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domingo, maio 12, 2024
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Funcionária e ex-aluna do colégio Tiradentes alega perseguição por parte da direção e coordenação da escola

Isa registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil e também protocolou uma ação na Secretaria de Educação (Seduc) relatando o ato

 

por Vanessa Alves e Jean Gusmão

Uma ex-aluna da escola militar Tiradentes, em Cuiabá, que hoje trabalha como funcionária contratada na mesma instituição, denunciou que está sendo perseguida pela direção e coordenação da escola por preconceito e injúria racial. Isa Mara Castro Rondon, 34 anos, alega que vem sofrendo a perseguição por conta do seu cabelo, dos seus sapatos e até mesmo por faltas justificadas pelo diretor da escola, o Coronel Zacarias Conceição Vitalino e alguns membros da coordenação, como a 2º Sargento Cinthia Mirian Viana Feitosa e Mariluci Lopes Vilhagra Cruz de Campos.

Isa contou à reportagem da RDM Online que era aluna da escola e que conhece todas as regras e procedimentos da instituição, mas que em nenhum artigo está escrito sobre o estilo do cabelo dos funcionários. Ela contou que usa cabelo estilo rastafári e por conta disso, vem sendo perseguida. Após se formar, ela foi contratada como auxiliar administrativo e, desde que assumiu o posto, em junho deste ano, vem sofrendo esse tipo de situação. 

Ainda segundo a vítima, a cor da sua pele também seria um dos motivos da discriminação que vem sofrendo no ambiente de trabalho. “Só pode ser preconceito racial, não tem outra justificativa, desde quando eu entrei eles têm esse tipo de atitude comigo. Já falaram até que não posso usar máscara facial dentro da escola, porque seria contra as regras, que meu sapatos, estão fora do padrão e que não posso usar o meu estilo de cabelo, que vai contra as regras.” 

Isa conta também que já foi advertida por faltas justificadas, mesmo tendo apresentado os documentos necessários. “Precisei sair mais cedo para ir ao médico e resolver alguns problemas pessoais, avisei com antecedência, mas mesmo assim me deram advertência.”

Isa registrou um boletim de ocorrência na Polícia Civil por injúria racial e também protocolou uma ação na Secretaria de Educação (Seduc) relatando o caso. 

Ela conta ainda que, por conta dessas atitudes, começou a ter problemas emocionais, precisando de acompanhamento de um psicólogo. “Estou fazendo acompanhamento psicológico por causa disso, não consigo dormir, nem me alimentar direito. Acho um absurdo o que estão fazendo comigo, não há justificativa.” 

A reportagem entrou em contato com a Polícia Militar de Mato Grosso e informaram que o fato está apurado pela Seduc e a escola está acompanhando o caso.

A reportagem também entrou em contado com a Seduc, mas até o fechamento desta matéria não tivemos retorno.

Denúncia de racismo

A denúncia da ex-aluna é uma denúncia de racismo. O racismo é um crime previsto na Lei 7.716/89, que pune a discriminação ou preconceito contra raça, cor, etnia, religião ou procedência nacional.

O racismo pode se manifestar de diversas formas, como preconceito, discriminação, violência e exclusão. No caso da ex-aluna, o racismo se manifesta por meio de comentários e atitudes discriminatórias por parte do diretor e coordenação da escola.

Consequências do racismo

O racismo pode ter consequências graves para as vítimas. Além do sofrimento emocional, o racismo pode levar à exclusão social, dificuldade de acesso à educação e ao emprego, e até mesmo à violência.

É importante denunciar casos de racismo para que as autoridades competentes possam investigar e punir os responsáveis.

Confira abaixo o Boletim de Ocorrência registrado pela vítima:

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