Por Caco Pereira
Combater o racismo é uma das pautas mais urgentes que temos. Não é moda, não é exagero, é necessidade.
Mas, essa semana, em Joinville, a Câmara de Vereadores gastou tempo discutindo… a etiqueta de uma garrafa de café.
Sim: “café preto” virou tema legislativo.
Tudo começou com uma reclamação na ouvidoria, dizendo que o termo poderia ter conotação racista. A queixa foi levada à sessão, e pronto: vereadores, servidores e parte da imprensa mergulharam no debate.
A pauta? Se a etiqueta da garrafa precisava mudar.
Enquanto isso, problemas de verdade — como racismo estrutural, violência, educação, saúde e mobilidade — continuam na fila de espera.
Esse tipo de discussão, quando vira prioridade, acaba sendo um tiro no pé da própria causa. Porque esvazia uma luta legítima, transformando-a em polêmica de corredor.
O resultado? Quem não leva a sério o combate ao racismo ganha munição para desdenhar do assunto.
Sensibilidade e revisão de linguagem são importantes, claro. Mas o foco tem que estar em ações que mudem vidas — e não só rótulos.
Porque, no fim, a etiqueta pode até mudar… mas, se o racismo continuar igual, o café vai ser o mesmo.















