Sem Tarcísio

De acordo com informações apuradas junto a parlamentares do “centrão” aliados do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), o aconselham que ele desista da candidatura à Presidência da República em 2026 e busque a reeleição ao governo estadual. A avaliação segue a pesquisa “Genial-Quaest” que mostra o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) ultrapassando Tarcísio e assumindo a segunda colocação nas intenções de voto, atrás apenas do presidente Lula. No cenário estimulado, Lula tem 41%, Flávio aparece com 23% e Tarcísio com apenas 10%. A possibilidade de o governador ser impedido de chegar a um segundo turno preocupa aliados e a elite financeira, que o vê como candidato preferencial. A divulgação dos números coincidiu com queda acentuada na Bolsa de Valores nos últimos dias da semana passada.
Galho fraco

Caiu como uma bomba nos bastidores de Brasília, na última semana, a investigação envolvendo possíveis irregularidades do líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), sobrinho do pastor Silas Malafaia. A Polícia Federal (PF) apontou ao Supremo Tribunal Federal (STF) movimentações suspeitas de R$ 28,6 milhões em contas de assessores dos gabinetes de Sóstenes e do deputado Carlos Jordy (PL-RJ), além de funcionários da sigla presidida por Valdemar da Costa Neto. As informações, que embasaram a “Operação Galho Fraco”, autorizada pelo ministro Flávio Dino, revelam um suposto esquema de desvio da cota parlamentar por meio de locadoras de veículos de fachada. Durante as buscas, foram apreendidos R$ 400 mil em espécie em um dos endereços de Sóstenes, que afirmou que o valor encontrado pela PF é referente à venda de uma casa.
2º Pior governador

Os bastidores do entorno do Palácio do Buriti vem repercutindo o resultado da pesquisa “Atlas-Intel” que aponta o governador do Distrito Federal (DF), Ibaneis Rocha (MDB), como o segundo pior do país, à frente apenas de Wilson Lima (União Brasil-AM). Com a pior avaliação entre as quatro principais regiões, Ibaneis viu sua imagem despencar seis posições desde 2024, ameaçando seus planos de concorrer ao Senado. A rejeição atinge 44,1% do eleitorado evangélico e 36,8% dos que votaram em Bolsonaro em 2022. O índice de imagem pessoal do governador é crítico, com média de apenas 19 na escala de até 100. Especialistas alertam que a má avaliação, agravada por escândalos como o do Banco Regional de Brasília (BRB) com o Banco Master. Os índices de maior insatisfação da população brasiliense com Ibaneis estão nas áreas de saúde, mobilidade e segurança.
Cenário diverso

Já o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que prepara-se para disputar a Presidência da República em 2026 pela federação União Progressista, o cenário é inverso ao apurado para Ibaneis. A mesma pesquisa aponta o gestor goiano como o melhor governador do país. A pesquisa “Atlas-Intel”, realizada entre outubro e dezembro, mostra que a gestão de Ibaneis é reprovada por 60% dos brasilienses, com a saúde pública considerada ruim ou péssima por 80% dos entrevistados. Enquanto isso, a imagem positiva de Caiado o projeta como uma alternativa para o campo da direita no cenário nacional. Caiado, que já disputou o Palácio do Planalto em 1989, vai buscar em 2026 a chance de unir o eleitorado de centro e de direita em torno do seu nome. Nos bastidores, aliados apontam que Caiado pode atrair parte do eleitorado de centro.
Sem federação

A volta de Roberto Freire à presidência do Cidadania (antigo PPS e ex-PCB) escancara um racha interno e coloca o partido na rota de apoio a uma candidatura presidencial de terceira via. O fundador da legenda declara apoio ao governador do Rio Grande do Sul (RS), Eduardo Leite (PSD), para disputar o Planalto em 2026. A posição contraria à linha do grupo ligado ao Comandante Bittencourt, que comandava a sigla, é alinhado à reeleição de Lula. O embate interno, que já chegou ao STF, ameaça desfazer a federação do partido com o PSDB a partir de abril e pode levar à saída de seus quatro deputados federais. Além de inviabilizar a federação com o PSB do vice-presidente da República, Geraldo Alckmin, e do prefeito de Recife, João Henrique Campos, filho do ex-governador pernambucano Eduardo Campos.
Isenções fiscais

