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quinta-feira, maio 9, 2024
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Meu gabinete está de portas abertas para receber demandas sociais e em todas as áreas

Nesta entrevista, a deputada federal Amália Barros fala de suas ações à frente do mandato que dá prosseguimento às suas lutas sociais

 

Por João Pedro Marques

A deputada federal Amália Barros (PL) é uma presença feminina forte na Câmara Federal. Com a mesma desenvoltura com a qual abraça a sua causa principal, em defesa das pessoas com deficiência, especialmente aquelas que, como ela, tem visão monocular, ela transita por pautas que vão desde a defesa da infraestrutura, o impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e as questões econômicas, como os destinos dos empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES)

Amália Scudeler de Barros Santos é jornalista, nascida há 38 anos em Moji-Mirim (SP). É diretora do Instituto Amália Barros e autora do livro “Se enxerga”, no qual relata sua vida e calvário ao descobrir aos 20 anos uma doença que a fez perder um olho. Não bastasse tal tragédia, também perdeu um rim. Eleita com 70.294 votos, Amália Barros tem como domicílio eleitoral o município de Campo Novo dos Parecis.

Com seu mandado, Amália Barros vem potencializando a sua luta de quase 18 anos. “Aos 20 anos, Amália dormiu enxergando e acordou cega do olho esquerdo. O diagnóstico: uveíte causada por toxoplasmose. Durante dez anos foram 12 cirurgias frustradas para tentar enxergar. A solução veio com a enucleação de um globo ocular e a adaptação da prótese. No meio disso tudo, uma cirurgia para tirar um rim que não se desenvolveu por inteiro”, descreve em seu site, o www.amaliabarros.com.br.

“Por meio do seu Instagram, Amália realizou várias campanhas de arrecadação para doação de próteses para outras pessoas monoculares, após uma participação no programa Encontro, com a apresentadora Fátima Bernardes. Em 2021, a jornalista fundou o Instituto Amália Barros para realização de campanhas de doação de prótese ocular e lente escleral a pessoas carentes, além de prestar informação e assistência aos monoculares. O Instituto já atendeu e devolveu a autoestima para mais de 80 pessoas de todas as regiões do Brasil”, prossegue a descrição.

Sua campanha por uma cadeira na Câmara Federal teve o auxílio luxuoso da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, sua amiga e principal cabo eleitoral. Na entrevista que segue ela fala desta amizade, comenta as especulações sobre uma possível candidatura da esposa do ex-presidente ao cargo máximo da República, mas aposta mesmo que Jair Bolsonaro não ficará inelegível e poderá disputar novamente um segundo mandato.

Deputada, a senhora foi eleita com apoio da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, que é sua amiga íntima. A dona Michelle está sendo cogitada para ser candidata a presidente da República, caso Jair Bolsonaro fique impedido. A senhora é a favor da candidatura de Michelle Bolsonaro? Como vê esta possibilidade da candidatura e quais a chances de ela ser eleita?

Em primeiro lugar não acho que há motivos para o presidente Bolsonaro se tornar inelegível. Em segundo, vejo que Deus sempre conduziu a vida e o caminho da nossa eterna primeira-dama de uma forma muito leve e sem atropelos. E assim deve ser nos próximos dias e anos. Acredito que não há indicações nesse sentido, mas não posso falar por ela. No entanto, se essa for a missão de Deus para a Michelle, ela saberá como lidar.

A propósito, nos fale como surgiu esta amizade entre vocês duas.

Tudo começou com a minha peregrinação pelo Congresso em busca de aprovarmos uma lei que enquadrasse pessoas com visão monocular – como eu – no mesmo rol das pessoas com deficiência, assegurando a eles os mesmos direitos (como a colocação de próteses pelo SUS, por exemplo). No fim das contas, eu precisava que o presidente Bolsonaro sancionasse a Lei sem vetos, e resolvi falar com a “chefa” da família diretamente. Michelle se mostrou receptiva e se encantou com o projeto, me convidando a visitar o Palácio da Alvorada (eu não tinha nem roupa pra isso!), e posteriormente me ajudando a convencer a todos que precisávamos dessa política pública tão importante.

Acabamos descobrindo, nesse caminho, uma amizade sem igual. Foi uma daquelas maravilhosas coincidências da vida, que chegam ao ponto de fazermos aniversário no mesmo dia (inclusive foi o dia da sanção da Lei). E todo esse relacionamento se estendeu à minha campanha, que contou com total apoio dela. Hoje posso dizer que somos boas amigas, porque nos apoiamos sempre,e além das questões pessoais existe a defesa de pautas sociais que sustentam laços indissociáveis.

Amália Barros é amiga da ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, cujo apoio foi essencial para sua eleição para a Câmara Federal

A senhora assinou recentemente um pedido de impeachment do presidente Lula. Quais as razões para o impedimento do presidente e a senhora acha possível a abertura do processo de impeachment?

Acreditamos que as declarações dadas por ele, no dia 21 de março, sobre o senador Sérgio Moro (UB-PR) – e aqui não me cabe ser literal no palavrão proferido, que todos já sabem – configuram crime de responsabilidade por ameaça e coação a um representante da nação (membro do Poder Legislativo), além de desvio de função de um presidente da República. No pedido que assinei junto à bancada do PL, é bem clara a argumentação de que isso indicaria revanchismo de Lula contra o senador.

A revelação das reais intenções revanchistas do presidente ao assumir novamente o poder desestabiliza o país, na medida em que mancha de ódio e personaliza as decisões do Chefe de Estado e de Governo, ferindo os princípios básicos de impessoalidade da administração pública e demonstrando um flagrante desvio de função.

A senhora tem focado sua atuação na Câmara na defesa da infraestrutura de Mato Grosso. Por favor, relate quais foram as suas iniciativas?

