Ministro do STF falou sobre percepções do governo atual e crise do coronavírus durante conversa no “Timeline”, programada Rádio Gaúcha
Da Sucursal de Brasília
Foi grande a repercussão da entrevista do ministro Gilmar Mendes, do Supremo Tribunal Federal (STF) ao Timeline, programa da Rádio Gaúcha na manhã desta sexta-feira (1º). Mendes apontou observações em relação à crise na política brasileira atual, engrandecida pela pandemia de coronavirus. Questionado sobre a hipótese de impeachment do presidente Jair Bolsonaro, afirmou não haver muitas conversas sobre tal possibilidade.
“Como o país enfrentaria um impeachment agora? É muito cedo, é preciso aguardar. Neste momento, não há uma insistência, impeachment parece uma palavra banida do vocabulário”, disse.
De forma sempre cautelosa, e demonstrando amadurecimento e amplo conhecimento, o ministro acredita que o tema, muito discutido em meio à atuação de Bolsonaro durante a pandemia, é uma “ampla construção desses anos todos, uma verbalização que vinha de Curitiba e da Lava Jato “.
Nesse contexto, ele ainda afirmou que considera a Lava-Jato a “mãe do bolsonarismo”, e que é necessário ter mais cautela para a análise de todas as informações que ainda serão trazidas pelo ex-ministro da Justiça,Ségio Moro.
Ainda menos hard e mais light, o ministro destacou que as escolhas de Moro, de acordo com Mendes, foram arriscadas, principalmente porque o ex-ministro estava “muito próximo desse movimento político” (bolsonarista). Mendes destacou que Moro teve “sucessivas derrotas” durante o período em que esteve presente no governo Bolsonaro, como a vez em que convidou a cientista política Ilona Szabó de Carvalho para assumir um cargo de suplente no Conselho Nacional de Política Criminal e Penitenciária (CNPCP). Moro teve que voltar atrás na indicação em razão de críticas feitas por bolsonaristas.
Elogios aos governadores
Com bom transito entre os governadores, Mendes avaliou na entrevita, que a crise provocada pelo surto de coronavírus no Brasil só não foi maior por conta da “boa atuação dos governadores”. Ele afirma que não há possibilidade de deixá-los de fora do diálogo de enfrentamento à pandemia.
Ourto assunto abordado, o desentendimento entre Bolsonaro e o ex-ministro Mandetta foi como se um meteorito tivesse se chocado com o país. Acredito que o Brasil restaurou a política dos governadores, num sentido positivo, pois há união em prol do bem-estar nacional, os Estados cumpriram as recomendações de isolamento social com êxito.
No final da entrevista, Gilmar Mendes Mendes finalizou afirmando em tom conciliar e nao uncendiário, ter observado Bolsonaro muito “angustiado com crise econômica”.
“O presidente ficou entre duas escolhas e priorizou a questão econômica. Isso obviamente tem consequências”, acrescentou.
Confira abaixo o podcast da entrevista com Gilmar Mendes: