Da Redação 
Após a polêmica no texto da Reforma Tributária, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, afirmou que irá buscar sobre pontos a serem revistas, como a alíquota de imposto que será cobrada e quais setores terão que pagar mais imposto para compensar aqueles que não irão pagar.
Em entrevista em à uma rádio em Cuiabá, nesta segunda-feira (28), Mauro relatou que há muitas questões ainda não esclarecidas e que são cruciais para a aprovação da reforma, que já passou pela Câmara Federal e agora será analisada pelo Senado.

Segundo Mauro, essa lei precisa ter um debate com mais profundidade. “Quanto nós vamos pagar de alíquota de imposto? Essa resposta precisa ser dada aos brasileiros. Seria a mesma coisa que você chegar em um restaurante, o garçom te dar o cardápio, mas aí você pergunta ‘e o preço’ e ele responder ‘come aí, depois do final a gente apresenta a conta pra você’. Nós não podemos aprovar uma reforma e depois da reforma aprovada, apresentar a conta que o brasileiro vai ter que pagar. É preciso ter uma trava nessa sanha do estado brasileiro em tributar o cidadão”, pontuou.

Entre os pontos defendidos pelo governador está o aumento do seguro receita, que foi aprovado no percentual de 3%, quando o ideal seria 5%. Esse seguro servirá para compensar os estados que vão perder arrecadação com o novo modelo de tributação, que é o caso de Mato Grosso.

“Vamos continuar insistindo para que o seguro receita seja majorado, porque vão existir estados que vão perder muito no primeiro momento e esses estados precisam ser compensados. Caso contrário, vai existir um desequilíbrio federativo colocando em colapso os serviços prestados por esses estados e municípios brasileiros”, explicou.

Outro item questionado pelo governador é referente a setores que serão totalmente desonerados do pagamento de imposto, caso seja aprovado o texto como está.

“O setor do agro, por exemplo, que vai exportar, o setor exportador, responde praticamente por 50% das exportações brasileiras. Esse setor inteiro, a cadeia inteira, não só o exportador, não vai pagar nada de imposto”, ponderou.

Para Mauro Mendes, se as grandes empresas pagadoras de impostos forem totalmente desoneradas, provavelmente será o cidadão o responsável por pagar a conta.

“A Vale do Rio Doce teve no ano de 2022 um lucro líquido de 95 bilhões de dólares. E ao longo da cadeia produtiva dela, uma série de impostos foram pagos e contribuíram com a segurança pública, com a educação e outras áreas no estado onde ela atua. Agora com essa nova reforma a Vale do Rio Doce e a cadeia inteira dela não vai pagar nada de imposto. E aí a pergunta é: se um grande setor, se muita gente vai deixar de pagar impostos para a nova reforma, quais são os brasileiros que terão que pagar mais impostos para suprir? Porque a despesa do Estado, aquilo que os estados, municípios e a própria União gasta, não vai diminuir porque está fazendo reforma”, relatou.