Goleada para o Flamengo por 5 a 1 foi a ratificação de um dos momentos mais vergonhosos do Leão, que veio com a indubitável assinatura do presidente do clube, Yuri Romão
O Sport foi humilhado. Rebaixado em campo e fora dele. A goleada, na noite de sábado, por 5 a 1, para o Flamengo, na Arena de Pernambuco, foi a ratificação de um dos momentos mais vergonhosos em 120 anos de história do clube. E que veio com a indubitável assinatura do presidente do clube, Yuri Romão.

O mandatário rubro-negro precificou a dignidade do clube ao permitir a venda, por R$ 3 milhões, a operação do jogo contra o Flamengo para uma empresa privada. A ação permitiu que o clube carioca tivesse 30% da torcida no estádio – o triplo do mínimo obrigatório.
Yuri Romão, nesta semana, mostrou-se arrependido da venda – mas já era tarde demais. A maioria dos 19.706 torcedores presentes no estádio eram do rubro-negro carioca.
Resultado: pela primeira vez na história, o Sport atuou como mandante diante de mais torcedores do adversário do que do próprio clube. O grito do tradicional “Cazá, Cazá” esteve abafado pelas vaias flamenguistas.
O orgulho do torcedor do Sport – compartilhado pelos rivais Náutico e Santa Cruz – em bater no peito para dizer que “na nossa casa mandamos nós”, foi ferido como nunca.
O Flamengo foi perspicaz: aproveitou todo o contexto desde antes de a bola rolar. E tripudiou do time pernambucano como pôde.
Nas redes sociais, provocou ao dizer que o “Recife é Flamengo”; ao publicar um torcedor do Sport acenando a Bruno Henrique; e, claro, após golear e rebaixar o adversário, não deixou de mencionar o título de 1987 – reconhecido como do clube pernambucano na Justiça – para tentar ferir o Leão.
Em campo, os torcedores do Sport presentes, seguramente, não esquecerão a partida.
Após abrir o placar com Pablo – encerrando um jejum de seis meses sem marcar gols -, o Sport teve dois atletas expulsos em sete minutos. E o Flamengo, mesmo repleto de desfalques, fez o que dele se esperava: amassou o Leão. Foi impiedoso.
Com dois meses de salários atrasados, um técnico interino e uma equipe destroçada em campo, restou ao Sport a humilhação dos gritos de “olé” da torcida adversária.

Tudo isso no mesmo ano em que o Sport realizou um investimento recorde em contratações, com pelo menos R$ 60 milhões gastos (ou melhor: comprometidos, visto que muitas das parcelas em dívida sequer foram pagas).
O revés histórico, emblemático, ápice do desastre que foi – e é 2025 – para o Sport veio, no entanto, com um consolo: o presidente do Sport, Yuri Romão, informou na última sexta-feira que vai deixar o cargo ao fim do ano.
Caberá ao Sport agora renascer em 2026. Reconectar-se novamente com o torcedor, estancar as feridas e virar a página do fracasso institucional que marcou este ano para o clube.
Por Daniel Leal / Ge Recife











