Wilson Santos aponta que SEMA precisa se modernizar para prevenir crimes ambientais

Jean Gusmão

O deputado estadual Wilson Santos (PSD) defende que a Secretaria de Estado de Meio Ambiente precisa se modernizar, com equipamentos e capacitação dos técnicos, para se antecipar a ocorrências de crimes ambientais nos biomas de Mato Grosso.

O parlamentar fez a defesa após sobrevoar, no último dia 24, os 80 mil hectares de área degradada pelo pecuarista Claudecy Oliveira Lemesno,  Pantanal mato-grossense, no município de Barão de Melgaço. O pecuarista usou compostos químicos proibidos para promover o desmate da área. Wilson estava acompanhado do também deputado Carlos Avallone (PSDB), os dois são vice-presidente e presidente, respectivamente, da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da Assembleia Legislativa.

“A área virou um verdadeiro cemitério de árvores. É crime hediondo o que aconteceu,  provavelmente o maior crime ambiental das últimas décadas no país. Conversamos com um dos capatazes de uma das fazendas, e eles relataram anos e anos aplicando esse tipo de herbicida”, relata Wilson Santos.

“É muita audácia, muita audácia o que aconteceu. O fazendeiro já foi punido anteriormente, ele é audacioso, é reincidente nesse crime. Não sei quantos anos o ambiente ali vai necessitar para ser recuperado”.

Claudiney foi alvo de decisões judiciais que resultaram na indisponibilidade de 11 fazendas (Foto: Reprodução)

O deputado cobrou do Governo do Estado o cumprimento da lei 6.015/1992, de sua autoria, que veda a circulação de produto ou substância cujo consumo ou fabricação tenha sido proibido no país de origem.

Ele também defendeu que a SEMA precisa ter meios de se antecipar ao cometimento de crimes ambientais. “A SEMA precisa se modernizar e garantir equipamentos que possam detectar esse tipo de ação, antes que a porta seja arrombada, porque depois que ocorre todo o despejo dos herbicidas, dos agrotóxicos, a recuperação do meio ambiente é muito complicada”.

Medidas Judiciais

Esta semana, a secretária de estado de Meio Ambiente, Mauren Lazzaretti, participou, de forma remota, da reunião ordinária da Comissão de Meio Ambiente, Recursos Hídricos e Recursos Minerais da Assembleia Legislativa. Sobre a prevenção aos crimes ambientais como o que ocorreu no Pantanal, a secretária afirmou que já foi solicitada atualização no sistema de monitoramento para que seja possível identificar desmates químicos. Além disso, ela disse que a Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) fará pesquisas voltadas para o combate da prática.

Também foram explicadas as medidas judiciais que estão sendo tomadas contra os responsáveis pelo crime ambiental. “Foi feito um arresto de bens do pecuarista em relação à fazenda e foi nomeado um administrador judicial que vai coordenar a propriedade, por enquanto, até conseguir recursos para combater os crimes ambientais cometidos. Isso foi o que a secretária Mauren colocou para nós hoje”, disse o presidente da Comissão, deputado Carlos Avallone.

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