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sexta-feira, abril 19, 2024
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Varejo eleva, em 10 anos, representatividade no comércio

Pesquisa Anual de Comércio, divulgada hoje (27), no Rio de Janeiro, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que o segmento varejista passou a ser o mais representativo na atividade comercial brasileira em 2017 em relação a 2008, quando o atacado era o segmento mais forte.

O varejo respondeu por 45,5% da receita operacional líquida de R$ 3,4 trilhões do comércio nacional em 2017, contra 44,6% do setor atacadista e 9,9% do comércio de veículos, peças e motocicletas.

Segundo o técnico da Coordenação de Comércio e Serviços do IBGE, Jordano Rocha, o aumento da participação do varejo ocorreu devido à diminuição da participação do segmento de veículos, peças e motocicletas.

Analisando os últimos dez anos, observa-se que o comércio varejista subiu de uma participação na receita operacional líquida de 39,6% em 2008 para 45,5% em 2017, enquanto o comércio de veículos caiu de 16% para 9,9%.

O atacado manteve-se praticamente estável. Em 2008, ele participava com 44,4% e subiu para 44,6%. A receita operacional líquida é obtida reduzindo-se da receita bruta as deduções relativas às vendas canceladas, descontos, abatimentos, impostos e contribuições, que somaram R$ 384,5 bilhões em 2017.

A pesquisa revela, ainda, que 1,5 milhão de empresas registradas no país em 2017, englobando 1,7 milhão de unidades locais comerciais, registraram receita bruta de R$ 3,8 trilhões, sendo R$ 1,7 trilhão auferido pelo varejo e atacado cada, e R$ 360,6 bilhões pelo comércio de veículos, peças e motocicletas.

O setor do comércio ocupou 10,2 milhões de pessoas, às quais foram pagos R$ 226,7 bilhões em salários, retiradas e outras remunerações. O valor adicionado bruto obtido pela atividade comercial atingiu R$ 583,7 bilhões em 2017.

Variações

As principais variações de aumento na receita operacional líquida foram observadas em hipermercados e supermercados (2,7 pontos percentuais), passando de 9,8% para 12,5% em dez anos; no comércio varejista de produtos alimentícios, bebidas, fumo e minimercados (2,6 pontos percentuais), de 2,2% para 4,8%; e no comércio por atacado de produtos alimentícios, bebidas e fumo (2,1 pontos percentuais), de 6,3% para 8,4%.

No sentido inverso, as principais quedas da receita operacional líquida foram sentidas no comércio de veículos automotores (- 5,5 pontos percentuais), de 11,6% para 6,1%; no comércio por atacado de combustíveis e lubrificantes (-1,4 ponto percentual), de 12,7% para 11,3%; e no comércio por atacado de máquinas, aparelhos e equipamentos, inclusive tecnologia da informação (TI) e comunicação (-0,8 ponto percentual), de 4,5% para 3,7%.

Emprego

De acordo com a pesquisa, a maior parte, ou o equivalente a 74,3%, das 10,2 milhões de pessoas empregadas em 31 de dezembro daquele ano foram registradas no comércio varejista; 17% no comércio por atacado; e 8,7% no comércio de veículos, peças e motocicletas.

“Em emprego, não houve grandes mudanças na participação de cada segmento de 2008 para 2017. O varejo continua sendo o segmento que mais empregava, entre esses três. Em 2017, ocupava cerca de três quartos do pessoal ocupado em comércio”, disse Rocha.

Em 2008, o varejo tinha 72% do pessoal ocupado; o atacado, 17,5%; e o comércio de veículos, peças e motocicletas, 10,6%. “Na participação do emprego, não houve grandes mudanças”, disse.

Salários

O levantamento indica também que as empresas  pagaram, em 2017, salário médio mensal de 1,8 salário mínimo, mostrando estabilidade em comparação a 2008 (1,9 salário mínimo/mês). Já a divisão por grupos de atividades revela variações significativas.

Jordano Rocha informou que essa queda de 1,9 para 1,8 salário mínimo foi puxada pelo salário do comércio de veículos, peças e motocicletas que, em 2008, era de 2,3 salários mínimos e passou para 2 salários mínimos mensais, em 2017.

Os principais indicadores de emprego das empresas comerciais sinalizam que a média de pessoas ocupadas em 2008 e 2017 permaneceu a mesma no comércio por atacado (9) e no comércio de veículos, peças e motocicletas (6), enquanto no comércio varejista houve acréscimo de uma pessoa, passando de uma média de cinco pessoas ocupadas, para seis por empresa.

Análise regional

O salário médio mensal das empresas comerciais brasileiras foi de 1,8 salário mínimo em 2017. As regiões Sudeste e Sul apresentaram salários médios mensais acima da média (2 e 1,9 salário mínimo, respectivamente). Por outro lado, pagaram salários inferiores à média nacional as regiões Norte e Centro-Oeste (1,7 salário mínimo/mês, cada); e Nordeste, (1,4 salário mínimo).

Jordano Rocha disse que as posições, em termos das grandes regiões, permaneceram constantes entre 2008 e 2017. “A gente vê que o Sudeste, para todas as variáveis expostas, tem a maior participação, seguida pelo Sul, Nordeste, Centro-Oeste e Norte”. Destacou, porém, que embora não tenha havido mudança na posição de representatividade, ocorreu uma pequena desconcentração, já que o Sudeste teve redução na participação.

Fonte: Agência Brasil

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