“Os desafios fazem parte da rotina de um músico”, diz Jamaica

Hederson da Paula, o Jamaica, fala sobre como é viver da música em Cuiabá

Vanessa Moreno

De forró ao reggae, bares a eventos, integrante de banda a cantor solo. A vida de um músico na capital mato-grossense, assim como em qualquer canto do país, é marcada por constantes mudanças e desafios que compreendem espaço, público, verba, relacionamento e dedicação.

Com uma bagagem de 24 anos na música, Hederson de Paula Campos, popularmente conhecido como Jamaica, é um dos talentos que fazem parte desse cenário musical um tanto quanto desafiador em Cuiabá. Natural de Taguatinga, no Distrito Federal, ele encontrou na capital cuiabana um solo fértil para cultivar sua paixão. “Comecei na música como profissão há 24 anos em Cuiabá”, compartilha o músico que atualmente é vocalista da banda Forró Tadalafila.

Jamaica deu start a sua vida musical em uma banda de axé, passou pela banda baile Fascinação e montou uma banda de reggae e outros ritmos brasileiros que fez muito sucesso em Mato Grosso, a banda Kamawê, que já lhe rendeu até prêmio em um caça-talentos do famoso Projeto Viva Seu Bairro, do Grupo Gazeta de Comunicação. A ocasião, segundo o músico, foi um dos momentos mais marcantes de sua carreira. “Foi muito emocionante”, destaca.

O músico também já embarcou na carreira solo, cantando MPB com voz e violão.

Embora a cidade seja marcada pela diversidade cultural, com uma cena musical ativa, que atrai artistas de diversas origens e estilos, o caminho da música raramente envolve um reconhecimento formal para os músicos “Não temos nenhuma segurança em questão de contratos ou registro como músico”, destaca Jamaica que, mesmo reconhecendo o quão desafiadora é a sua jornada, acredita que com muita força e dedicação os desafios acabam por se tornar satisfatórios. “Os desafios fazem parte da rotina de um músico”, completa.

A música é a principal fonte de renda de Jamaica, mas, para garantir uma estabilidade financeira, ele optou por diversificar suas atividades, apostando em um projeto paralelo no ramo de alimentos. Essa dualidade reflete uma realidade muito comum entre músicos em Cuiabá.

Jamaica é músico profissional há 24 anos e trabalha em bares e shows na Baixada Cuiabana (Foto: Arquivo Pessoal)

Para Jamaica, as oportunidades, o reconhecimento e a remuneração dependem muito do desempenho do músico, uma vez que há uma diversidade de opções para apresentação na Baixada Cuiabana, como bares e eventos privados, mas é claro que sempre dá para melhorar. “Se a ordem dos músicos funcionasse devidamente em prol aos músicos e se tivéssemos um sindicato, com certeza seria melhor para trabalhar”, destaca, deixando em evidência um desafio estrutural enfrentado pela comunidade musical.

Quando se trata da relação entre os músicos locais, Jamaica destaca a diversidade de abordagens e estilos, refletindo um setor que, embora competitivo em certo sentido, é fundamentalmente profissional e respeitoso: “Varia de músico para músico, cada um tem sua maneira de trabalho e relacionamento. Eu não vejo como competição, mas é profissional”.

De olho no futuro, o músico não para de caminhar e cultiva planos ambiciosos para a sua carreira, incluindo a gravação de videoclipes que abrangem os diversos ritmos com os quais trabalha. Com todo o aprendizado que adquiriu ao longo da sua jornada, o conselho que ele compartilha com os músicos iniciantes é simples, mas fundamental: “Estudar, ter comprometimento no ambiente no qual irá se apresentar, e escolher músicas com as quais se identifique melhor”. Além disso, ele compartilha uma reflexão de humildade e sabedoria: “Estou sempre aprendendo, mas nunca vou saber mais que o outro”.

Para conhecer mais sobre o trabalho de Hederson de Paula Campos, acesse @jamaicaatelie no Instagram.

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