O governo federal abrirá mão de R$ 903 bilhões em impostos no ano de 2026, segundo levantamento da Associação Nacional dos Auditores Fiscais (Unafisco). O valor representa um aumento de 8% em relação às renúncias estimadas para 2025. Desse total, a entidade classifica R$ 618,4 bilhões como “privilégios tributários” – benefícios sem contrapartida social ou econômica comprovada. Entre os principais estão a isenção de impostos sobre lucros e dividendos, a não instituição do imposto sobre grandes fortunas, programas de refinanciamento para grandes devedores (Refis) e benefícios à Zona Franca de Manaus. O corte de R$ 20 bilhões em isenções fiscais aprovado pelo Congresso na semana passada é considerado tímido e sem critério pela Unafisco, que defende uma avaliação técnica para direcionar os benefícios fiscais ao interesse público.
Simples fora da reforma tributária

O Conselho Federal da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) ingressou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade no STF para impedir que dispositivos da reforma tributária sejam aplicados a empresas optantes do Simples Nacional. A entidade busca resguardar a isenção de Imposto de Renda sobre lucros e dividendos distribuídos por essas empresas, incluindo pequenos escritórios de advocacia. A norma questionada, embora voltada à tributação de altas rendas, vem sendo interpretada como aplicável também às pequenas e microempresas do Simples. A OAB sustenta que a cobrança configuraria bitributação inconstitucional, pois os optantes já recolhem tributos de forma unificada pelo Documento de Arrecadação do Simples Nacional (DAS). A entidade alerta para violações de princípios como isonomia e capacidade contributiva.
Governo comemora LOA 2026

O líder do governo no Congresso, senador Randolfe Rodrigues (PT-AP), celebrou a aprovação da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026 na última sexta-feira, 19 de dezembro, destacando que o texto foi entregue em tempo recorde, ao contrário de 2025, votado apenas em março. Ele afirmou que o orçamento reflete as conquistas econômicas do governo do presidente Lula, que vem alcançando a menor taxa de desemprego da série histórica (5,4%), a melhor renda média dos últimos 30 anos e uma inflação controlada no menor patamar desde o Plano Real. Randolfe também ressaltou que, a partir de janeiro, os trabalhadores que recebem até R$ 5 mil estarão isentos do Imposto de Renda, ampliando o poder de compra das famílias.
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Durante entrevista coletiva, Randolfe Rodrigues enumerou os avanços sociais do governo, como a retirada do Brasil do “mapa da fome”, a desburocratização do acesso a Carteira Nacional de Habilitação (CNH), e a expansão de programas como o “Pé de Meia” e o “Gás do Povo”, além da isenção de conta de luz para consumidores de até 80 quilowatts (KW). O senador amapaense defendeu que o ano de 2026 será “o ano da colheita”, com a manutenção da recomposição salarial e a correção da tabela do imposto de renda (IR). Randolfe também mencionou a expectativa de aprovação, no início do próximo ano, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança e do Projeto de Lei (PL) antifacção, para reforçar o combate ao crime organizado, citando que a PF já realizou mais de 6.500 operações sob a atual gestão.
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Questionado sobre as manobras fiscais para excluir gastos de educação e saúde do cálculo do resultado primário, Randolfe Rodrigues rebateu as críticas e afirmou que o governo vai apresentar “o melhor resultado fiscal dos últimos 10 anos”, superando os governos dos ex-presidentes Michel Temer (MDB) e Jair Messias Bolsonaro (PL). Ele justificou a exclusão de despesas de defesa do arcabouço fiscal como uma correção necessária, já que a “PEC da Transição” não as havia contemplado. O líder governista destacou que o atual modelo fiscal está sendo cumprido há três anos, ao contrário do teto de gastos anteriores, que teriam sido “extrapolados” sistematicamente, além de ressaltar que essas medidas criaram espaço fiscal para investimentos sociais sem descumprir o arcabouço fiscal vigente.





















