Everaldo Galdino

O Dia Internacional da Mulher, celebrado neste 08 de março, foi oficializado pela Organização das Nações Unidas na década de 1970, com o objetivo de simbolizar a luta histórica das mulheres para terem suas condições equiparadas às dos homens.

A data, inicialmente, remetia à reivindicação por igualdade salarial, mas, atualmente, simboliza a batalha das mulheres não apenas contra a desigualdade salarial, mas também contra todas as desigualdades que elas ainda sofrem e a luta diária para terem seus direitos assegurados e conquistarem seu espaço, em uma sociedade onde o machismo ainda prevalece.

Para comemorar a data, o RDM Online ouviu mulheres mato-grossenses que se destacam em suas áreas de atuação e, muitas vezes são únicas em seu segmento, como a deputada estadual Janaína Riva (MDB), única mulher da Assembleia Legislativa de Mato Grosso.

São exemplos de mulheres de coragem, capacidade e luta pela igualdade que o 08 de Março simboliza. Lideranças que com seu trabalho e voz garantem a presença feminina em todos os lugares de trabalho e instâncias de poder, sendo elas a secretária de Assistência Social do município de Várzea Grande Ana Cristina Vieira, a senadora Margareth Buzzeti (PSD), a deputada estadual Janaina Riva (MDB), a presidente do Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT-MT) Adenir Carruesco, a procuradora do Estado de Mato Grosso Glaucia Amaral e a presidente da Academia Mato-grossense de Letras Luciane de Carvalho.

Entre os assuntos abordados na entrevista estão carreira, motivação, experiências, inspiração, dificuldades, desafios, sucesso, perseverança e futuro.

A seguir a fala de cada uma sobre os desafios e dificuldades de ser mulher em uma sociedade ainda muito machista e um mercado que ainda diferencia e discrimina as mulheres. A entrevista completa está no link junto a cada foto.

Ana Cristina Vieira (Foto: Assessoria)

Ana Cristina Vieira
Jornalista
Advogada
Secretária de Assistência Social de Várzea Grande

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 “Ser respeitada como mulher é um desafio, ter nossos direitos garantidos, nossa liberdade assegurada e a segurança de fazermos nossas escolhas sem ter que correr, até mesmo risco de vida, por elas. O caminho é feito de superações. Para mulheres, ainda mais, acumulamos múltiplas funções e somos autocríticas ao extremo”.

“Sucesso é muito subjetivo, penso que o que todos buscamos é a felicidade e para cada pessoa, esse conceito tem um viés. Pra mim, sucesso é ser feliz, ter saúde, estar junto aos que amo, ser respeitada profissionalmente. Para tanto, é preciso ter ética, ter lealdade aos nossos valores, e sobretudo, perceber que está no imaterial o que há de mais valor nesta vida”.

Margareth Buzzeti (Foto: Assessoria)

Margareth Buzzeti
Empresária
Senadora da República por Mato Grosso

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 “Acredito firmemente que todas as mulheres têm o direito fundamental de viver em segurança, sem o medo da violência ou da opressão. Como senadora da República, estou profundamente empenhada na defesa dos direitos das mulheres e no combate à violência doméstica e ao feminicídio. É uma batalha constante, mas uma que estou determinada a travar com todas as minhas forças”.

Janaina Riva (Foto: Assessoria)

Janaína Riva
Deputada Estadual

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“Ser mulher, em um estado tão machista como o nosso, não é só um desafio, é um ato de resistência. Os índices de todos os tipos de violência contra a mulher em Mato Grosso e de feminicídios apontam que sobreviver ilesa à essas estatísticas é realmente um desafio”.

“O que me move todos os dias é pensar que estou ajudando a construir um estado melhor para os meus filhos e para os filhos de todos os mato-grossenses viverem. Muitas pessoas me perguntam com concilio a função deputada com a de mãe, de esposa. Eu respondo que é assim, pensando no que estou construindo para o coletivo”.

Adenir Carruesco (Foto: Assessoria)

Adenir Carruesco
Presidente do Tribunal Regional do Trabalho de Mato Grosso (TRT-MT)

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“A nossa cultura mundial foi forjada sob um olhar masculino. Vejo necessidade de sempre voltar a esse debate, porque, apesar de a legislação nos garantir igualdade, essa igualdade não se mostra na realidade. Há necessidade de debates sobre o tema. A luta de muitas mulheres garantiu os avanços que hoje temos. Mas, não podemos nos acomodar. Precisamos continuar avançando”.

“Não existe uma receita pronta para o sucesso, mas acredito firmemente que a combinação de trabalho árduo, perseverança diante dos desafios e uma dedicação incansável são fundamentais. Além disso, é crucial manter a fé em si mesma e na capacidade de ser uma força de mudança positiva”.

Glaucia Amaral (Foto: Assessoria)

Glaucia Amaral
Advogada
Procuradora do Estado de Mato Grosso (PGE-MT)

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 “Ser mulher ainda é um desafio em razão de todas as nossas características. Homens e mulheres são indivíduos naturalmente diferentes, socialmente – infelizmente, por circunstâncias que não são dessa geração, mas históricas. Foram educados de formas diferentes e a gente ainda tem na sociedade alguns limites para as mulheres, quando se fala em vocação profissional, quando se fala em remuneração, na forma como a mulher é vista. A mulher é educada para espaço privado e o homem é educado para espaço público, e nós nesta geração estamos fazendo essa transição”.

“Tenho certeza de que vamos superar e evoluir em diversos aspectos e classes. A forma de viver de antigamente causou diversos traumas, prejuízos e violências contra à mulher. Acredito que o futuro da mulher é a superação. Estamos caminhando para uma modificação”.

Luciene de Carvalho (Foto: Assessoria)

Luciene de Carvalho
Escritora
Presidente da Academia Mato-grossense de Letras

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“Ser mulher é o fluxo da natureza, é o nome que se dá às fêmeas da raça humana.  O difícil é lidar com a cultura social machista, a cultura patriarcal que estrutura instituições, colocando a mulher como secundária serviçal… Isso é desafiador, mas eu acredito que estamos em trânsito.  Estamos no momento da história humana em que o feminino se coloca de forma essencial, com valores e necessidade. A questão do feminismo como igualdade e condição humana que nos permite.  Porque já não dá mais para vivermos os valores que vivemos antes. Não cabe mais, o mundo está em trânsito. Hoje os valores, as instituições, a compreensão individual, são percebidas que existe um modernismo social, que é equalizar a sociedade”.

“Antes da literatura me encontrar, havia caminhos de auto sustento na medida que fui trabalhando. Tudo isso é imenso porque não tem um caminho marcado no estado de Mato Grosso.  A carreira literária que se propõe em gerar auto sustento. Mas é muito importante dizer que fui incluída por narrar para todas as classes e para todos os gêneros. Quando a literatura se coloca no lugar de carreira, vai além de um pires na mão com um ilustre. Aí você alcança o sucesso.  Então, a cada desafio que enfrento, deixo construído o meu lugar, abro outras possibilidades, caminhos, portas e janelas”.