MATO GROSSO

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Bastidores do poder

Coluna de notas apuradas diretamente dos corredores da Câmara dos Deputados, Ministérios, Palácio do Planalto, Senado Federal, Supremo Tribunal Federal e demais tribunais superiores.

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5ª versão

A 5ª versão do “PL anti-facção” apresentado pelo deputado Derrite segue com votação incerta. O relator não desiste de retirar poder da PF. (Foto: Bruno Spada / Agência Câmara)

Em seu quinto parecer ao Projeto de Lei (PL) 5582 de 2025, chamado de “PL antifacção”, o relator da matéria – deputado e secretário de Segurança Pública  de São Paulo licenciado – Guilherme Derrite (PP), manteve o núcleo do chamado “marco legal do combate ao crime organizado”, que cria tipos penais autônomos para organizações criminosas “ultraviolentas”. O texto estabelece penas de 20 a 40 anos para crimes como domínio territorial, ataques a forças de segurança e sabotagem de serviços públicos. A proposta prevê a criação de um banco nacional de dados sobre as facções para agilizar a perda das propriedades pertencentes aos criminosos e alocar os líderes das facções em presídio federal de segurança máxima. Apesar de recuos pontuais, o relatório mantém a limitação da atuação da PF. 

 

 

Sem PF

Novo parecer do PL anti-facção mantém limitação do poder de investigação da Polícia Federal. (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

O quinto parecer do deputado Guilherme Derrite (PP-SP) ao “PL anti-facção” ivulgado na tarde terça-feira, 18 de novembro, continua impondo restrições significativas à atuação da Polícia Federal (PF). A proposta mantém o desvio dos recursos de apreensões para fundos estaduais de segurança, o que esvazia financeiramente a PF. O texto ainda submete a corporação federal a forças-tarefa integradas com estados, limitando sua autonomia investigativa. A mudança na destinação de bens apreendidos, antes voltada ao fundo federal (Funapol), agora beneficia principalmente os estados, mesmo em operações lideradas pela PF. As alterações representam um claro enfraquecimento do braço federal de investigação, em contraste com a proposta original do governo. O movimento ocorre em meio a pressões políticas e investigações da PF que atingem aliados do “centrão”.

 

 

PF na CPI

O diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, durante depoimento na CPI do Crime Organizado no Senado, defendeu o fortalecimento da PF e a descapitalização financeira das facções como eixos centrais do combate ao crime. (Foto: Alessandro Dantas / Agência Brasil)

Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do crime organizado, do Senado, nesta terça, 18, o diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, defendeu a descapitalização financeira como principal estratégia contra o crime. Ele alertou que a definição atual de “crime organizado” é aplicada de forma indiscriminada, prejudicando o combate. Rodrigues destacou o crescimento expressivo das apreensões: de R$ 1 bi em 2022 para R$ 9 bi em 2025. O diretor enfatizou a PF como uma espécie de agência nacional no enfrentamento, citando a necessidade de atualização tecnológica para acompanhar o crime digital. A cooperação internacional e as forças integradas nos estados foram apontadas como fundamentais. Rodrigues reagiu negativamente ainda de forma contundente às tentativas do relator do “PL antifacção”, deputado Derrite, de enfraquecer a instituição.

 

 

Racha em SC

Bolsonaro impõe chapa familiar em SC e gera racha na direita catarinense. (Foto: Billy Boss / Agência Câmara)

Em manobra para eleger o filho Carlos Bolsonaro – vereador carioca pelo PL – ao Senado por Santa Catarina (SC), o ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) forçou a deputada Caroline de Toni a desistir da disputa e aceitar o cargo de vice-governadora na chapa do governador Jorginho Mello (PL), que tentará reeleição em 2026. Com as vagas ao Senado garantidas para o filho 02 e para o atual senador de Esperidião Amin (PP), que também tentará reeleição. A intervenção do ex-presidente resolveu o conflito dentro do PL, mas inviabilizou a aliança com PSD e MDB. Preteridos, o prefeito de Chapecó, João Rodrigues (PSD), ameaça concorrer ao governo estadual, e o MDB de Carlos Chiodini, que também sonha em se eleger senador. A solução familiar criou um problema político maior, fragmentando a base bolsonarista.

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Sem candidato

O ex-presidente Bolsonaro só deverá revelar seu apoio às vésperas do primeiro turno, priorizando quem estiver à frente das pesquisas contra o presidente Lula. (Foto: Montagem / Internet)

Fontes consultadas por esta coluna, ligadas ao ex-presidente Jair Messias Bolsonaro, afirmam que a estratégia eleitoral do bolsonarismo em 2026 será o de não anunciar o apoio oficial a um determinado candidato à Presidência da República, o que manterá em aberto o apoio a múltiplos nomes. A decisão beneficia o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), que ganha tempo para captar eleitores bolsonaristas, mas desfavorece Tarcísio de Freitas (Republicanos), governador de São Paulo, que precisa definir se renuncia, ou não, à reeleição em São Paulo. Bolsonaro avalia que quanto mais candidatos do campo conservador houver, em 2026, maiores as chances de forçar a disputa de um segundo turno. Assim, a aposta do bolsonarismo é que deverão ser candidatos, além de Caiado, a esposa Michelle Bolsonaro, e hoje os governadores de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo); do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite (PSD).

