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quarta-feira, maio 8, 2024
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MTU sabota a lei e estudantes da UFMT ocupam as ruas contra bloqueio dos cartões de transportes

Estudantes também relatam casos de agressões dentro dos ônibus por motoristas, como o de uma aluna do curso de Comunicação Social que foi chamada de “vagabunda” e “drogada” ao se identificar sendo da UFMT

 

Por Emanuelly Santos

Os estudantes da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) foram às ruas na última quinta-feira (20.07) para exigir o fim dos bloqueios dos cartões de transportes, feitos constantemente pela Associação Mato-grossense dos Transportadores Urbanos (MTU), em conivência com a Secretaria Municipal de Mobilidade Urbana (Semob) da Prefeitura de Cuiabá. Os estudantes protestam em prol do passe livre de maneira irrestrita, pela gratuidade dos estudantes intermunicipais que precisam vir até a capital para estudar, além de tentar solucionar da melhor forma os recentes bloqueios que ocorrem desde o dia 17 deste mês.              

Passeata até a sede da MTU  

A manifestação resultou em uma caminhada do centro de Cuiabá até a sede da MTU, mostrando a indignação dos estudantes, que em sua maioria estão sendo prejudicados por não conseguirem fazer o seu trajeto até a faculdade. É a segunda onda de bloqueios somente neste ano.

Em nota encaminhada à imprensa, e em suas redes sociais, a MTU negou irregularidades, mas o fato é que elas ocorrem.

A associação, apesar de negar, tem mantido distância de um diálogo com as lideranças estudantes. Em suma: a MTU é autoritária e não quer saber de conversa. Tanto que bloqueou em sua página na internet a opção de deixar comentários, apagando todas as mensagens deixadas por alunos que estão sendo prejudicados com a situação.

Estudante de Filosofia da UFMT durante a manifestação

O bloqueio do cartão não é o único problema enfrentado pelos usuários. Muitos deles estão se queixando das humilhações sofridas por motoristas de ônibus, como é o caso de uma estudante de Comunicação Social da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT), que preferiu não se identificar.

Ela disse que foi obrigada a desembarcar duas vezes por não ter o dinheiro para passagem, mesmo tendo o direito ao transporte público gratuito. “Eu me senti humilhada. Fui obrigada a descer em plena BR e ainda fui chamada de vagabunda e drogada quando disse que era estudante da UFMT”, conta a universitária, que completa: “segurei para não chorar”. 

“Foi feito um bloqueio total no último semestre, nós fizemos algumas manifestações e atividades de rua, até que eles voltaram atrás. No entanto, agora fizeram novamente esse bloqueio e estabeleceram algumas regras, a primeira foi a validação diária dos cartões. Há muito tempo funcionava dessa forma, só que eles querem retornar utilizando máquinas antigas, a maioria delas estão estragadas e não fazem essa validação direito (sic), e quando o estudante vai passar no ônibus aparece que o saldo é insuficiente”, disse Wesley da Mata, representante do Diretório Central dos Estudantes (DCE) da UFMT.

Além disso, Wesley fala sobre a restrição de horários que foi estabelecida impossibilitando os alunos de fazerem as atividades extracurriculares, que nem sempre são no seu horário de aula. 

“Eles estão restringindo o horário do uso dos cartões quando se trata dos estudantes da UFMT. O nosso cadastro junto à MTU é feito para uso integral, até porque, normalmente, um estudante da Federal que tem aula de manhã, ele faz estágio à tarde e, às vezes, algum projeto de extensão ou de iniciação científica à noite. Então, praticamente todos os dias temos atividades o dia inteiro”, explicou.

Policiais fortemente armados acompanham o protesto dos estudantes

Mesmo com a regularização do cadastro na Secretaria de Tecnologia da Informação (STI) o problema persiste para muitos estudantes.

Lei do passe livre.

O Passe Livre Estudantil é garantido conforme a grade curricular do aluno, segundo determina a Lei do Passe Livre (Lei nº 4.141 de 14 de dezembro de 2001, alterado pela lei nº 4.727 de 10 de janeiro de 2005). Os estudantes matriculados no período matutino podem usar o benefício das 4h às 14h59. No vespertino, o período se estende das 10h às 19h59. Já os estudantes matriculados no período noturno podem usar o passe livre das 16h às 01h59. Ou seja, qualquer outra atividade, deve ser informada na grade curricular e informada à MTU para ter a garantia do benefício.

 

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