Sabemos que uma das maiores dificuldades que temos em MT é o escoamento da produção agropecuária. Apesar das questões de fomento e financiamentos para produtores e para a agricultura familiar, que podem ser sempre melhores, é mais do que necessário investirmos pesadamente em infraestrutura logística. Não podemos ser efetivos apenas da porteira pra dentro. Perde-se muita competitividade no caminho até os portos.

Assim sendo, os projetos que tratam de ferrovias (como alternativa ao transporte rodoviário), de rodovias e de hidrovias, estão sendo cuidadosamente mapeados e analisados em meu gabinete para que possamos não só somar esforços com o partido e a bancada, cobrando do ministério dos Transportes agilidade e priorização, mas também estabelecendo, nós mesmos, emendas que possam ser encaminhadas aos órgãos como o DNIT e o próprio Ministério.

Um dos exemplos dessas articulações que temos feito é que, assim que tomei posse, estive em contato constante com o Governo do Estado pela solução dos imensos atoleiros formados na MT-170 (antiga BR 174), que liga Castanheira a Juruena, pedindo a derradeira pavimentação dos trechos para evitar que caminhões, carros e até mesmo ambulâncias fiquem no meio do caminho.

Já em termos de infraestrutura dos municípios, temos recebido e trabalhado as demandas de várias prefeituras e câmaras de vereadores sobre ampliação do número de creches, hospitais e centros de atendimento psicossocial e às pessoas com deficiência. Temos trabalhado diuturnamente pra isso!

A senhora tem tido preocupações sociais várias, entre elas a manutenção dos empréstimos consignados a quem recebe BPC. Por favor, descreva sobre esta e outras ações da senhora na área social.

A decisão do presidente Lula de por fim aos empréstimos consignados a quem recebe os R$ 1.305 mensais do Benefício de Prestação Continuada (BPC) beira a crueldade. Como presidente da Frente Parlamentar em Defesa das Pessoas com Deficiência, fui à tribuna defender a reativação desses crediários, porque milhões de brasileiros serão prejudicados, pois esta é uma das poucas alternativas de quem mais precisa para aquisição de seus bens. São quase cinco milhões de brasileiros com deficiência ou mais de 65 anos, que estão em situação de miséria, e perdem a oportunidade de pagar contas, financiar casas e até mesmo adquirir eletrodomésticos.

Mas minhas ações sobre assuntos sociais não se limitam à fiscalização, sendo também propositivas. Meu primeiroprojeto de Lei apresentado prevê que a ANS seja obrigada a colocar em seu rol de coberturas as colocações de próteses oculares. E como membro da Comissão da Câmara em defesa das pessoas com deficiência, também queremos o estabelecimento de políticas fixas importantes, como a instituição de laudos permanentes – muitas vezes as pessoas com deficiência em situação de pobreza sequer tem condições de fazerem vistoria em saúde para renovar seus laudos, e isso não pode acontecer.

A senhora lutou pela instalação na Câmara da Frente Parlamentar em Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência. Fale sobre a importância desta sua iniciativa.

Inicialmente, cabe destacar que meu pedido de criação da Frente teve mais de 200 assinaturas. Como sou uma das duas parlamentares com deficiência desta legislatura, me sinto na obrigação de defender todas as causas que resultem em inclusão e respeito às pessoas com deficiência e aqueles com doenças raras.

Em breve faremos o evento de lançamento, com a eleição de toda a diretoria do colegiado. Nosso objetivo é acompanhar políticas e ações que se relacionem às pessoas com deficiência; promover debates, simpósios, seminários e outros eventos pertinentes ao tema e, claro, propor projetos de Lei e acompanhar a tramitação de matérias, na Câmara e no Senado, que tratem do assunto.

Outra área de sua atuação na Câmara é um projeto de sua autoria que inclui próteses oculares na cobertura dos planos de saúde. Por favor, fale sobre esta sua iniciativa e agregue sobre seu projeto que inclui a visão monocular como deficiência.

Como disse anteriormente, esse foi meu primeiro projeto protocolado nesta Casa, e me sinto muito orgulhosa em atuar para que as pessoas sejam atendidas. Quando aprovada, a Lei deve garantir aos usuários de planos de saúde a cobertura de custos clínicos ou cirúrgicos relacionados a implantes, ajustes ou à retirada de próteses oculares e lentes esclerais. O PL também prevê o custeio desses produtos pelas operadoras.

Fiz esse projeto porque não faz sentido somente o SUS ser obrigado a proporcionar esses serviços, produtos, consultas e cirurgias, e as operadoras não terem o mesmo dever, já que um em cada quatro brasileiros utiliza plano de saúde justamente porque observam demora e falhas na rede pública.

Mais ainda, esse projeto beneficia inclusive as próprias operadoras, na medida em que previne outros tratamentos decorrentes de danos causados – física e psicologicamente – pela ausência dessas próteses.

O mandato da senhora tem sido pautado por uma forte oposição ao atual governo. Por quê?

Meu mandato tem buscado cumprir o dever constitucional de fiscalizar o Poder Executivo exaustivamente, até porque nosso Estado é, em sua maioria, contrário a esse governo atual.

Também quero adiantar que as pautas sociais fazem meu coração bater mais forte, mas que meu gabinete está de portas abertas para receber prefeitos, vereadores, membros de associações comerciais e sociais para demandas em todas as áreas – saúde, educação, segurança pública, empreendedorismo, entre várias outras.

E, agradecendo o espaço cedido por esta revista, quero dizer que temos também um SAE – Serviço de Atendimento ao Eleitor – para responder a cada voto de confiança que me foi dado, e também dar voz àqueles que confiam ou confiarão no meu mandato. O número do nosso Whatsappé (65) 98148-2222. Muito obrigada!

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