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sexta-feira, maio 10, 2024
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Mesmo com intervenção, problemas na saúde continuam os mesmos

Por Cristiane Guerreiro, Gazeta Digital

Problemas estruturais, falta de medicamentos e demora no atendimento e nas consultas médicas continuam sendo as principais reclamações dos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e Unidades de Saúde da Família (USFs) de Cuiabá mesmo após quase 3 meses do início da intervenção do governo do Estado.

Cabeleireira Sabina de Arruda buscou atendimento na manhã desta quarta-feira (31), para a mãe a Regina Lúcia, 73, na USF Bela Vista e Carumbé.Elas residem no bairro Jardim Campo Verde, que conta com mais de 5 mil moradores e ainda não dispõe de uma unidade de saúde.

“Precisamos de uma unidade de saúde no bairro Campo Verde, pois além da distância de onde moramos para esta unidade, ainda enfrentamos a demora no atendimento, porque a USF Bela Vista e Carumbé abrange vários bairros do entorno e, principalmente agora, com o fechamento da USF dos bairros Canjica e Terra Nova, a espera é muito maior”.

Segundo Sabina, sempre quando leva a mãe para consultar, costumam chegar cedo e todas as vezes vão embora no final da manhã. “Outro problema que enfrentamos é com a falta de medicamentos na unidade. Sempre tenho que comprar os remédios para minha mãe, ela tem hipertensão e até o medicamento Losartana está em falta”.

Daniela Valverde, que está com 37 semanas de gestação, relata que esperou um mês para conseguir consultar e dar continuidade ao pré-natal, após o fechamento na USF do bairro Canjica e Terra Nova. Ela mora no bairro Bosque da Saúde e conta que quando foi à consulta marcada se deparou com a unidade fechada.

“Aqui tenho que esperar horas para ser atendida mesmo sendo gestante. Além da demora, ainda faltam remédios básicos. Precisei para conter a azia e não consegui”. Gestante, Marta Almeida Farias, 24, enfrenta 20 km para realizar o pré-natal na USF do bairro Ribeirão do Lima. Ela mora próximo ao distrito de Nossa Senhora da Guia mas, devido ao péssimo atendimento na unidade mais próxima, a única opção é buscar outra USF.

“Tem muita troca de médico na unidade de saúde do distrito de Nossa Senhora da Guia. Então, dificulta muito o pré-natal, porque preciso ter o acompanhamento adequado, além do atendimento que é horrível. A USF do Ribeirão do Lipa tem atendimento médico melhor, mas o tempo de espera é razoável. Tem vezes que já precisei ficar mais de uma hora para consultar”.

Gabinete rebate informações

Sobre o atendimento nas unidades básicas de saúde, o Gabinete Estadual de Intervenção afirma que todas citadas na reportagem estão com médicos, medicamentos e insumos. No Bela Vista, afirma que há 4 médicos, 4 enfermeiras e 8 técnicos de enfermagem, entre outros profissionais.

No Ribeirão do Lipa, tem uma médica da família, um pediatra e uma dentista e afirma que a unidade está com o estoque de medicamentos e insumos completo. No 1º de Março, diz que há 15 profissionais e o atendimento segue normalmente, de acordo com o agendamento e por classificação de risco. No CPA 4, ressalta que há 31 profissionais de saúde e há um projeto de reforma em andamento.

A intervenção começou no dia 15 de março e há um pedido de prorrogação até o fim do ano que ainda será analisado pelo Tribunal de Justiça.

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