CENTRO-OESTE

Pesquisar
Feche esta caixa de pesquisa.
De olho...

Bastidores do poder

Coluna de notas apuradas diretamente dos corredores da Câmara dos Deputados, Ministérios, Palácio do Planalto, Senado Federal, Supremo Tribunal Federal e demais tribunais superiores.

publicidade

Michelle

Praticamente sem chance de se reeleger senador pelo seu estado, Piauí, Ciro Nogueira queria ser vice de Tarcísio, mas já avalia que uma candidatura da ex-primeira-dama manteria unido o bolsonarismo. (Foto: Kebec Nogueira / Metrópoles)

A reportagem desta coluna apurou junto a interlocutores do ex-presidente Jair Messias Bolsonaro (PL) e da cúpula do partido presidido pelo ex-deputado Valdemar da Costa Neto, que com a decisão do governador de São Paulo – Tarcísio de Freitas (Republicanos) – ser candidato em 2026 apenas à reeleição, ganha cada vez mais força a candidatura ao Palácio do Planalto da ex-primeira-dama e presidenta do “PL Mulher”, Michelle Bolsonaro. Para composição na chapa, estuda o nome do senador e presidente nacional do PP Ciro Nogueira (PI) como candidato à vice-presidência. Ciro, já teria aceitado a ideia, mas com o desafio de convencer os demais dirigentes do próprio partido e da federação que faz parte com o União Brasil, de que esta chapa seria competitiva frente a tentativa de reeleição do presidente Lula (PT) mantendo o seu vice, Geraldo Alckmin (PSB), para mais um mandato.

 

 

Radicais

Caso Eduardo Bolsonaro tenha o mandado de prisão expedido pelo STF, o que praticamente impediria ele de retornar ao país sem ser preso, o filho “zero três” do ex-presidente afirma que será candidato à distância. (Foto: Vinícius Schimidt / Metrópoles)

Só que esta possibilidade de uma chapa com Michelle e Ciro Nogueira para manter o bolsonarismo vivo e unido “racha” a família do ex-presidente ao meio. A ideia teria sido muito bem-vinda pelo senador Flávio Bolsonaro e pelo próprio Jair, mas tem o veto total de Eduardo Bolsonaro, que se encontra nos Estados Unidos (EUA) desde março para fazer lobby junto ao governo de Donald Trump contra o atual governo brasileiro e o ministro da Suprema Corte, Alexandre de Moraes. O “zero três”, como é chamado pelo próprio pai, vem dizendo a aliados que está cansado da “linha institucional” que é defendida por Valdemar, Ciro e Tarcísio. E como forma de assumir a liderança dos radicais do bolsonarismo, Eduardo estaria cada vez mais convencido de manter a sua candidatura ao Planalto pelo PRTB, onde transformaria o partido que abrigou o youtuber Pablo Marçal como candidato a prefeitura de São Paulo (SP), em 2024, no berço do “bolsonarismo raiz”.

 

 

A volta do PSDB

Aécio, que quase não se reelegeu deputado federal em 2022 se não fosse o Quociente Eleitoral (QE) e Quociente Partidário (QP), aposta no regresso de Ciro Gomes ao ninho tucano para fazer o PSDB grande novamente. (Foto: Valter Campanato e Zeca Ribeiro / Agência Brasil e Câmara)

Enquanto isso, o ex-governador mineiro, ex-senador e deputado Aécio Neves, que volta a presidir nacionalmente o PSDB a partir de dezembro, afirma aos aliados que está com um plano ambicioso para trazer novamente o PSDB à cena política brasileira. A ideia de Aécio é fazer o partido lançar candidatos, que segundo ele serão “competitivos” para governos estaduais encabeçados pelo presidenciável Ciro Gomes (ainda no PDT) para reerguer o partido. A meta de Aécio é eleger 30 deputados federais, número quase três vezes maior que o número alcançado pela legenda em 2022: 13. Derrotado por Dilma Rousseff (PT) em 2014 numa campanha que até hoje não foi aceita pelo tucano mineiro, que à época acusou a vitória da petista de fraude eleitoral – o que foi mais tarde refutado pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE), e que teria incensado a campanha pelo impeachment da então mandatária.

