Circuito no cerrado mato-grossense é o destino perfeito para os turistas que buscam o contato com a natureza
Por Vanessa Moreno
Berço das águas, fonte de vida e de belezas naturais. Essa é a Chapada dos Guimarães, cidade distante 60km de Cuiabá, cercada por paredões de arenito que abrigam florestas, cavernas, cachoeiras, nascentes de águas cristalinas e o segundo maior bioma da América do Sul: o Cerrado. Quem sobe a serra em busca de conexão com a natureza poderá desfrutar de tudo o que esse rico bioma tem para oferecer.
“O contato com a natureza é fantástico”, garante o guia de turismo Wagner Augusto, que há 13 anos encontrou em Chapada dos Guimarães um refúgio para quem veio da loucura de São Paulo capital.
Desses 13 anos em solo mato-grossense, 9 são dedicados ao turismo e todos os dias Wagner oferece passeios nos diversos atrativos da cidade “é legal as pessoas estarem no meio natural e ver a alegria delas, a felicidade de estar em contato com a natureza e conhecer todas as atrações aqui de Chapada”, afirma.
Dentre os roteiros mais procurados pelos turistas está o passeio Águas do Cerrado, realizado na Fazenda Buriti, onde tem uma trilha de 9 km (ida e volta) em meio ao cerrado. “É um passeio espetacular, são sete cachoeiras, pocinho do amor, jacuzzi natural, ofurôs e diversas atrações com águas minerais e cristalinas”, conta o guia.
Para chegar na fazenda é preciso percorrer uma distância de aproximadamente 70 km do centro de Chapada, sendo 35 km de asfalto e 35 km de estrada de chão, pois ela está localizada no limite entre Chapada dos Guimarães e Campo Verde. Logo na chegada o turista é recepcionado com um cafézinho e com a perneira, equipamento de proteção contra picadas de animais peçonhentos. Feito o check-in é hora de partir para a aventura.
A primeira parada é o Pocinho do Amor. Ele tem 1,80 de profundidade e sua água é cristalina e mineral, pois logo acima dele há uma das nascentes presentes no Circuito Águas do Cerrado. Já o segundo atrativo e primeira cachoeira do percurso é a Cachoeira do Sossego, que leva esse nome por ser o local mais sossegado da trilha.
Logo em seguida fica a Cachoeira da Pedra Furada ou do Coração, onde rende lindas fotos, pois a queda d’água passa por um buraco formado na rocha, que também tem o formato de um coração. Acima dela tem vários pocinhos para banho e, a cerca de 3 km de distância, tem outra nascente.
Mais abaixo está a Cachoeira do Cambará, com uma queda pequena, mas muito relaxante e é nessa cachoeira que o turista precisa se preparar, pois a próxima cachoeira está localizada a 3,5km de distância.
A trilha oferece, além de tudo, um passeio pela história geológica do cerrado, que como explica o guia durante a caminhada, há milhões de anos era uma grande floresta que passou por um processo de transição sob forte influência do fogo, que fez com que a estrutura das árvores fosse alterada. “O que eu acho mais encantador no cerrado é toda a vegetação e as árvores do cerrado, porque há milhões de anos atrás isso aqui era uma grande floresta, depois passou por um momento de transição, começou a ter muito fogo e elas começaram a se contorcer, diminuir de tamanho, de grossura e ainda criar uma camada de proteção”, explica Wagner.
A Cachoeira das Orquídeas é a próxima parada e depois de andar mais de 3 km no sol, ela é o lugar perfeito para um banho refrescante, já que além da queda exuberante, nela tem um ofurô de hidromassagem natural e uma banheira.
O próximo destino é a Cachoeira do Mistério, que leva esse nome por conta da posição das pedras que estão abaixo da sua queda. A forma, como elas estão empilhadas é o grande mistério.
Depois seguimos para a Cachoeira da Pedra Encantada, o único ponto de banho da trilha que é possível aproveitar para nadar.
A última parada, que fecha o passeio com chave de ouro, é a Cachoeira Alma Gêmea, que tem duas quedas imponentes e altas, uma ao lado da outra.
Ao pegar o caminho de volta, o turista precisa caminhar por uma distância de 4,5 km e dá até para dar mais uma passada no pocinho do amor e aproveitar um último mergulho para se despedir desse passeio incrível. Mas se estiver muito cansado (a), a Fazenda Buriti oferece a comodidade de um transporte para o retorno.
Wagner é credenciado pelo Ministério do Turismo (Cadastur 13.022793.96-9), faz passeio todos os dias, conhece e conta as histórias de cada ponto de parada e não estabelece quantidade mínima de pessoas. Conheça o seu trabalho acessando sua página no Instagram: @chapadamt.
