Parlamentar bolsonarista afirmou ainda que vai “articular com a bancada catarinense no Congresso para que essa pauta volte ao centro do debate”.
Por Humberto Azevedo
O deputado Zé Trovão (PL-SC) afirmou a reportagem do Grupo RDM, que vai acionar o ministro Renan Filho – senador licenciado pelo MDB de Alagoas e responsável pelo Ministério dos Transportes para obter informações sobre a desativação de uma linha férrea na região do município catarinense de Lages, além de “buscar explicações” junto a empresa Rumo Logística, responsável pelo empreendimento, sobre esta decisão de desativar este modal ferroviário.
O parlamentar bolsonarista afirmou ainda que vai “articular” com a bancada federal catarinense tanto na Câmara dos Deputados, quanto no Senado Federal, “para que essa pauta volte ao centro do debate”. De acordo com notícia publicada pelo jornalista Edson Varela, de Lages, um “ouvinte da Rádio Clube FM, Maurício Wolff, compartilhou (…) na noite” da última quinta-feira, 10 de abril, “a lamentável notícia”.
“Nesta semana a empresa Rumo Logística, que detém a concessão do ramal ferroviário do Tronco Sul – a partir de Rio Negro em direção a Lages e Rio Grande do Sul – desativou suas operações. Uma última carga de combustíveis deve chegar ao terminal da Idaza nesta semana. Depois, só por caminhões. A Rumo já vinha operando de forma ‘mais discreta’ desde meados do ano passado”, complementou o site do jornalista catarinense.
Procurado pela reportagem do Grupo RDM, Zé Trovão, afirmou que “é inadmissível que, em pleno século XXI, estejamos assistindo ao desmonte silencioso da malha ferroviária de Santa Catarina, especialmente numa região estratégica como Lages”. De acordo com o deputado do Partido Liberal, esse “modal ferroviário é fundamental para o desenvolvimento econômico, para o escoamento da produção e para a redução dos custos logísticos”.
“Infelizmente, estamos vendo a negligência de autoridades e a falta de um plano nacional de reativação e modernização das ferrovias. Vou acionar o Ministério dos Transportes e buscar explicações junto à Rumo Logística, além de articular com a bancada catarinense no Congresso para que essa pauta volte ao centro do debate. Santa Catarina merece respeito e infraestrutura à altura do seu potencial”, acrescentou o parlamentar à reportagem do Grupo RDM.
QUEDA DE 90%

Em nota também publicada pelo veículo do jornalista catarinense Edson Varela na última sexta-feira, 11 de abril, a empresa Rumo Logística informou “que houve redução de mais de 90% no volume de combustível transportado até Lages (SC) logo após as enchentes do Rio Grande do Sul, que destruíram parte das conexões ferroviárias desta região”. E que “desde o ano passado, a empresa participa” de um “grupo técnico de trabalho do governo federal para tratar do assunto malha sul, considerando a complexidade e importância do tema”.
“A Rumo segue continuamente avaliando novas oportunidades e mantém o compromisso de executar manutenções periódicas no trecho, que continua operacional. Diante da baixa demanda de produto transportado neste trecho até Lages, foram realizadas análises financeiras detalhadas durante 2024 que constataram a inviabilidade econômica da operação”, continua a empresa na nota divulgada no último dia 11 de abril.
“Os colaboradores terão a oportunidade de escolher outras localidades da empresa para atuar. Todo processo é baseado no respeito e na transparência e todos os benefícios foram acordados com o Sindicato da categoria. (…) A competência é do governo federal, porém ainda assim a malha hoje é privatizada e a concessão vence em 2027. Os estudos indicam que parar recuperar esse trecho vai ao menos R$ 1 bilhão”, completou a nota divulgada pela Rumo Logística.
Procurada pela reportagem do Grupo RDM, a assessoria da empresa confirmou as informações.

“A Rumo segue continuamente avaliando novas oportunidades e mantém o compromisso de executar manutenções periódicas no trecho, que continua operacional. Diante da baixa demanda de produto transportado neste trecho até Lages, foram realizadas análises financeiras detalhadas durante 2024 que constataram a inviabilidade econômica da operação. Os colaboradores terão a oportunidade de escolher outras localidades da empresa para atuar. Todo processo é baseado no respeito e na transparência e todos os benefícios foram acordados com o sindicato da categoria”, diz o trecho final da nota da empresa encaminhada à reportagem do Grupo RDM.
APURAÇÃO
Procurada pela reportagem do Grupo RDM, tanto a assessoria do Ministério do Transporte, quanto a assessoria da Agência Nacional de Transporte Terrestre (ANTT) informaram que o caso está em apuração dentro dos respectivos órgãos e que assim que possível responderão sobre o caso. Até o fechamento desta edição, não houve nenhuma resposta por parte do Ministério comandado pelo emedebista alagoano Renan Filho e pela ANTT.






























