Por Silvana Bazani, Gazeta Digital
Compras de equipamentos e maquinários do exterior batem recorde em Mato Grosso. Foram investidos nos 5 primeiros meses deste ano US$ 33,8 milhões nas importações destes produtos, 111% acima do mesmo período do ano passado, conforme estatísticas do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic).
Outro destaque nas aquisições do mercado internacional são as aeronaves e peças para aviação, que aumentaram 45,4% este ano. De janeiro a maio, as importações desses produtos movimentaram US$ 41,2 milhões.
Em 2022, no mesmo intervalo, foram investidos US$ 28,3 milhões nas compras de produtos aeronáuticos de outros países por importadores mato-grossenses. O crescimento do agronegócio é um dos influenciadores no aumento da procura por máquinas e aeronaves.
O incremento na produção de grãos tem propiciado um ambiente favorável para instalação e expansão de plantas industriais, comenta o supervisor do Centro Internacional de Negócios da Federação das Indústrias em Mato Grosso (Fiemt), Antonio Lorenzzi, citando as usinas de etanol de milho que se instalaram no Estado na última década, bem como as 6 novas fábricas em construção.
“Este movimento requer equipamentos e maquinários com tecnologias avançadas e eficientes. Outro fator relevante é a taxa de câmbio. Em maio de 2023, o dólar apresentou queda de 0,74% e essa redução torna os produtos estrangeiros mais acessíveis”.
Como as produções de soja e milho tem sido abundantes e as condições de mercado favoreceram as vendas das duas principais commodities agrícolas, os produtores ampliaram investimentos, complementa o diretor comercial da concessionária Vegrande, Walter Zacarkim.
“Mato Grosso nunca colheu tanto milho. É o celeiro do Brasil”, afirma, demonstrando expectativa positiva. Falta, porém, melhorar as condições de crédito, diz.
“Produtores procuram novidades, atualizar tecnologia. Mas, neste ano, não tem como aumentar investimento com recurso próprio, porque os produtos agrícolas baixaram de preço. O Plano Safra vem aí, em julho, vamos torcer para que o governo libere recursos e os juros sejam aceitáveis, arremata”.