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sexta-feira, maio 17, 2024
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O Núcleo Mental

O Núcleo Mental é apenas um nome que eu coloquei porque não tinha do que chamar, fique a vontade para chamar do que quiser. Tenho certeza que os entendedores do assunto devem ter um nome para isso que já deve ter sido documentado.

Quem já leu um texto meu percebe que eu me refiro várias vezes a uma “essência do ser humano”. Eu me refiro à base estrutural da mente, aquilo que faz a ligação entre a natureza e o ser humano.

Nos meus primeiros rabiscos, fiz um desenho em que o Núcleo Mental é a base de uma pirâmide em meio à natureza; devo ter feito isso inconscientemente porque não faço ideia da dimensão desta parte da mente. Cada vez mais acredito que o Núcleo Mental é maior do que imagino. Apesar de não entender plenamente do assunto, o núcleo é um fato inegável, extremamente óbvio, lógico e alguém não é capaz de duvidar da sua existência.

No processo milenar de evolução do animal humano, a mente (parte não física) assim como o resto do corpo passou por diversas adaptações, sendo que o cérebro foi sem sombra de dúvida o órgão que mais sofreu mudanças. A mente também passou por adaptações, ela é parte fundamental da formação do ser humano, sem ela seríamos simplesmente animais irracionais que agem por instinto.

Há algum tempo a ideia de que a mente possui uma base em sua estrutura independente da cultura e da vontade, formada através da adaptação genética vem me perturbando. A natureza é a seleção natural em si; ela toca a música e nós somos obrigados a tentar sobreviver de acordo com as regras dela. O Núcleo Mental está intrinsecamente ligado à necessidade de sobrevivência (não confunda com a parte reptiliana do cérebro).

Ao contrário do cérebro físico, este núcleo da mente está associado com os desejos fundamentais, ânsias, vida em sociedade, comportamento, status social, formação de família e comunidade, papel masculino e feminino, ideia de Deus, pré-disposições, aptidões, e etc. A parte crucial que caracteriza o Núcleo Mental é que ele não é o cérebro, mas é biológico, geneticamente adaptado e não está associado à cultura.

O Núcleo Mental facilita e condiciona a mente para trabalhar, esquecemos que a natureza existe e nos concentramos em ações mais importantes. O núcleo estabelece o básico para que a mente possa se desenvolver em meio a cultura e ao aprendizado. O núcleo porta as pré-disposições, que são adaptações da mente em um processo milenar de evolução, ao contrário do inconsciente ou consciente que está relacionada com a cultura.

Existe algum tipo de pré-consciência, pré-conhecimento e um pré-desejo no Núcleo Mental. Outras partes da mente estão construídas em cima dessas inúmeras pré-disposições. A adaptação do núcleo ocorreu por consequência das ações que proporcionaram melhores condições para sobrevivência genética e maior sucesso nas atividades do cotidiano. O núcleo não pode ser intencionalmente modificado e não sofre com as alterações culturais. Dentro dele ocorrem processos que tornam a vida possível.

Por se tratar de algo genético, não posso negar a possibilidade do Núcleo Mental ter tido ligeiras diferenças com o isolamento natural de grupos homogêneos de pessoas. Essa é uma possibilidade plausível que pode ajudar a explicar algumas perguntas. Hoje podemos tomar um avião e ir para qualquer lugar, mas nem sempre foi assim e grupos pequenos puderam se desenvolver sem interferências externas.

É óbvio que homens e mulheres possuem diferenças no núcleo, já que biologicamente os sexos procuram por coisas diferentes. A diferença entre homens e mulheres não pode ser apenas cultural, nem tampouco física; os sexos se adaptaram e desenvolveram para melhorar as condições de vida e preservar os genes. Mais sobre este assunto o leitor poderá conferir nos meus textos “Em defesa da mulher”, “Em defesa do homem” e “Em defesa da atração – o que torna as pessoas sexualmente atraentes?”.

O significado da vida está relacionado com o Núcleo Mental, o leitor poderá conferir algo nos meus textos “Em defesa da vida após a morte” e “Em defesa do amor”. Existem alguns temas que ainda não debati, um deles é Deus, então lhe afirmo logo: ateísmo não existe. A fé está com certeza entranhada no cérebro como um componente extremamente importante presente no Núcleo Mental, é permanente e não pode ser retirada, ponto.

Projetar o ser humano sem Deus é criar oportunidade para complicar a vida; atrapalhar a mente, tornar a pessoa lastimosamente carente por algo para preencher o espaço. E aviso do óbvio, ideologias coletivistas, estatistas, que cultuam uma personalidade ou o desprezo do indivíduo pelo coletivo, vão se alimentar da ausência de Deus.

Isso abrirá brechas para a destruição da sociedade, mortes e desgraça; como muito vimos no século XX. Aos que não acreditam em Deus, sem problemas, mas não sejam ingênuos em não compreender a implicação disso na massa e como servir de poderosa arma nas mãos de parasitas malignos, o homem sempre será o lobo do homem.

O impacto do Núcleo Mental na vida pode ser gigantesco; talvez muitas de nossas decisões se baseiam nele; ainda não compreendi toda a abrangência disso, mas conhecer mais sobre o núcleo deve ser algo fascinante e bastante elucidativo. O núcleo é necessariamente anterior ao consciente ou inconsciente e tem pleno conhecimento das nossas necessidades biológicas. O desenvolvimento cultural de um povo é diretamente influenciado pelo núcleo.

O núcleo é uma das coisas que estabelecem uma conexão entre as gerações. A tentativa de criar hábitos e verdades em laboratório (engenharia cultural) que vão em direção oposta ao núcleo, poderá provocar transtornos mentais, pois o indivíduo atuará contra a própria natureza. O núcleo tem um papel vital no desenvolvimento de uma sociedade e poderá ainda dar indícios do futuro de um povo.

O Núcleo Mental não é o inconsciente em si, apesar de não termos total percepção dele; o inconsciente está relacionado com experiências próprias ou coletivas; já o núcleo nada mais é do que a mentalização de funções biológicas extremamente avançadas adaptadas ao decorrer de um longo tempo e geneticamente compartilhada; é a ponte entre o meio (natureza), o animal (humano) e a possibilidade de autoconsciência (mente).

Algumas perguntas interessantes a serem feitas são: por que eu desejo? o que existe que eu não sei? o que influenciou os meus desejos? o que eu não sei que desejo? O que me condicionou a ter certo tipo de comportamento? Por que as pessoas fazem o que fazem? A função do Núcleo Mental não é gerar dúvidas, muito pelo contrário: é dar respostas, e muito melhor: estabelecer respostas, meios e facilitar a vida.

Imagino que a exploração do Núcleo Mental pode resolver inúmeras dificuldades e problemas da vida moderna. Em todo caso, agora temos uma conexão mais forte com a natureza e principalmente o núcleo pode ser usado para a maior união entre as pessoas e os povos.

Há alguns detalhes que penso sobre o núcleo que não estão neste texto; muita coisa ainda não está bem pensada, aliás, a única certeza que tenho é da existência do núcleo, o resto ainda será nebuloso por muitos anos.

É inútil ter uma opinião formada se você não conhece todos os fatos; mas é necessário caminhar apesar de não saber a profundidade da ignorância; e eu não poderia ter escrito sem muita arrogância e redundâncias; não ter pleno entendimento sobre o Núcleo Mental torna este texto mais legítimo; faço, não porque quero, mas porque fui obrigado; saber da existência do núcleo é um gigantesco alívio.

Lousdembergue Rondon é jornalista.

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