No entanto, em vídeo publicado nas redes digitais por seu advogado, a ainda parlamentar afirma que se entregou às autoridades policiais da Itália para tentar não ser extraditada para o Brasil, onde deve cumprir pena de 10 anos de reclusão.
Por Humberto Azevedo
A deputada Carla Zambelli (PL-SP) foi presa na Itália nesta terça-feira, 29 de julho, após uma operação conjunta da Polícia Federal (PF) com a Interpol e agências italianas. Ela tinha fugido para a Itália depois de ter sido condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a 10 anos de prisão no caso da invasão hacker ao sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e tentar violar a segurança da justiça eleitoral.
Zambelli será agora “submetida ao processo de extradição, conforme os trâmites previstos na legislação italiana e nos acordos internacionais dos quais o Brasil é signatário”. No entanto, em vídeo publicado nas redes digitais por seu advogado, Fabio Pagnozzi, a ex-parlamentar afirma que se entregou às autoridades policiais da Itália para tentar não ser extraditada para o Brasil, onde terá que cumprir pena de 10 anos de reclusão.
No vídeo, o advogado de Zambelli comentou que Zambelli “não foi presa e, sim, decidiu se entregar às autoridades italianas para se defender” e tentar reverter o processo de extradição que fará com que ela volte ao Brasil onde foi condenada em regime fechado por dez anos após ser condenada no caso em que tentou violar a segurança da justiça eleitoral.
INFORMAÇÕES PRELIMINARES
Também pelas redes digitais, em seu perfil no antigo “Twitter” – atual “X”, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou que tomou conhecimento da prisão da deputada Carla Zambelli pela imprensa e que ao consultar o ministro da Justiça e da Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, recebeu apenas “informações preliminares”.
“Aguardamos as manifestações oficiais do Ministério da Justiça e do governo italiano. Importante lembrar que as providências que cabem à Câmara já estão sendo adotadas, por meio da Representação que tramita na CCJC [Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania], em obediência ao Regimento e à Constituição. Não cabe à Casa deliberar sobre a prisão – apenas sobre a perda de mandato”, disse Motta.
PEDIDO DE URGÊNCIA
Já o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ), afirmou que acionará a “Casa do Povo” para tão logo aprecie a cassação do mandato de Zambelli. Segundo o petista, a “permanência de Zambelli no cargo representa um escárnio ao Estado de Direito e um atentado à moralidade pública”. “A democracia não pode ser refém de criminosos condenados. A Câmara tem o dever constitucional de agir com firmeza e urgência”, falou.
“Diante da prisão de Carla Zambelli, protocolei requerimento à Comissão de Constituição e Justiça solicitando o encaminhamento imediato do processo à Mesa Diretora para a declaração da perda de mandato, conforme determina o artigo 55, incisos IV e VI, da Constituição. Não há espaço para tergiversações: não existe previsão legal para o exercício remoto, clandestino ou fictício do mandato por quem está condenada, presa e em processo de extradição”, afirmou Lindbergh.





















