Hoje o município enfrenta muitos desafios devido a sua expansão, que avança ano após ano
Rondonópolis, localizada na região sudeste de Mato Grosso, é a terceira cidade mais populosa do estado, com uma estimativa de 259.167 habitantes. A cidade, que fica a aproximadamente 218 km de Cuiabá, tem raízes profundas na história indígena dos Bororós, mas foi povoada por imigrantes do Norte e Nordeste do Brasil. Politicamente emancipada em 10 de dezembro de 1953, a cidade foi inicialmente conhecida como povoado do Rio Vermelho, mas teve seu nome alterado para Rondonópolis em 1918, em homenagem ao Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, patrono da cidade.
O crescimento econômico do município foi impulsionado pela produção agrícola, especialmente da soja e algodão, e pela influência do capital paulista. Ao longo dos anos, a cidade se consolidou como um importante polo econômico da região, sendo o segundo município mais relevante do estado. Rondonópolis é frequentemente chamada de “Capital Nacional do Agronegócio”, mas atualmente busca diversificar sua economia, com foco no setor industrial. Grandes indústrias de esmagamento de soja e têxteis têm se instalado no município, agregando valor aos seus produtos.
Com uma população crescente e um setor produtivo dinâmico, ocupa atualmente a posição de cidade do interior de Mato Grosso com o maior número de empresas ativas. Com 31.731 empresas registradas, teve um saldo positivo de 2.494 novas aberturas de negócios entre janeiro e agosto deste ano. No entanto, o município enfrenta desafios ambientais significativos, como erosão, salinização e contaminação do solo, que demandam ações eficazes de preservação e recuperação.
O município é composto por cinco distritos: Rondonópolis, Anhumas, Boa Vista, Nova Galileia e Vila Operária. Este último é o bairro mais antigo da cidade, fundado oficialmente em 28 de dezembro de 1955. Rondonópolis, com uma arrecadação de impostos que passou de R$ 185 milhões para R$ 220 milhões, continua a expandir suas fronteiras, enfrentando os desafios urbanos e ambientais dessa rápida evolução.
Além de sua pujante economia, Rondonópolis também é rica em belezas naturais. Com rios, ribeirões, córregos, morros, serras e áreas de preservação ambiental, a cidade oferece diversas opções de ecoturismo, com trilhas, cachoeiras e cascatinhas. O Casario, um complexo arquitetônico e sociocultural com 24 casas de adobe e alvenaria, conta a história da cidade, enquanto a Praça Brasil se destaca como um ponto de socialização e gastronomia. O Museu Municipal Rosa Bororo, com seu vasto acervo, preserva a memória histórica de Rondonópolis e de seu patrono, Marechal Rondon.
A cidade destaca-se por sua forte devoção religiosa, tendo São João Batista como padroeiro. A celebração do dia 24 de junho, em sua homenagem, tem sido tema de discussões sobre a possibilidade de instituí-lo como feriado municipal.
No esporte, o futebol é amplamente praticado, e dois clubes se destacam. O Rondonópolis Esporte Clube (REC) possui uma equipe feminina e realiza peneiras para revelar novos talentos. Já o União Esporte Clube, o mais antigo e tradicional da cidade, conta com a maior torcida local. Conhecido como “Colorado Mato-grossense”, o União conquistou o Campeonato Mato-grossense em 2010. Entre seus torcedores ilustres está o empresário, ex-ministro e ex-senador Blairo Maggi, que frequentemente é associado à paixão pelo clube.
Em 2024, a cidade celebra os 71 anos de sua emancipação política. Para falar sobre o cenário atual de Rondonópolis, a revista RDM MT Municípios conversou com Hermelio Nicolau da Silva, pesquisador da história local. Aos 66 anos, Hermelio, escritor, graduado em Marketing, consultor, editor e revisor literário, tem vários livros publicados sobre a história de Rondonópolis e compartilha sua visão sobre o crescimento e os desafios da cidade.
RDM MT Municípios: Qual foi o principal fator que impulsionou o crescimento rápido de Rondonópolis nas últimas décadas?
