De volta ao ninho

O presidenciável Ciro Gomes, ainda filiado ao PDT do ex-ministro da Previdência, presidido nacionalmente pelo ex-senador Carlos Lupi (RJ), que teve que pedir demissão do Ministério após o escândalo deflagrado pela Polícia Federal (PF), que desbaratou um esquema de desvio de recursos nas aposentadorias e pensões de milhares de beneficiados do Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS), deve anunciar – ainda em data que está sendo estudada – que voltará a ser um integrante do PSDB, partido ao qual já foi filiado entre 1987 e 1997. A sua refiliação, já teria sido acertada num encontro com o atual presidente nacional dos tucanos – o ex-senador e ex-governador de Goiás, Marconi Perillo, que contou com a presença do deputado Aécio Neves (PSDB-MG) e ex-senador e ex-governador cearense, Tasso Jereissati.
Pressão em Rueda

Antigo padrinho que se transformou em adversário (e quase inimigo) do atual presidente nacional do União Brasil, Antonio Rueda, o deputado e ex-presidente da legenda, Luciano Bivar (PE), vem aproveitando às denúncias que rondam uma suposta ligação do atual dirigente do partido, que surgiu da fusão entre Democratas (DEM – antigo PFL) com o PSL que elegeu Jair Messias Bolsonaro, em 2018, num suposto esquema que envolver o Primeiro Comando da Capital (PCC), para tentar voltar ao comando da agremiação partidária. Um integrante da cúpula do União Brasil que votou para afastar Bivar da presidência do partido, em 2024, após uma casa de familiares de Rueda ser incendiada e à época atribuída à briga política e posteriormente o inquérito não responsabilizar ninguém, disse reservadamente a reportagem desta coluna, se arrependeu de eleger Rueda como presidente do partido.
Apoio de peso

A reportagem desta coluna conseguiu apurar junto a aliados do senador e presidente do Congresso Nacional, senador Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), que foi decisivo para retirar Bivar do comando da legenda, de que agora o senador amapaense estaria convencido que a troca de Bivar por Rueda não teria sido boa. E independentemente das investigações, no âmbito da PF e do Ministério Público Federal (MPF), que seria um “bom pretexto” para alterar mais uma vez a presidência do União Brasil, e, consequentemente do comando da federação que o União Brasil forma com o PP. De acordo com esses interlocutores de Alcolumbre, Rueda deixou o partido ser “raptado por setores bolsonaristas”, que agora à “luz da realidade” se mostraram “completamente equivocadas”.
Pressão no PP

Não é só Rueda, que começa a ver aumentar um movimento de oposição interno para que ele se retire da presidência do seu partido, União Brasil. No PP (Progressistas), o mesmo fenômeno começa a integrar diferentes deputados e senadores, que possuem longas listas de insatisfação com o presidente nacional daquela legenda, senador Ciro Nogueira (PI). De acordo com um parlamentar, que sonha em assumir o comando da legenda, caso Rueda deixe a presidência do União Brasil devido às acusações sobre uma uma suspeita de estar ligado a um esquema que envolveria o PCC, ao qual também recaem sobre o senador piauiense, esta seria a “deixa” e a “senha” para que a executiva do PP faça o mesmo. Mas, por ora, as insatisfações que já existiam pode ser o catalisador para que o partido também troque o seu comando.
Espremido

Além de estar acuado em meio às acusações de também integrar um suposto esquema envolvendo o PCC, o senador Ciro Nogueira – que sonha em se tornar candidato a vice-presidente à Presidência da República, em 2026, numa chapa encabeçada pelo governador de São Paulo (SP), Tarcísio de Freitas (Republicanos) – encontra-se “espremido” no seu estado, tido e considerado como o mais lulista dentre todas as unidades federativas. Com o seu mandato de senador vencendo em 31 de janeiro de 2027, Ciro Nogueira precisa ser reeleito para continuar exercendo um mandato parlamentar em Brasília. Só que as duas vagas, em aberto, no próximo ano tem como cotado para ocupá-las o senador Marcelo Castro (MDB-PI) e o deputado Júlio César, coordenador da Bancada do Nordeste.
Guerra no “centrão”

