Cúpula do TSE descarta adiar 2º turno após denúncia sobre inserções

Integrantes da cúpula do TSE descartaram para a coluna, nesta quarta-feira, qualquer chance de adiar o segundo turno das eleições deste ano, marcado para o próximo domingo. Nas últimas horas, alguns parlamentares usaram as redes sociais para pedir o adiamento do pleito em razão da denúncia de suposta fraude cometida por rádios na exibição de inserções eleitorais. A denúncia foi feita pela campanha de Jair Bolsonaro, que acusa emissoras de deixarem de veicular cerca de 154 mil inserções do presidente só durante o segundo turno. Ministros do TSE lembram que a data das eleições é determinada pela Constituição, que estabelece que o primeiro turno deve acontecer no primeiro domingo de outubro e o segundo turno, no último domingo do mês.

DENÚNCIAS DE INSERÇÕES

O presidente e candidato à reeleição, Jair Bolsonaro (PL), afirmou nesta quarta-feira que o caso das denúncias apresentadas pela sua campanha sobre supostas irregularidades na veiculação de inserções partidárias em rádios do país “não está encerrado”. Em conversa com a imprensa em Minas Gerais, Bolsonaro voltou a comentar a exoneração do funcionário do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que cuidava da área. A saída de Alexandre Gomes Machado do quadro de pessoal da Secretaria Judiciária do órgão foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta. “E o que vejo por parte do TSE é que ele quer dar por encerrado esse assunto como se o responsável fosse esse funcionário. Muito pelo contrário: esse funcionário disse há muito tempo que vinha falando sobre as inserções nossas que não iam ao ar. Não está encerrado esse assunto aí”, disse o presidente.

FISCALIZAÇÃO DAS URNAS

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) não aceitou novas sugestões das Forças Armadas acerca de fiscalização das urnas no segundo turno. O Ministério da Defesa encaminhou proposta de alterações no teste de integridade das urnas com biometria para a Corte eleitoral a menos de 10 dias do pleito, em 30 de outubro. O Ministério da Defesa sugeriu que, nos 20 estados onde o teste de integridade com biometria é realizado, todos os eleitores fossem abordados. Essa seria, segundo a Defesa, “uma oportunidade de conclusões mais precisas quanto à fiscalização”.

APOIO DE EX MINISTRO 

O ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Celso de Mello reforçou, nesta quarta-feira, seu voto em Lula (PT) no segundo turno das eleições deste ano. Celso de Mello diz que o presidente Jair Bolsonaro, adversário de Lula na eleição de domingo (30/10), terá o “destino infame reservado aos autocratas”. “Com a sucumbência eleitoral de Bolsonaro, cumprir-se-á, quanto a ele, o destino infame reservado aos autocratas (que são os governantes que buscam, incessantemente, a expansão ilimitada de seus poderes), fortalecendo-se, como uma das consequências virtuosas e inevitáveis resultantes da derrota nas urnas do atual Presidente da República, o primado essencial da fórmula democrática”, afirmou ex-ministro.

MINISTÉRIOS EM PAUTA 

O presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu que não pretende divulgar a estrutura do primeiro escalão do governo, caso ganhe as eleições de 2022, antes de ter vitória confirmada no segundo turno. Nesta quarta-feira, o candidato justificou que tem como prioridade vencer nas urnas e não quer criar “animosidades”. Questionado sobre a participação da terceira colocada no primeiro turno, Simone Tebet, na campanha e se ela seria atribuída como titular de algum ministério em um eventual mandato, Lula evitou cravar nomes. “Eu não vou sentar na cadeira antes ganhar. Depois que ganhar, eu vou começar a discutir ministério. Porque se antes eu indicar alguém, eu vou arrumar animosidades. Não está na hora de anunciar nada, está na hora de ganhar eleições”, respondeu.

COMENTÁRIO POLÊMICO

O presidente e candidato à reeleição Jair Bolsonaro (PL) disse nesta quarta-feira que o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) é “parcial” em favor do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O chefe do Executivo afirmou esperar uma decisão do presidente da Corte Eleitoral, Alexandre de Moraes, sobre o caso envolvendo a suposta ausência de inserções em rádio de comerciais da campanha do presidente. “Não está encerrado esse assunto aí. O presidente do TSE, estou esperando, aguardando dele porque ele é muito rápido, por exemplo, para punir, investigar empresários, prender gente. Agora, o problema está lá dentro do TSE e também com toda certeza o mínimo de boa vontade por parte do presidente do TSE pode chegar no PT”, disse em entrevista a jornalista em Uberlândia (MG).

DEMISSÃO POR ASSÉDIO MORAL

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) divulgou nota nesta quarta-feira em que afirma ter demitido Alexandre Gomes Machado por assédio moral. Também diz que alguns dos casos de assédio teriam “motivação política” e que abrirá “imediatamente” um processo administrativo contra o funcionário público. O Tribunal negou que tenha sido informado em 2018 sobre supostas falhas da Corte na fiscalização e acompanhamento das inserções de propaganda eleitoral no rádio e na TV, tal como afirmado pelo servidor em depoimento à PF (Polícia Federal).

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