Hermelio: Acredito que o desenvolvimento de Rondonópolis começou com a descoberta da soja na região nos anos 1970. A cultura da soja foi uma alavanca que atraiu investidores e empreendedores de outros estados, interessados em investir em Rondonópolis. Além da abertura para o agronegócio, o Brasil, na época, expandia suas fronteiras rumo ao Centro-Oeste, incentivando o desbravamento da região com muitos financiamentos do governo federal.
Rondonópolis também é um importante entroncamento de duas rodovias federais, a BR-163 e a BR-364, que se encontram na cidade. Isso é um fator relevante, pois grande parte do que sai de Mato Grosso passa por aqui, principalmente por transporte rodoviário, uma vez que Rondonópolis não possui demanda hidroviária nem aérea expressiva. Praticamente todo o transporte é feito por rodovias.
Nos últimos anos, a chegada da ferrovia também facilitou bastante o desenvolvimento local, aumentando significativamente a arrecadação de ISS. Rondonópolis possui uma estação ferroviária onde caminhoneiros abastecem o trem com soja e outras commodities para transporte e exportação. Esse advento do transporte ferroviário representou uma grande alavancagem para a cidade.
Historicamente, Rondonópolis também foi impulsionada por culturas como o algodão e o café, que em determinados momentos tiveram importância econômica para a cidade.
RDM MT Municípios: Qual é o papel da infraestrutura no processo de expansão urbana de Rondonópolis e como ela tem contribuído para o desenvolvimento da cidade nas últimas décadas?
Hermelio: Costumo dizer que Rondonópolis é uma cidade “esparramada”, pois seu crescimento foi muito horizontal. Ultimamente, porém, têm surgido muitos prédios na cidade. Rondonópolis possui quase 200 bairros, e, como vocês sabem, abrir novos bairros gera um custo alto para o município, pois é necessário investir em infraestrutura, como água, esgoto e pavimentação.
A expansão urbana de Rondonópolis sempre foi ampla e horizontal, mas, recentemente, o surgimento de prédios verticais, tanto particulares quanto financiados pelo poder público, tem condensado mais as pessoas em determinadas regiões, formando bairros com mais qualidade de vida. Esse tipo de crescimento atende mais famílias em um espaço menor, reduzindo o investimento em infraestrutura, que antes era espalhado por várias regiões com muitos bairros dispersos.
RDM MT Municípios: Como a diversidade cultural, resultante da presença de diferentes grupos étnicos, contribui para a formação e fortalecimento da identidade de Rondonópolis, moldando sua história, tradições e aspectos sociais?
Hermelio: Treino bastante aqui, pois, como escritor, comecei defendendo a cultura. Costumo dizer que Rondonópolis é um verdadeiro “caldeirão cultural”. Aqui, encontramos diversas vertentes e expressões culturais; ainda não há uma cultura predominante, pois Rondonópolis recebeu, ao longo de sua história, imigrantes baianos, goianos e mineiros, entre outros, que chegaram nos primórdios da cidade. Depois, vieram paranaenses, sulistas, paulistas e outros imigrantes. Esse caldeirão cultural continua em ebulição, sem uma definição precisa, mas com nichos importantes e artistas renomados.
Temos, por exemplo, artistas plásticos como Vander Melo, Valdizes Arantes, Márcio França e Peterson Silva, que ganham destaque no cenário artístico. Destaca-se também Aldir Sodré, conhecido mundialmente e principalmente em Cuiabá. Na área da fotografia, temos talentos como Valter Arantes, Roberto Barcelos e, mais recentemente, César Augusto, que faz um trabalho belíssimo sobre o Pantanal, com cartões-postais e exposições, incluindo uma recente sobre o “funeral do boi Bororó”, em exibição na biblioteca municipal.
A música também é rica na cidade, com artistas como Max Ferraz e Olímpio Alves. Já na literatura, podemos citar Gilson Pereira, o ex-futebolista e professor Gigante Pereira Campos, entre outros. Destaco ainda o livro Rondonópolis: Entroncamento de Mão Única, da professora doutora Lucinéia, um trabalho de doutorado com uma linguagem acessível que considero uma das obras mais importantes sobre a história da cidade. Também há o livro de Carmelita Cury, filha de pioneiros, escrito quando ela tinha apenas 16 anos, mas já com quase 50 anos desde sua publicação, e que permanece relevante para a memória cultural da cidade.