 

 

Banco Master

PF desmonta esquema bilionário com títulos fantasmas entre Master e BRB. (Foto: Reprodução / Internet)

A prisão do banqueiro Daniel Vorcaro e de mais quatro diretores do Banco Master ocorrida nesta terça, 18, pela PF, revelou uma fraude de R$ 12,2 bilhões com títulos de crédito falsos vendidos ao Banco de Brasília (BRB). A investigação da PF aponta que contratos foram fabricados em um único cartório de São Paulo para justificar transferências irregulares ao banco público. O esquema usou duas associações de servidores da Bahia – sem movimentação real – como laranjas. O presidente do BRB, Paulo Henrique Costa, assumiu total responsabilidade pelas operações e foi afastado. O Banco Central do Brasil (BCB) decretou liquidação do Master, cujo modelo de negócio já era considerado de alto risco pelo mercado. A fraude foi descoberta durante auditoria que analisava a compra do Master pelo BRB, vetada em setembro pelo BCB.

 

 

Banco Master 2

PF prende presidente do Banco Master e expõe risco de R$ 1 bi aos cofres previdenciários do RJ. (Foto: Reprodução / Internet)

A prisão do presidente do Banco Master, Daniel Vorcaro, pela Polícia Federal, expôs o risco de mais de R$ 1 bilhão do fundo de previdência dos servidores do Rio de Janeiro (Rioprevidência). O Tribunal de Contas do Estado já havia alertado em outubro sobre os R$ 960 milhões aplicados em títulos do banco, mesmo com fortes indícios de crise na instituição. Nesta terça-feira (18), o BC decretou intervenção e liquidação do Master. A conselheira do TCE-RJ, Mariana Willeman, havia criticado a “concentração crítica” de recursos públicos em um banco com “situação extremamente duvidosa”. O caso ameaça os proventos de 235 mil servidores estaduais e levanta questionamentos sobre a gestão de recursos durante o governo do atual governador Cláudio Castro (PL).

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Banco Master 3

Escritório da esposa de Alexandre de Moraes atuou para Banco Master preso por fraude bilionária. (Foto: Ricardo Stuckert / Secom-PR)

O Banco Master, cujo dono Daniel Vorcaro foi preso pela PF por fraude de R$ 12,2 bi em títulos falsos, contratou o escritório da esposa do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, Viviane Barci de Moraes. O escritório Barci de Moraes representou a instituição em ações judiciais e aliados do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro usam o fato para questionar a legitimidade do ministro, em meio à operação que também levou à liquidação do Banco Master pelo BCB. Em 2023, o banco também já contratou outro ex-ministro do STF, Ricardo Lewandowski, atual ministro da Justiça e da Segurança Pública, após sua aposentadoria na Suprema Corte. Moraes foi relator da condenação de Jair Bolsonaro a 27 anos por crimes como golpe de Estado e organização criminosa. 

 

 

Carros elétricos

Renault e Geely anunciam R$ 3,8 bi em parceria industrial no Paraná. (Foto: Cadu Gomes / Secom-VPR)

A Renault e a chinesa Geely formalizaram nesta terça, 18, uma parceria de R$ 3,8 bilhões para desenvolvimento de tecnologias eletrificadas no Paraná. O anúncio, feito no Complexo Ayrton Senna em São José dos Pinhais – região metropolitana de Curitiba, está diretamente vinculado ao programa Mobilidade Verde e Inovação (Mover) do governo federal. A Geely passará a deter 26,4% da Renault Brasil no acordo. A aliança resultará em três novos modelos – dois da Geely e um da Renault – com produção prevista para o segundo semestre de 2026. Em 2027, será desenvolvida uma nova plataforma eletrificada para a Renault. O vice-presidente Geraldo Alckmin destacou que o Mover, que prevê R$ 19,3 bilhões em incentivos até 2028, criou ambiente favorável para os investimentos. O complexo industrial paranaense passará a fabricar veículos de ambas as marcas, integrando o Brasil às cadeias globais de eletrificação.

 

 

Infraestrutura

Wellington Fagundes durante vistoria no Rio Paraguai, em Cáceres (MT), defende ações de dragagem para recuperar a navegabilidade do rio, essencial para o escoamento de produção e turismo regional. (Foto: Divulgação / Frenlogi)

O senador e pré-candidato ao governo de Mato Grosso (MT), senador Wellington Fagundes (PL), acompanhou nesta última segunda-feira, 17 de novembro, uma vistoria do Departamento Nacional de Infraestrutura Terrestre (DNIT) no Rio Paraguai, em Cáceres (MT), onde o assoreamento do rio compromete a navegabilidade e o escoamento de produção. Presidente da Frente parlamentar de logística e infraestrutura (Frenlogi), Fagundes cobrou ações urgentes de dragagem no trecho de acesso à baía, que impede a atracação de embarcações há dez anos. Na oportunidade, ele anunciou a inclusão de mais 20 quilômetros de intervenção até o Rio Sepotuba, dependendo de licenças ambientais. Em visita à Catedral de Cáceres, inspirada na Notre-Dame de Paris, França, Wellington Fagundes se comprometeu ainda a buscar recursos no Ministério da Cultura (MinC).

 

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