Em reunião da comitiva liderada pelo ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, à China, o representante do governo brasileiro apresentou projetos para financiamentos junto ao banco de fomento internacional.
Por Humberto Azevedo
A pactuação de novas linhas de financiamento para impulsionar empreendimentos em transportes e infraestrutura logística do novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) nas regiões Norte, Centro-Oeste e Nordeste foi o tema central debatido pelo ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR), Waldez Góes, em reunião realizada nesta quinta-feira, 14 de agosto, com a presidenta do Novo Banco de Desenvolvimento (NDB), também conhecido popularmente como “Banco dos Brics”, Dilma Rousseff, em Xangai, na China.
De acordo com o ministro Góes, que lidera uma comitiva da sua pasta ministerial ao gigante país asiático, o encontro foi “fundamental” para fortalecer a cooperação com o Banco do BRICS na estratégia de captação de recursos para os Fundos de Desenvolvimento Regional (FDR). Na ocasião, os representantes do MIDR apresentaram uma carteira de projetos a serem financiados pelo empréstimo de R$ 2,7 bilhões (US$ 500 milhões) do organismo multilateral, e discutiram os requisitos para o lançamento de novas linhas de crédito no âmbito dos fundos.
O ministro destacou que o processo de negociação tem sido conduzido de maneira cuidadosa entre as partes, viabilizando uma parceria sólida e com impacto concreto no desenvolvimento regional do Brasil. A priorização de projetos relacionados ao plano de transformação ecológica e à transição energética, foi um dos pontos ressaltados por Dilma Rousseff no encontro.
“Acreditamos que esses projetos respondem a desafios estruturais e contribuirão para ampliar a inclusão territorial, a segurança hídrica e a infraestrutura. Estamos à disposição para seguir com o diálogo técnico e avançar na construção conjunta de soluções financeiras que fortaleçam a capacidade do Brasil de enfrentar seus desafios territoriais e climáticos”, afirmou o titular do MIDR.
“Estamos discutindo, fundamentalmente, como levar infraestrutura logística, portos, terminais e rodovias para as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, garantindo que haja uma transição energética justa com a adoção de fontes alternativas de energia, inclusive com o uso de biocombustíveis, e cidades inteligentes”, declarou a presidente do NDB e ex-presidenta do Brasil entre os anos de 2011 e 2016.
CAPTAÇÃO DE RECURSOS

À frente da estratégia de captação de recursos, que atualmente já conta com a parceria de quatro organismos multilaterais, o secretário nacional de fundos e instrumentos financeiros do MIDR, Eduardo Tavares, explicou que a carteira apresentada ao NDB foi elaborada a partir de um mapeamento conjunto com a Secretaria Especial do Programa de Aceleração do Crescimento.
Tavares destacou ainda que a meta é acelerar a seleção dos projetos mais estratégicos, permitindo que novas linhas de financiamento sejam anunciadas já no segundo semestre de 2025, em alinhamento com a agenda da 30ª edição da Conferência sobre mundança no clima das Nações Unidas (COP-30), que acontecerá em Belém (PA), entre os dias 10 e 21 de novembro.
A secretaria nacional de fundos e instrumentos financeiros do MIDR já possui parceria com a Agência Francesa de Desenvolvimento (AFD), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), o Banco Mundial (BM) e, agora, com o NDB, numa estratégia de captação de recursos que já soma R$ 9 bilhões (US$ 1,833 bilhão) em negociações.
O objetivo é criar novas linhas de financiamento com esses recursos, a serem aplicados por meio dos Fundos de Desenvolvimento, para impulsionar projetos estruturantes no Brasil. Com essa iniciativa, o governo brasileiro intensifica as relações bilaterais com a China, fortalecendo parcerias comerciais estratégicas e ampliando oportunidades de investimento em infraestrutura, desenvolvimento regional e inovação.
“Trabalhamos com a Casa Civil da Presidência da República para identificar iniciativas elegíveis dentro das diretrizes do banco, com foco em logística, transporte e sustentabilidade, com enfoque para a Amazônia. Entre elas estão concessões rodoviárias, terminais ferroviários — como os da Transnordestina, Fico e Fiol —, hidrovias e portos”, detalhou Tavares.
“Foi importante identificar a oportunidade dos aportes nos Fundos de Desenvolvimento como uma estratégia para fomentar o PAC”, completou o secretário nacional de fundos e instrumentos financeiros do MIDR.
Com informações de assessoria.























