Por Gazeta Digital
Secretaria de Estado de Meio Ambiente encaminhou comunicado sobre o desmatamento em Mato Grosso. Em nota, disponibilizada no início da noite desta terça-feira (16), pasta pontuou que o Estado tem trabalhado ativamente no combate à devastação dos biomas e frisou que foram aplicados R$ 227 milhões em multas no primeiro trimestre deste ano. Confira posicionamento na íntegra no rodapé da matéria.
Mato Grosso foi o estado que mais desmatou a floresta amazônica no primeiro quadrimestre deste ano, apontam dados do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon).
Dados compilados pelo instituto dão conta que o estado apresentou queda no índice de desmatamento no período em relação a anos anteriores. Porém, baixa não garantiu que ficasse fora do pódio das unidades da federação que mais devastaram a Amazônia.
Fundada em 1990, a Imazon é uma instituição sem fins lucrativos que, dentre outras atividades, monitora o desenvolvimento sustentável da Amazônia.
Dados obtidos pela reportagem do Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD) apontam que Mato Grosso foi responsável 33% de todo desmatamento na floresta amazônica de janeiro a abril.
Dados do desmatamento no primeiro quadrimestre de 2023 por estado
Ao todo, segundo o Imazon, foi registrada a destruição de 1.203km² na Amazônia no primeiro quadrimestre. Nesse período, Mato Grosso devastou 400km². O número registrado pelo estado apresentou queda em relação a anos anteriores, mas segue avançando em diferentes pontos da região norte.
“Outro ponto negativo é o avanço na devastação dentro de áreas protegidas de Mato Grosso, como as unidades de conservação Resex Guariba-Roosevelt e Esec do Rio Roosevelt, e as terras indígenas Sete de Setembro, Sararé e Kayab”, disse Larissa Amorim, pesquisadora do Imazon.
Reportagem questionou a Secretaria de Estado de Meio Ambiente sobre os dados levantados pelo Imazon, sobretudo quanto as políticas ambientais de combate ao desmatamento em Mato Grosso. Porém, não houve resposta da pasta até a publicação da matéria. Espaço segue aberto para manifestação.
Desmatamento em queda
Apesar dos números registrados em Mato Grosso, a somatória de todos os estados que têm a floresta amazônica como bioma apresentou queda no período em relação a anos anteriores.
Porém, o registro ainda é o maior registrado desde 2008. A preocupação no momento, conforme o Imazon, está concentrada em torno do chamado “verão amazônico”, que é a época de seca na região e que historicamente registra maior desmatamento.
Sema
“Destacamos que Mato Grosso teve 51% de supressão vegetal com autorização ambiental no primeiro trimestre, ou seja, de acordo com a legislação brasileira, que é uma das mais rigorosas do mundo e permite a abertura de 20% da propriedade na Amazônia. Este dado representa um avanço pois, até 2019, esse percentual de legalidade era de aproximadamente 5%. Fatores como o aumento da eficiência do licenciamento da Sema-MT e a intensa fiscalização e responsabilização de quem realiza a atividade ilegal, permitiram o aumento da procura pela legalidade no campo.
Considerando os meses de janeiro a abril deste ano, foi divulgada oficialmente pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) uma redução de 38% nos alertas de desmatamento em MT. Considerando apenas abril, o percentual de queda é de 71%.
O Estado tem agido com firmeza no combate ao desmatamento e crimes ambientais, e deflagrou em março a Operação Amazônia, que alia aumento de efetivo em campo e tecnologia para combater as infrações ambientais. As operações miram os municípios que mais desmatam ilegalmente.
Já foram aplicados R$ 227 milhões em multas ambientais no primeiro trimestre de 2023. O Estado julga com mais celeridade os processos de multas ambientais para responsabilizar infratores e, desde 2022, todos os novos processos tramitam de modo 100% digital no sistema Siga Responsabilização. O sistema proporciona maior controle e transparência para os órgãos de controle, sociedade e autuados”, disse a pasta em comunicado.