Infelizmente, Rondonópolis, embora culturalmente rica, não recebe o reconhecimento merecido, especialmente por parte dos últimos governos, que não valorizam tanto a cultura quanto deveria. A história de uma cidade, inclusive a política, depende de preservação cultural para registrar seus marcos e tradições, como a literatura, as danças, as festividades e a folia de reis. Acredito que Rondonópolis perde muito por não valorizar seus ícones culturais.
RDM MT Municípios: O senhor mencionou sobre os incentivos culturais. A que governo o senhor se refere? Seria ao municipal, estadual ou federal, que, na sua opinião, não tem dado a devida atenção à cultura de Rondonópolis?
Hermelio: Acredito que, principalmente no nível municipal, faltam incentivos para a cultura. É claro que os grandes incentivos ajudam, e, por exemplo, eu sou beneficiado pela lei estadual. Já realizei três projetos incentivados pela Secretaria de Estado de Cultura de Mato Grosso e, neste momento, estou trabalhando na republicação de um livro chamado WhatsApp com Raul Seixas. Publiquei a obra inicialmente em Campinas, mas consegui vencer um edital e agora estou na fase de assinatura do contrato com a Secel.
Acredito que o Estado, dentro de suas possibilidades, acaba ajudando ao direcionar os editais de forma abrangente, contemplando várias regiões do estado. No entanto, é visível que apenas alguns escritores, artistas plásticos e atores são proponentes e conseguem vencer esses editais. Já a Lei Rouanet, por exemplo, é praticamente desconhecida em Rondonópolis, e, ao que parece, poucos projetos em Mato Grosso são incentivados por essa lei. A Lei Aldir Blanc, por outro lado, foi muito importante para Rondonópolis, especialmente durante a pandemia.
Comento tudo isso porque há tempos não vejo nenhuma política pública municipal voltada para a cultura. Parece não haver investimentos do município nessa área.
RDM MT Municípios: Com a nova gestão que assumirá a prefeitura de Rondonópolis a partir de 2025, o senhor espera que sejam implementados incentivos e políticas públicas voltadas para a cultura na cidade?
Hermelio: Tenho uma boa impressão de Cláudio Ferreira, o prefeito eleito. Temos uma convivência positiva, e, embora eu não tenha falado com ele desde sua eleição, acompanho as matérias e percebo que ele tem demonstrado interesse em investir na cultura, retomando festividades e implementando ações de valorização cultural. Cláudio sempre mostrou apreço pela cultura; já conversei bastante com ele no passado e, ao visitar seu escritório, vi obras de arte do Vander Melo e de outros artistas, o que revela seu apreço pela arte e pela cultura local. Ele valoriza o município e sua comunidade.
Fiquei bastante triste, no entanto, ao ler uma matéria no jornal A Tribuna, que menciona uma possível fusão da Secretaria de Cultura e da Secretaria de Esportes com a Secretaria de Educação. Embora essa informação não tenha sido diretamente verbalizada por Cláudio Ferreira, a ideia causa preocupação. Reconheço que, enquanto política pública, a Secretaria de Cultura é essencial para a valorização dos artistas. Porém, acredito que, independentemente de ser uma secretaria, diretoria, coordenadoria, ou mesmo uma pequena sala na Secretaria de Educação, o que realmente importa é o comprometimento do prefeito com o apoio à cultura. Precisamos de ações concretas e de um prefeito que valorize os artistas, promovendo eventos e editais públicos municipais, mais do que simplesmente uma secretaria sem recursos e sem investimentos reais.
RDM MT Municípios: O atual prefeito, Zé Carlos do Pátio, é alguém que defende e levanta a bandeira da cultura. No entanto, o senhor mencionou que não recebeu muito apoio do atual prefeito. Poderia explicar melhor essa situação?
Hermelio: Falando com propriedade, inclusive com base em artigos e publicações que recebi sobre o assunto, posso afirmar que, culturalmente, Rondonópolis ainda não é plenamente reconhecida. No futuro, contudo, isso será inevitável, pois é impossível ignorar essa realidade. Basta analisar os investimentos em cultura feitos pelo município nos últimos oito anos: foram extremamente limitados, quase insignificantes. Em comparação, por exemplo, a Prefeitura de Primavera do Leste destina mais de 2 milhões de reais anualmente para editais culturais, enquanto Rondonópolis não contou com editais municipais significativos, apenas com aqueles que dependem de verba federal, como as leis Aldir Blanc e Rouanet.