 

 

Vitória ruralista

A FPA apresentou diversas emendas para adequar o texto da proposta, que segue agora para o Senado, à realidade do setor agropecuário. Três delas foram incorporadas pelo relator, deputado Arthur Lira (PP-AL), que é vice-presidente da entidade. (Foto: Lula Marques / Agência Brasil)

A bancada ruralista comemorou a aprovação do projeto que concede isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil com garantias para o produtor rural. De acordo com a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), foi assegurado no texto aprovado a tributação da atividade rural com base no lucro e não no faturamento. Para a entidade, esta medida evita distorções em anos de safra negativa ou de altos custos de produção. Outro ponto comemorado pela FPA foi a exclusão dos rendimentos obtidos com instrumentos financeiros do agronegócio, como Letra de Crédito do Agronegócio (LCA), Certificado de Recebíveis do Agronegócios (CRA), Certificado de Direitos Creditórios do Agronegócio (CDCA), Certificados de Depósito Agropecuário (CDA), Título de Subscrição (Warrants Agropecuários WA) e Cédula de Produto Rural (CPR), da base de cálculo da tributação mínima.

Leia Também:  CI vai debater tempo de descanso dos caminhoneiros

 

 

Vitória ruralista 2

Parlamentares ruralistas comemoram que compensações arrecadatórias para garantir isenção do imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil preservaram os títulos do agro e regras contra a bitributação. (Foto: Divulgação / FPA)

Para o presidente da FPA, deputado Pedro Lupion (PP-PR), as conquistas alcançadas pelo setor rural no texto aprovado pelo plenário da Câmara por 493 votos a favor e nenhum contra, respeitam a “realidade da atividade agrícola, marcada por riscos e volatilidade, e garante que o imposto incida sobre o resultado efetivo do produtor”. De acordo com Lupion, “a manutenção desses títulos fora da base é essencial para que o agro continue contando com mecanismos de financiamento que sustentam a produção no país”. Já o deputado Arnaldo Jardim (Cidadania-SP), outro vice-presidente da FPA, o ajuste incluído para evitar a bitributação do setor garante “equilíbrio e previsibilidade”, evitando que produtores e investidores “arquem com uma carga maior do que a estabelecida no sistema financeiro”.

 

 

Estados e municípios

Aprovado no Senado e sancionado pelo presidente Lula, a nova lei entra em vigor com efeitos a partir de 1º de janeiro de 2026. Após a sanção, o governo terá que regulamentar a legislação para aplicar a tributação mínima e a forma de cálculo do redutor para lucros e dividendos. (Foto: Marcelo Camargo / Agência Brasil)

A aprovação da proposta que concede isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil preservou ainda possíveis perdas de arrecadação nos entes federativos administrados por governadores e prefeitos. A nova legislação prevê compensações trimestrais a estados, ao Distrito Federal (DF) e aos municípios, com recursos da União. Além disso, qualquer arrecadação excedente será destinada ao cálculo da alíquota de referência da Contribuição de Bens e Serviços (CBS) no ano seguinte. O projeto também institui uma tributação mínima para pessoas físicas com rendimentos anuais acima de R$ 600 mil ou recebimento mensal de lucros e dividendos acima de R$ 50 mil por mês de uma mesma empresa. A alíquota máxima aplicada será de 10%, com regras que evitam a redução do tributo por incentivos fiscais já existentes para as empresas.

 

 

Ruralistas do PT

O novo número do endereço da FPA foi motivo de risadas, entre jornalistas e políticos: três vezes PT. (Foto: Divulgação / FPA)

A inauguração da nova sede da FPA nesta semana, em Brasília, no luxuoso bairro nobre da capital federal do Lago Sul, chamou a atenção. Não só pelo novo espaço, maior, mas pela numeração do endereço. Antigamente situada na Quadra do Lago (QL) 10, Conjunto 8 e Casa 19; o novo endereço foi motivo de boas risadas até entre os mais bolsonaristas, que integram a entidade: Quadra Interna (QI) 13, Conjunto 13 e Casa 13. Desta forma, no linguajar habitual dos residentes em Brasília, o novo endereço da bancada ruralista é 131313, com três vezes repetindo o número eleitoral atribuído ao Partido dos Trabalhadores (PT) no início da década de 80 pela justiça eleitoral com o fim do bi-partidarismo entre Aliança Renovadora Nacional (Arena) e Movimento Democrático Brasileiro (MDB).

