do atual presidente da Câmara. O MDB, como mostrou a coluna, também deverá fechar com Lira.
VISITA NO ALVORADA
Seguindo sem agenda semanal, o presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu no Palácio da Alvorada aliados políticos. Chegaram antes das 9h desta segunda-feira, o ex-ministro Onyx Lorenzoni (PL) e o candidato a vice-presidente na chapa à reeleição de Bolsonaro, Walter Braga Netto. Mais tarde, o ministro da Casa Civil, Ciro Nogueira (PP) também compareceu. Recluso no Palácio da Alvorada desde a derrota para Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nas eleições deste ano, Bolsonaro tem se restringido a receber aliados e a raras idas ao Palácio do Planalto, onde normalmente despacharia. No sábado, o presidente participou da formatura da Academia Militar das Agulhas Negras (Aman), no Rio de Janeiro. Foi a primeira viagem do chefe do Executivo federal após o pleito.
EX MINISTRO DO TCU
O ex-ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) José Múcio Monteiro foi sondado, nos últimos dias, para fazer parte do grupo temático da Defesa na equipe de transição de Lula. Múcio sinalizou disposição em integrar o grupo, que cuidará da relação com os militares. Ele só pretende bater o martelo, no entanto, após se reunir com o presidente eleito nesta semana, em Brasília. Na quarta-feira (23/11), como noticiou a coluna, o ex-ministro do TCU se reuniu com o vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin, na sede do governo de transição, na capital federal. O nome de José Múcio, que foi ministro das Relações Institucionais do segundo governo Lula, é cotado para assumir o Ministério da Defesa na nova gestão do petista na Presidência.
TRÁFICO INTERNACIONAL DE DROGAS
A Polícia Federal (PF), junto a diversas instituições públicas, participa da Operação Ágata, no Porto de Santos. As ações começaram na última segunda-feira (21/11) e visam prevenir e reprimir o tráfico internacional de drogas. A corporação realiza monitoramento do canal portuário, bem como inspeções de cascos de navios, no intuito de identificar eventuais substâncias e materiais ilícitos inseridos por “mergulhadores do crime”, no compartimento denominado “caixa-mar” das embarcações.
INFLAÇÃO
O mercado financeiro aumentou de 5,88% para 5,91% a projeção para a inflação do Brasil em 2022. Os analistas aumentaram o percentual previsto pela 5ª semana seguida. As estimativas foram publicadas no Boletim Focus desta segunda-feira. O relatório do BC (Banco Central) é publicado às 2ªs feiras e resume desde 2000 as projeções estatísticas de analistas consultados pelo BC (Banco Central). A estimativa para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) –que mede a inflação oficial do país– de 2023 também subiu. A taxa esperada aumentou de 5,01% para 5,02%.
JUROS DO CARTÃO DE CRÉDITO
Os juros do rotativo do cartão de crédito às pessoas físicas subiram 8,8 pontos percentuais em outubro e atingiram 399,5% ao ano. O custo da modalidade de empréstimos teve uma alta de 52,1 pontos percentuais só em 2022. Era de 347,4% ao ano no fim de 2021. A taxa média de juros do Brasil subiu de 54% em setembro para 56,6% em outubro, ao considerar todas as modalidades de empréstimos com recursos livres –aqueles negociados no mercado– para pessoa física. Subiu 11,6 pontos percentuais em 2022.