Dois dos três senadores de Mato Grosso se posicionaram contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que amplia o foro privilegiado dos congressistas, conhecida como “PEC da Blindagem”. A proposta, que visa proteger parlamentares de investigações e prisões, além de garantir o retorno da votação secreta em questões polêmicas, já foi aprovada na Câmara Federal e segue para análise no Senado.
O senador Jayme Campos (União) criticou veementemente a PEC, chamando-a de “aberração” e afirmando que ela sucumbirá o Judiciário brasileiro. “Isso vai sucumbir a nossa Justiça. Uma vergonha para o país. Como você vai proteger quem comete crime, seja ele hediondo ou contra a administração pública?”, questionou. Campos ressaltou que a proposta criaria uma “casta” no país, incluindo até presidentes de partidos, e disse que votará contra a PEC. “Isso não traduz os anseios da sociedade brasileira”, completou.
A senadora Margareth Buzetti (PP) também se opôs à proposta, argumentando que ela enfraquece o Parlamento e passa à sociedade a impressão de que políticos estão buscando se proteger, independentemente da gravidade das acusações. “Esse tipo de blindagem coloca em dúvida o caráter e a responsabilidade dos representantes eleitos”, afirmou, destacando que a sociedade precisa de transparência e compromisso com a justiça.
O senador Wellington Fagundes (PL) ainda não se manifestou sobre sua posição em relação à PEC. A reportagem fez diversas tentativas de contato, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição.
A PEC foi aprovada na Câmara com 344 votos favoráveis e 133 contrários. Seis dos oito deputados federais de Mato Grosso votaram a favor da proposta. Apenas os deputados Emanuelzinho e Juarez Costa, do MDB, foram contrários. O texto segue agora para o Senado, onde será analisado pelos senadores.























