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quinta-feira, abril 18, 2024
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Cresce a preocupação dos industriais com o baixo consumo, afirma pesquisa

O baixo consumo, o excesso de estoques e a difícil situação financeira das empresas atrapalham a retomada da atividade industrial. A preocupação dos empresários com a falta de demanda não para de crescer e é o segundo principal obstáculo da indústria, atrás apenas da elevada carga tributária. A demanda interna insuficiente foi citada por 41,1% das empresas como um dos principais problemas enfrentados pelo setor no segundo trimestre deste ano. O número é 3,6 pontos percentuais acima do registrado no primeiro trimestre. Foi o quarto aumento consecutivo do percentual de assinalações, que está 10 pontos percentuais maior do que o verificado no quarto trimestre de 2018, informa a Sondagem Industrial de junho, divulgada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta segunda-feira, 22 de julho.

“A preocupação com a falta de demanda desestimula os empresários a aumentar a produção, fazer investimentos e criar empregos, o que dificulta ainda mais a recuperação da economia”, afirma o economista da CNI Marcelo Azevedo. Ele destaca que a demanda fraca é resultado do baixo nível de atividade e do elevado desemprego.

A pesquisa observa que a falta de demanda no mercado externo, que está em nono lugar no ranking dos principais problemas, também está ganhando importância. O número de citações à demanda externa insuficiente alcançou 13,4%, o maior desde 2015, quando começou a nova série de principais problemas da Sondagem Industrial.  Em primeiro lugar no ranking está a elevada carga tributária, com 42,4% das menções, seguida da demanda interna insuficiente com 41,1% das respostas e, em terceiro lugar, a falta ou o alto custo da matéria-prima.

Além disso, as condições financeiras das empresas continuam debilitadas. Os índices de satisfação com o lucro operacional e com a situação financeira das empresas permanecem abaixo dos 50 pontos. Isso indica que os empresários estão insatisfeitos com o lucro e com as condições financeiras das empresas.

As empresas também seguem enfrentado dificuldades de acesso ao crédito. Embora o índice de facilidade de acesso ao crédito tenha subido 0,9 ponto em relação ao primeiro trimestre e alcançado 39,6 pontos no segundo trimestre, continua abaixo dos 50 pontos, o que indica dificuldades para obter financiamentos.

PRODUÇÃO E EMPREGO – Com a falta de demanda, a produção industrial voltou a cair em junho frente a maio. O índice de evolução da produção em 43,4 pontos.  “É esperada queda na produção nesta comparação”, observa a CNI. Entretanto, o índice de junho é o menor para o mês dos últimos quatro anos, superando somente os registrados em anos de crise mais aguda, em 2014 e 2015. Ou seja, a queda de junho de 2019 foi mais forte que a observada nos últimos anos”, afirma a pesquisa.

O emprego também caiu. O índice de evolução do número de empregados ficou em 47,2 pontos em junho. “O valor é inferior ao registrado em junho nos dois últimos anos”, diz a Sondagem Industrial. A utilização da capacidade instalada também diminuiu para 66% em junho. “O percentual é 5 pontos percentuais inferior à média para o mês, considerando o período entre 2011 e 2014, antes da crise recente”, informa a pesquisa.

O excesso de estoques, que vem crescendo desde fevereiro, subiu ainda mais em junho e está em 52,2 pontos, o maior valor desde maio de 2018, quando ocorreu a greve dos caminhoneiros. Isso mostra que as indústrias estão com os estoques acima do planejado.

EXPECTATIVAS POSITIVAS – Mesmo assim, as perspectivas são otimistas. Os índices de expectativas continuam acima dos 50 pontos, mostrando que os empresários esperam o aumento da demanda, das compras de matérias-primas, do número de empregados e das exportações nos próximos seis meses.

O índice de intenção de investimentos ficou estável, em 52,4 pontos. “O indicador é 3 pontos maior que o registrado em junho de 2018 e 3,3 pontos superior à média histórica”, observa a pesquisa.

Esta edição da Sondagem Industrial foi feita entre 1º e 11 de junho com 1.903 empresas. Dessas, 770 são pequenas, 695 são médias e 438 são de grande porte.

Fonte: FIEMT

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