RDM MT Municípios: De que forma a história da ocupação do território e a presença indígena moldaram a identidade local de Rondonópolis?
Hermelio: Estou escrevendo um capítulo intitulado “Aldeia Tadarimana: Boi e Bororo”. Tive a oportunidade de visitar a aldeia duas vezes para realizar pesquisas, entrevistando o atual cacique, o ex-cacique e outras lideranças, como o Bosco, marido da Corirel, que seria o equivalente ao diretor de cultura da aldeia. Ele é uma pessoa muito culta e é evidente que o atual prefeito, Zé Carlos do Pátio, tem feito investimentos significativos na aldeia.
Vejo como algo positivo esse apoio, pois parece que a comunidade indígena está mais presente na cidade e vem ganhando visibilidade. Por exemplo, Bosco recentemente esteve na França, onde participou de um evento promovido por um estudioso da USP, no qual representou e defendeu sua aldeia, compartilhando e trazendo experiências culturais de volta. Percebo que a aldeia se integra cada vez mais a Rondonópolis: seus membros estão mais ativos culturalmente e muitos jovens indígenas estão se destacando, como alunos da Universidade Federal de Rondonópolis, onde foi aberto um curso específico para estudantes indígenas, incluindo muitos da etnia Tadarimana. Conheci também Claudinéia Borobó Kia Kia, aluna da Universidade Federal de Goiás, uma jovem muito culta.
Esse crescimento e maior inserção na sociedade rondonopolitana são notáveis, mas há também uma história dolorosa de expulsão. Bosco compartilhou essa narrativa em um evento recente sobre a exposição do “Funeral Boi Bororo”, onde falou sobre a invasão dos bandeirantes, que, armados de bacamartes, expulsaram os indígenas das margens do rio Arareau e do encontro com o rio Vermelho, onde se estabeleciam. Esse movimento os empurrou mais para o interior, e essa memória está marcada por histórias de perda e medo. Os indígenas Bororo da Aldeia Tadarimana, afinal, são parte essencial das origens de Rondonópolis, os primeiros povos da cidade.
RDM MT Municípios: Quais são os principais desafios e oportunidades que Rondonópolis enfrentará nos próximos anos?
Hermelio: Vou abordar, principalmente, o crescimento desordenado de Rondonópolis. Muita gente vem para cá atraída pelo agronegócio, pela linha férrea, pela busca de emprego e pelas construções, o que acaba sobrecarregando a cidade. Esse fluxo intenso talvez dificulte o atendimento adequado das políticas públicas pela prefeitura. Claro, a cidade continua crescendo e se expandindo, e o setor industrial tem um papel importante nesse desenvolvimento.
Com a eleição de Abílio Brunini para prefeito de Cuiabá, uma oportunidade se abre para um rondonopolitano, Rodrigo da Zaeli, que assumirá como deputado federal. Isso traz a possibilidade de mais espaço para emendas e investimentos que poderão beneficiar nossa cidade.
Contudo, minha maior preocupação, e que vejo pouco discutida em Rondonópolis, é o impacto futuro da mudança de rota da rodovia, que poderá abrir novas fronteiras em direção a Cuiabá, Sorriso e Sinop. Quando essa estrada avançar, nossa arrecadação de ISS tende a diminuir, pois muitos caminhões que atualmente descarregam no terminal de Rondonópolis irão para locais mais próximos de Cuiabá, Chapada e regiões vizinhas. Isso reduzirá a receita de ISS, algo que precisa ser previsto e gerido. Estimo que a perda poderá chegar a bilhões, afetando principalmente as contribuições do setor de transportes e da antiga ALL, agora Rumo.
Nas discussões e debates dos candidatos à prefeitura, principalmente do prefeito eleito, não senti que essa preocupação tenha sido abordada de forma adequada. Talvez os analistas e gestores não estejam ainda vocalizando esse tema, mas é essencial para o futuro econômico de Rondonópolis.
