A história tem demonstrado isto ao longo do tempo. É nele onde se cultua a liberdade, a livre iniciativa, o respeito e tantos outros valores muito caros para humanidade.
Após tecer considerações sobre os graves defeitos dos nossos políticos e das nossas instituições, um leitor vaticinou: “Ou se põe um ditador à frente do País ou iremos ser sempre uma promessa de terra do futuro. O que você faria, Renato?”
A nossa incipiente democracia tem mostrado que enverga, mas não quebra. Resistiu a Color, Lula, Dilma e ora se debate heroicamente no estuário da incerteza de uma roleta russa e, se não fosse a firmeza de nossas instituições, o Capitão já teria virado ditador, sob a inspiração do seu santo de devoção: um famoso torturador. Cruz credo!!!
Enfim, o Estado Novo imposto por um ditador caboclo -de triste memória – foi palco de prisões, deportações, perseguições, torturas etc. Deixando uma imensa chaga a cicatrizar no seio da nação.
Na ditadura militar meu caro leitor, você que é advogado já teria perdido o ofício, pois esta nobre profissão não viceja em solo autoritário. Pude ter um pouco do gosto da ditadura quando presencie que os da caserna gozarem de privilégios que a população não tinha. Na minha sala do curso de direito tinha dois alunos agentes da polícia federal que entraram na faculdade pela porta dos fundos para vigiar os colegas como se nós fossemos marginais ou apresentássemos risco ao regime.
Não gosto, não aprecio violência e nem os violentos. E não há ditador e nem regime de força sem polícia e sem violência. De qualquer forma este é um assunto para cientistas políticos e eu sou apenas um interiorano e simplório rábula com propensão ao debate. Espero que nenhum ditador venha me retirar a voz e nem a pena. E que o Brasil prossiga, mesmos aos trancos e barrancos, na trilha democrática, pois o aprendizado é longo e a Lusitana continuará rodando até um porto seguro.
Renato Gomes Nery é advogado.