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domingo, maio 19, 2024
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Júlio Campos defende CPI para investigar ‘Mulher da SES’

Por Pablo Rodrigo, A Gazeta Digital 

Deputado estadual  e presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Assembleia Legislativa (ALMT), Júlio Campos (União), defendeu a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar suposto esquema de cartel nos contratos com a Secretaria de Estado de Saúde (SES). O posicionamento ocorreu após divulgação com exclusividade pelo Jornal A Gazeta, de que interceptações de mensagens pela Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) revelam que uma “mulher da SES” orientava o grupo para vencer as licitações.

Questionado sobre a possível criação de uma CPI, Júlio disse que apoiará a iniciativa. “É dever da Assembleia sim [investigar] (…) não tem como [não criar uma CPI]. Mediante ao que está sendo publicado, com certeza [assinaria uma CPI]. Eu falei para o Botelho, isso tem que ser esclarecido”, afirmou o deputado durante entrevista à rádio Cultura FM nesta terça-feira (25).

O parlamentar disse que a sugestão de uma CPI na saúde do Estado já foi colocada em discussão no Colégio de Líderes do Legislativo, mas a diada por decisão do presidente da Assembleia, Eduardo Botelho.

“É de uma gravidade tão grande que não pode ficar debaixo dos lençóis ou colchão. Porque essa matéria [assunto] já foi divulgado sigilosamente dias atrás, de que a própria Deccor estaria abafando esses cartéis que existem, de fato, e de direito que existe na Saúde do Estado. Quem é essa mulher? Essa é a chave”, pontuou.

Para Júlio Campos, o ex-secretário de Saúde e hoje deputado estadual interinamente, Gilberto Figueiredo (União), deve ir para a tribuna da Assembleia Legislativa (ALMT) e dar uma explicação para a sociedade. “É a gestão dele. É uma coisa muito grave. Acho que o governador Mauro Mendes (União), com toda amizade que tem com o secretário Gilberto, vai ter que tomar um posicionamento e exigir esclarecimento. Já havia esse boato, mais de um mês circula essas notícias ruins da secretaria de Saúde do Estado”, pontuou.

‘Mulher da SES’  

Investigação da Deccor interceptou trocas de mensagens entre empresários investigados na Operação Espelho, que apura um suposto cartel para fraudar contratos da saúde do Estado, aponta que uma ‘Mulher da SES’ orientava o grupo para vencer as licitações. Pelo menos é o que indica uma troca de mensagem do empresário Osmar Gabriel Chemin com Luiz Gustavo Ivoglo.

Para os investigadores, a mensagem confirma a ordem dos contratos que saíram em benefício de Osmar e Gustavo, em razão de Osmar ter seguido as orientações dessa terceira pessoa que disse: ‘Todas de vocês. Só façam do jeito que eu falei’. ‘Sobre o agente público que auxilia o grupo dentro da SES, Osmar encaminha um texto de terceira pessoa que aponta uma orientação recebida para vencer as licitações de Sinop, Alta Floresta, Sorriso e Colíder.

Essa mesma mensagem Gustavo encaminhou para o Renes, onde pergunta quem seria a pessoa que auxiliou, mas Gustavo apenas responde é a Mulher da SES falando com o Osmar do preço’, e na sequência comenta que ‘a ordem é tirar o Daud, segundo o Osmar’, diz trecho do relatório que A Gazeta teve acesso. SES é a sigla para Secretaria de Estado de Saúde. Renes Leão Silva é empresário do ramo.

A conversa ocorreu no 1º de maio de 2021, e, para a Polícia Civil, a mensagem seria ‘visível favorecimento para que Osmar e Gustavo vençam as licitações’. ‘Causa estranheza o esforço para acabar com os contratos do Daoud (Daoud Mohd Khamis Jaber Abdallah’, completa o documento. Apesar das interceptações de mensagens do grupo, a Deccor não revela quem seria e nem o número telefônico da mensagem atribuída à ‘Mulher da SES’.

Durante as duas fases da Operação deflagrada pela Deccor, a Secretaria de Estado de Saúde e nenhum de seus servidores foram alvos de busca e apreensão. Essa ausência tem sido questionada pelas defesas de alguns investigados, como o ex-secretário de Estado de Saúde, Gilberto Figueiredo (União), que assumiu recentemente uma vaga de deputado estadual, e seus adjuntos da pasta, já que eles seriam os responsáveis pela autorização dos pagamentos supostamente irregulares.

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