Assim que o presidente do Senado, Davi Alcolumbre, determinou o arquivamento da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que foi apelidada de “PEC da blindagem” ou “PEC da bandidagem”, após a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado rejeitar por unanimidade tal iniciativa aprovada por 342 deputados, vários senadores afirmaram a reportagem desta coluna, que o maior derrotado é “sem sombras de dúvida”, o presidente da Câmara – deputado Hugo Motta (Republicanos-PB). Alcolumbre, que tinha sugerido para Motta, não apreciar a PEC defendida por deputados do “centrão” de ser a favor das “prerrogativas parlamentares”, neste momento, teria ficado irritado com a decisão do paraibano, que não só votou, como no dia seguinte aprovou a urgência do projeto, que concede anistia aos condenados dos atos relacionados aos ataques dos Três Poderes em 8 de janeiro de 2023.
Redução de penas

Após dois dias se reunindo com a maioria dos partidos com representação na Câmara, o deputado Paulinho da Força (Solidariedade-SP) – relator do projeto da anistia aos condenados dos atos relacionados ao 8 de janeiro de 2023, vai se reunir no final da noite desta quarta-feira, 24 de setembro, na residência oficial da presidência da Câmara com o presidente da Casa, deputado Hugo Motta, e seus principais aliados, para traçar o futuro da proposta. Segundo ele, seu parecer não vai conceder anistia. Mas, sim, reduzir os tipos penais aos quais os condenados foram enquadrados: dano qualificado, destruição ao patrimônio público, organização criminosa, tentativa de golpe de Estado e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.
Redução de penas 2

O encontro de Paulinho da Força com a cúpula da Câmara dos Deputados, que deve adentrar madrugada a dentro desta quinta-feira, 25 de setembro, aconteceu após o parlamentar paulista ter se encontrado com o presidente do Congresso, senador Davi Alcolumbre, que estabeleceu algumas diretrizes como: a votação da matéria na Câmara só deve acontecer após o Senado aprovar um projeto, de autoria do senador Alessandro Vieira (MDB-SE), apresentado em março, com objetivo de reduzir penas para aqueles “milhares” de pessoas, “que participaram de um momento de ação em multidão”, mas não beneficiará “aquelas pessoas que efetivamente tiveram participação em atos de planejamento, organização, financiamento dos chamados atos golpistas”.
Acordo raro

Numa rara demonstração de convergência, líderes do governo Lula, da oposição bolsonarista, e parlamentares ligados ao agronegócio, à indústria e ao movimento ambientalista uniram-se para protocolar nesta quarta-feira, 24 de setembro, um requerimento pedindo o desapensamento do Projeto de Lei (PL) 1874 de 2022, que institui a Política Nacional de Economia Circular. A medida visa permitir que a proposta tramite de forma autônoma e célere. A iniciativa foi articulada pelo líder do governo, deputado José Guimarães (PT-CE), e contou com a adesão dos presidentes de diversas frentes parlamentares, desde a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), Ambientalista, da Economia Verde, da Indústria e da Indústria de Máquinas e Equipamentos (FPMEmp), do Comércio e Serviços (FCS), pelo Livre Mercado, do Empreendedorismo (FPE), do Brasil Competitivo (FPBC), da Economia Criativa, da Competitividade da Cadeia Química e Petroquímica, do Etanol, do Biodiesel (FPBio), da Mineração Sustentável (FPMS), em Apoio ao Produtor de Leite, da Inovação e tecnologia em Saúde para Doenças Raras e da Indústria Naval Brasileira.
Acordo raro

Nesta mesma quarta-feira, 24 de setembro, foi promovido um almoço-debate na “Casa da Liberdade”, sede da Frente Parlamentar pelo Livre Mercado, que contou com a presença dos deputados Joaquim Passarinho, presidente da FPE; Vitor Lippi, vice-presidente da FPBC, Rollemberg, da FPBC; Alceu Moreira, presidente da FPBio; Zacarias Calil, presidente da FPMS; Domingos Sávio, presidente da FCS; Nilto Tato (PT-SP) e Tábata Amaral (PSB-SP), presidente e vice-presidente da Frente Ambientalista; Greyce Elias, da FPMin; Soraya Santos, da FPMEmp; Coronel Fernanda e Evair Vieira de Melo pela FPA; e Daniela Reinehr, da FPLM. O texto do PL 1874, que veio do Senado Federal, é apontado pelos autores do requerimento como fruto de um amplo debate e já considerado “maduro e com legitimidade consolidada”.