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terça-feira, abril 16, 2024
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Estudantes de escolas públicas do interior do estado se encantam com o universo da robótica

“A robótica representa pra mim essa capacidade de correr atrás daquilo que a gente quer, sem ficar dependente de alguns fatores ou colocando a culpa nas pessoas. Buscar nossos sonhos, levantar a cabeça e seguir andando”, disse Vinícius Reis, de 16 anos, de Juína. Ao lado das colegas Amanda e Fernanda, ele conquistou o maior prêmio do Festival de Robótica, que levou em consideração o desempenho em todas as categorias.

O evento ocorreu na sexta e sábado (02 e 03), reunindo mais de 50 estudantes de cinco escolas públicas de Juína, Confresa, Campo Novo do Parecis, Colíder e Alta Floresta. O projeto recebeu recursos oriundos de condenações na Justiça do Trabalho e se destina a gerar oportunidades para crianças e adolescentes, além de combater o trabalho infantil e a evasão escolar.

Para chegar à capital, os jovens tiveram que percorrer longas horas de ônibus e até estrada de chão. Mas a animação era tanta que eles nem viram o tempo passar, tudo para viver a experiência de um campeonato de Robótica Lego.

Bruna Rodrigues da Silva, 15 anos, da Escola Estadual Ouro Verde, também de Alta Floresta, atribui à robótica a motivação nos estudos. “Eu comecei a ter mais vontade de ir à escola e a interagir com meus colegas, o que pra mim era bem difícil”.

A professora Silvaria Soares, também de Alta Floresta, entrou para o projeto em busca de aprender algo novo e acabou se apaixonando. “Todo professor é movido por desafios. O projeto me deu condições de perceber melhor meus alunos, ver as características e o desenvolvimento de cada um. Nós tínhamos estudantes muito bons, mas extremamente tímidos que foram transformados, e isso é a coisa mais gratificante para um educador”.

Além de entender de montagem de robôs, programação e design, os estudantes também foram desafiados a criar soluções para os problemas da água. Cada equipe escolheu um tema de pesquisa para aprofundar. Entre eles, o reuso da água do ar condicionado e a melhoria no PH.

“Nós temos alunos que não eram tão aplicados e agora são. A escola virou a segunda casa deles, uma família. É algo que eles vão levar para a vida toda”, pontuou o professor de Geografia Odair José Tomás, da cidade de Juína.

Durante a premiação, o juiz auxiliar da presidência do Tribunal Regional do Trabalho, Ivan Tessaro, emocionou-se ao lembrar da própria história de vida, já que estudou em um colégio rural em Confresa até os 14 anos. “Eu enxergo neles um pouco da minha história. Ao escolher esse projeto nós estamos combatendo o trabalho infantil e tratando as crianças como elas merecem ser tratadas. Estamos dando a elas oportunidade de aprender, crescer, interagir e, ao chegar a idade adulta, poderem ter um trabalho digno”.

Para a coordenadora Regional de Educação e Cultura do Sesi, Cíntia Silva, o maior prêmio é a alegria e a inspiração em ver nos olhos das crianças a possibilidade de um futuro diferente e de uma perspectiva nova. “O Sesi tem a satisfação de disseminar uma prática que tem muito resultado nas nossas escolas e que agora ganha um sentido mais amplo ao chegar a tantos jovens do interior do estado. Esse é o nosso desafio e a nossa missão”.

O evento foi realizado pela Justiça do Trabalho, por meio da Comissão para Erradicação do Trabalho Infantil do TRT de Mato Grosso (Ceti), em parceria com o Ministério Público do Trabalho (MPT) e o Serviço Social da Indústria (Sesi).

Premiação:

>> Prêmio Pesquisa – Equipe Tribo da Inovação de Colíder.

>> Prêmio Core Values – Equipe Teen Inventors de Alta Floresta.

>> Prêmio Design de Robô –   Equipe 4 Parecis de Campo Novo do Parecis.

>> Prêmio desempenho do Robô – Equipe Hidrotec de Confresa.

>> Prêmio Champions – Equipe Arthur Ram de Juína.

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