Thiago Novaes – RDMOnline
O presidente estadual do Cidadania, Marcos Marrafon, comentou o recuo do deputado Carlos Avallone como pré-candidato à prefeitura de Cuiabá, e não descartou a possibilidade de sua legenda lançar uma candidatura própria na capital. A declaração foi dada em entrevista ao Jornal da Cultura (Rádio Cultura FM 90.7), desta quinta-feira (27).
“O deputado Avallone tem um perfil muito adequado para pensar Cuiabá, pensar soluções. Ele é um gestor, um empresário, tem um olhar dinâmico sobre a cidade que seria muito importante. Desde o primeiro momento, entendemos que tínhamos que ter muita lealdade e parceria no seu apoio a sua candidatura. Ele me convidou pra conversar, a gente bateu um papo. Entendi as razões pelas quais o interior tem demandado e que é necessário o deputado estar a disponível na Assembleia Legislativa. Ele contou a história que ia retirar a candidatura e nós entendemos. Como candidato, ele teria nosso irrestrito apoio”.
Próximo passo
O presidente destacou que a Federação formada por PSDB-Cidadania buscará o diálogo com outros partidos, que já iniciou esse processo. Mais dois partidos deverão se aproximar da Federação, partidos que aceitam aderir às diretrizes programáticas tanto do PSDB, quando do Cidadania.
Marrafon descartou totalmente as chances da Federação apoiar a candidatura do deputado federal Abilio Brunini (PL). “Nosso modelo de pensar política é muito diferente, nós queremos pensar numa política voltada às questões de Cuiabá, aos problemas que Cuiabá enfrenta. Uma política voltada para resultados e soluções. E nós não temos nenhuma afinidade partidária e programática com o candidato Abílio, nessa dimensão não há nenhum diálogo aberto no sentido de uma possível composição”.
Marcos Marrafon explicou que apesar da Federação desempenhar um papel eleitoral como se fossem um partido só, os partidos são autônomos e têm conversado com outros pré-candidatos de maneira separada.
“O deputado Carlos Avallone tem conversado com o deputado Eduardo Botelho.Nós também temos conversado com o deputado Lúdio Cabral. Os diálogos passam por essa construção, pra entender o que eles estão pensando para Cuiabá, pra entender quais são as propostas, ou seja, algo muito inicial. Com o recuo do Avallone, nós, enquanto Cidadania, temos colocado um pleito de buscar uma candidatura majoritária pelo Cidadania. Estamos dizendo: ‘nós queremos, sim, participar de uma composição que esteja buscando soluções para Cuiabá e que a gente possa estar junto, desde o primeiro momento com a devida prioridade”.
Candidaturas próprias
Marrafon também disse que o Cidadania, apesar de pequeno, está estudando a possibilidade de lançar candidaturas próprias em diversas cidades de Mato Grosso, inclusive na capital. O presidente lembrou que hoje o partido está presente em 25 municípios do estado, mas que correspondem a cerca de 80% do eleitorado mato-grossense.
“Não deu para chegar em todos, mas fizemos um bom crescimento ao atingir 80% do eleitorado, com uma chapa de vereadores muito interessante em Cuiabá, para nos dar apoio e buscar na capital uma candidatura majoritária, seja como prefeito ou como vice-prefeito. Também em Várzea Grande por exemplo, mas posso citar Cáceres, posso citar Rondonópolis. São municípios em que temos feito esse debate mais intenso”.
O presidente do Cidadania destacou que com a desistência do deputado Carlos Avallone, a possibilidade de lançar uma candidatura própria foi um pedido do presidente nacional da sigla, Comte Bittencourt.
“Essa foi uma conversa que nosso presidente nacional teve aqui em Cuiabá, ontem. O partido precisa mostrar sua cara, precisa mostrar suas diretrizes, o que pensa para sociedade cuiabana e é nesse sentido propositivo, de buscar soluções, buscar o diálogo”.
Cidade Inteligente
O presidente estadual enfatizou que o Cidadania tem como uma de suas principais diretrizes a inovação, e pregando que os investimentos devem ser para que Cuiabá se torne uma cidade inteligente. “Cuiabá precisa efetivamente ter um desenvolvimento como cidade inteligente. Uma cidade que melhore as vias urbanas, resolva os problemas de tapa buraco, problema de transporte, dentro de uma perspectiva que todos os cidadãos possam usar os serviços públicos de maneira mais fácil, simples e acessível possível, que também implemente mecanismos de governança digital”.
Outro ponto destacado por Marrafon foi a perda das “instituições” políticas que vêm ocorrendo nos últimos tempos no Brasil.
“As pessoas precisam entender que a política está acima das vontades individuais porque a política só tem sentido se ela é realizada com propósito e o propósito é sempre coletivo por tanto a política é muito mais um sacerdócio, uma doação que uma pessoa, um cidadão individual faz para a coletividade pensando no bem público do que o contrário. Então no Brasil que a gente vive hoje infelizmente é a apropriação da política que algo coletivo, que é algo público, que é algo que está acima da vontade individual para seus interesses privados. Isso é muito ruim para a sociedade em geral nas diferentes instituições.
Polarização política
Marrafon foi enfático ao criticar a polarização política que tomou conta do país nos últimos anos. “A polarização é um horror e emburrece as pessoas, porque inibe o diálogo e muitas vezes cria pautas artificiais, que encobrem os verdadeiros problemas da sociedade, porque ela divide a sociedade. As pessoas estando como inimigas não constroem um mundo melhor, uma sociedade mais fraterna, um futuro para cada um dos nossos filhos. Com brigas, lutas vira uma verdadeira guerra civil, ainda que seja uma guerra civil camuflada na internet. Então a polarização é um horror, emburrece as pessoas e isso é uma coisa muito triste para a democracia brasileira.”