RDM MT Municípios: Quais são as suas expectativas em relação à preservação do patrimônio histórico e cultural de Rondonópolis nos próximos anos?
Hermelio: Acho fraca a preocupação de Rondonópolis com seu patrimônio histórico. Não vemos esse cuidado com a nossa história. Espero que o novo prefeito adote esse direcionamento, para que nossa cidade valorize seu passado. Hoje, se você deseja realizar uma visita cultural, como a que descrevi no meu livro sobre as “sete maravilhas de Rondonópolis” — uma iniciativa dos anos 2000, quando o Museu Rosa Bororó foi escolhido como uma dessas maravilhas — percebe-se o abandono.
Atualmente, o Museu Rosa Bororó enfrenta sérios problemas estruturais, com infiltrações e falta de uma manutenção adequada para proteger seu acervo. Essa falta de atenção com o patrimônio cultural é realmente desanimadora.
RDM MT Municípios: Como a história de Rondonópolis pode servir de inspiração para construir um futuro mais sustentável e equitativo para a cidade e seus habitantes?
Hermelio: Rondonópolis oferece oportunidades para todos. Se a pessoa não quer trabalhar, é por escolha própria. Há muitas vagas de emprego e diversas possibilidades de qualificação profissional, como os programas do Senai, Sebrae e os cursos oferecidos pelas empresas terceirizadas, especialmente no setor do agronegócio. O problema é que, apesar das oportunidades, muitas pessoas reclamam da falta de servidores e trabalhadores qualificados.
Eu, por exemplo, organizo alguns eventos na cidade. No próximo dia 23, farei um torneio de pesca em um pesque-pague, e temos dificuldade em contratar pessoas para trabalhar conosco, porque muitas não querem, acham o valor que oferecemos irrisório. No meu caso, são diárias, mas o feedback do dono do pesqueiro e dos hotéis é o mesmo. A falta de mão de obra é um problema comum, e isso também é algo que ouço ao entrevistar pequenas empresas. Um empresário de uma sorveteria, por exemplo, relatou que tem dificuldade em encontrar pessoal, especialmente para o atendimento nos finais de semana, que é quando o movimento é maior. O jovem não quer trabalhar porque prefere sair para as baladas, e os evangélicos, por sua vez, não aceitam trabalhar nos fins de semana por causa dos cultos.
Então, o que se percebe é que, ou não há interesse suficiente em trabalhar, ou a demanda é muito maior que a oferta de trabalhadores qualificados, ou os salários não são atraentes o suficiente.
RDM MT Municípios: Para melhorar a questão que o senhor apontou, o que o senhor acredita ser necessário para qualificar a mão de obra em Rondonópolis? Quais iniciativas poderiam ser adotadas para alcançar esse objetivo?
Hermelio: Eu acho que o município e o estado precisam investir mais em qualificação e oferecer mais oportunidades. Claro que, com a alta demanda, os funcionários tendem a cobrar mais, pois são mais procurados. Porém, como há vários nichos de emprego, como o setor da ferrovia, por exemplo, com a Rumo, há uma grande demanda, e dá a impressão de que as pessoas escolhem onde querem trabalhar. Mesmo assim, muitas pessoas reclamam da qualidade do serviço, pois muitos funcionários não estão preparados para as funções que desempenham.
RDM MT Municípios: Para finalizar, o senhor gostaria de deixar uma mensagem para a cidade de Rondonópolis, que comemora seus 71 anos em dezembro? Fique à vontade para compartilhar seus pensamentos e desejos para o futuro da cidade.
Hermelio: Minha frase de agradecimento e reconhecimento é: sou um rondonopolitano apaixonado pela cidade. Já estive fora algumas vezes, mudei de Rondonópolis, fui para Campinas, São Paulo, no ano de 2005, onde assumi a Diretoria de Eventos Especiais e Cerimonial da Prefeitura de Campinas, permanecendo lá até 2011. No entanto, sempre voltei e, daqui, não quero mais sair. Esta é a terra que me acolheu, onde me apaixonei, e é aqui que quero viver e morrer. Quero ver minha cidade crescer, principalmente no aspecto cultural.