Leia Também:  Biquini Cavadão vem a Cuiabá com a turnê “As Voltas Que o Mundo Dá” neste fim de semana

 

 

Transnordestina

A finalização dos 1061 quilômetros da primeira fase possibilitará a conexão com outras ferrovias como a Ferrovia Norte-Sul (FNS). O objetivo é integrar o interior dos estados nordestinos aos portos de Pecém, no Ceará, e Suape, em Pernambuco. (Foto: Divulgação / TLSA)

As cidades do entorno da ferrovia Transnordestina se preparam para o início da operação comissionada neste mês de outubro. Nesse período de testes, serão feitos transportes de cargas, como soja, milho, farelo de soja e calcário entre Bela Vista do Piauí (PI) e Iguatu (CE). A primeira fase das obras já alcançou 76% de avanço físico, com seis lotes em construção e dois ainda a serem contratados. Desde 2023, os recursos para financiamento da Transnordestina são captados pela Secretaria Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros (SNFI) do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR). A conclusão de 19 estações da ferrovia, interligando os estados do Ceará, Pernambuco e Piauí, será viabilizada com o investimento total de R$ 15 bilhões, dos quais R$ 4,4 bilhões são de contribuição do governo federal.

 

 

Transnordestina 2

A Transnordestina corta o coração do semiárido, onde se espera um crescimento estimado anual de R$ 7 bilhões, transportará grãos, fertilizantes, cimento, combustíveis, minério, etc. (Foto: Divulgação / TLSA)

Um dos diferenciais estratégicos da Transnordestina são os terminais logísticos. Ao todo, serão seis terminais construídos pela concessionária ao longo dos 1.750 km da ferrovia. O Terminal Intermodal do Piauí (PI) e o Terminal Logístico de Iguatu (CE) já foram iniciados, e os demais ainda terão a localização definida. Com um montante de R$ 3,6 bilhões, proveniente do Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), faz parte de um termo aditivo assinado em 2024, que estabeleceu desembolsos de até R$ 1 bilhão até 2027, quando a primeira fase deve ser concluída. O impacto econômico e social da ferrovia será gerado em sinergia com outras obras implementadas pelo MIDR na região Nordeste, sobretudo infraestruturas para segurança hídrica e irrigação, como a Transposição do Rio São Francisco. 

 

 

Agricultura irrigada

A modernização da portaria também estabelece conceitos mais claros e requisitos objetivos para a formalização dos Polos. Além disso, a iniciativa passará a integrar a Política Nacional de Irrigação (PNI), assim que for publicado o decreto de regulamentação do setor. (Foto: Divulgação / Secom-MIDR)

O Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional (MIDR) publicou nesta semana a Portaria 2982 de 2025, que atualiza e aprimora as regras para o reconhecimento dos Polos de Agricultura Irrigada no Brasil. A medida substitui a Portaria 2154 de 2020, trazendo avanços importantes para fortalecer a irrigação como estratégia de desenvolvimento regional e de valorização do setor agropecuário. A revisão da norma reflete o novo cenário do setor, que se consolidou nos últimos anos como uma ferramenta fundamental para o desenvolvimento sustentável e a segurança alimentar. Entre as principais inovações, destaca-se a criação do Comitê de Reconhecimento dos Polos, que passa a reunir representantes técnicos para analisar os pedidos de reconhecimento. O colegiado vai permitir que os critérios sejam debatidos em um ambiente coletivo, garantindo mais transparência e consistência nas decisões.

 

COMENTE ABAIXO:

Compartilhe essa Notícia

publicidade

publicidade