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segunda-feira, maio 13, 2024
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ENTREVISTA – Prefeito Miguel Vaz

Lucas do Rio Verde, uma Cidade de Oportunidades

 

Prefeito Miguel Vaz, nesta entrevista exclusiva, fala sobre sua gestão e os desafios de um município que quer cada vez mais bem-estar para seus cidadãos

 

Por Gabriel Duenhas e João Negrão

O prefeito de Lucas do Rio Verde, Miguel Vaz, tem como slogan de sua gestão “Cidade de Oportunidades”. Desta forma, a sua administração é pautada por cinco pilares: Geração de Empregos, Saúde, Educação, Segurança Pública e Habitação. No entendimento do prefeito, é a oportunidade de emprego que atrai as famílias pra Lucas do Rio Verde.

“No entanto, quando elas chegam ao município, elas necessitam de saúde e educação pública de qualidade, para criar os filhos. Segurança pública também é essencial para que Lucas do Rio Verde continue atraindo investimentos”, descrevem dados da sua assessoria.

“E para que as famílias criem raízes no município, é preciso políticas públicas de incentivo à aquisição da casa própria. Esse é o modelo sustentável defendido pela gestão, a meta é fazer com que os serviços públicos e a infraestrutura acompanhem o ritmo de crescimento da cidade”, acrescenta o documento.

Estes são os principais pontos desta entrevista que Miguel Vaz concedeu à revista RDM Municípios que você vai ler logo abaixo.

O prefeito Miguel Vaz é bacharel em Direito, filho de Leopoldo Vaz Ribeiro e Maria Jovelina Vaz Ribeiro, e nasceu em Santo Antônio do Sudoeste, no Paraná.

RDM Municípios – O senhor chegou em Mato Grosso em 1988 e Lucas do Rio Verde ainda era distrito de Diamantino. Como foi a sua chegada e como era Lucas naquela época?

Miguel Vaz – Quando eu cheguei ainda não tinha sido emancipado o município de Lucas Rio Verde. Foi emancipado em 1988, exatamente no ano que cheguei. Na verdade eu cheguei em dezembro de 87 e comecei os trabalhos aqui, desenvolvi a minha atividade de trabalhos para o agro. Eu trabalhava vinculado a uma empresa, era CLT e desenvolvia trabalhos de aquisição de grãos, principalmente soja, para encaminhar para as indústrias do Sul do Brasil, e para os portos na exportação. Esse foi meu início aqui em Lucas do Rio Verde. Sempre estive ligado à agricultura desde a minha família, a minha origem é da agricultura.

RDM Municípios – Como o senhor foi eleito prefeito de Lucas do Rio Verde?

Miguel Vaz – São as circunstâncias da vida, e também eu sempre tive desde que cheguei aqui uma participação nos momentos, e nos acontecimentos que envolviam a divulgação do município e os projetos do município. Sempre estive muito envolvido com a sociedade, com a comunidade, até porque era um município pequeno. No início todo mundo conhecia todo mundo. Quando eu cheguei aqui, Lucas tinha cinco mil habitantes, o município de Sorriso tinha 25 mil e o município de Sinop tinha 40 mil. Então na proporção Lucas do Rio Verde se desenvolveu desproporcionalmente, crescendo mais que a média aqui da região.

E eu tive boa participação dentro da comunidade nesse período todo e as circunstâncias me levaram. Antes de ser prefeito, eu fui eleito em 2012 como vice-prefeito juntamente com o prefeito Otaviano Pivetta, hoje vice-governador do Estado. Participei da vida pública de 2013 a 2016 cumprindo um mandato. E obviamente que eu faço parte de um grupo político que já contribuiu muito para construção de Lucas do Rio Verde. E damos sequência nos trabalhos e tem essa visão, de fazer com que Lucas seja uma cidade boa de se viver. Esse é o nosso grande objetivo.

Sou da iniciativa privada, hoje sou empresário na cidade, sou produtor rural também, sou ligado à agroindústria, porém a política é um chamado para uma missão de servir, de contribuir com o município durante um período, sabendo sempre que a vida pública é uma passagem. Você não é eterna na vida pública, você recebe da sociedade um mandato através do voto. Então você tem que se dedicar nesse período que você está aqui, fazer o melhor possível que estiver ao seu alcance, formando uma boa equipe porque ninguém faz nada sozinho. Formar uma boa equipe para trabalhar em prol do município, sem nenhum interesse pessoal e sim visando o interesse coletivo para fazer com que aqui seja uma cidade boa de se viver. Isso me arrastou para a política, esse desejo de retribuir ao município aquilo que eu recebi. Fui muito bem acolhido quando cheguei aqui nesta querida e amada cidade.

RDM Municípios – O senhor iniciou a gestão em meio a uma crise sanitária, a pandemia da covid-19. Gostaria que o senhor fizesse um balanço da gestão do senhor.

Miguel Vaz – Quando assumi em 1º de janeiro de 2021 estávamos no pior pico da pandemia, o momento mais crítico da pandemia. Então, foi um ano marcado com foco total na pandemia para preservar vidas da melhor forma que eu pudesse fazer. Eu não tive dúvidas que tínhamos que fazer todo o possível para que menos pessoas fossem vítimas e tivessem as vidas ceifadas. A primeira atitude que eu tomei foi reunir toda a área de saúde, a Secretaria de Saúde, foi criado aqui um comitê de monitoramento da covid para desenhar e planejar as ações que pudessem melhorar esse atendimento. O que a gente desenhou foi até muito interessante.

De imediato fiz uma visita ao governador e pedi pra ele que nos atendesse aqui em credenciar dez leitos de UTI específico para covid no hospital, que é uma Fundação Municipal de Saúde, uma filantropia, e prontamente fui atendido pelo Governo do Estado, pelo secretário então Gilberto Figueiredo que me atendeu, veio aqui, pediu pra equipe vir aqui fazer essa vistoria e prontamente colocou as UTIs à disposição. Nós também fizemos um atendimento diferenciado no Pronto Atendimento Municipal. Dedicamos o PAM somente para atender a pandemia, foi concentrado com essa unidade de satélite para atendimento da pandemia e esse pré-atendimento hospitalar. Criamos alguns leitos também. As internações de um dia até dois dias o paciente ficava ali recebia um medicamento, monitoramento, acompanhamento médico e depois recebia alta. Os casos mais tranquilos recebiam alta. A maioria deles teve monitoramento na residência por telefone. Ia para o hospital somente os casos mais críticos e com isso a gente teve um excelente indicador.

Não tivemos outro foco a não ser olhar para a pandemia e para os impactos da pandemia também porque teve muitas empresas que tiveram seus trabalhos interrompidos, por exemplo, principalmente a área de gastronomia. Enfim, vários outros setores da nossa economia que tiveram as restrições de horário, de aglomeração de pessoas e a gente teve esse olhar aí. Criamos também um plano para dar um apoio financeiro para essas empresas para que elas pudessem sobreviver nesse período e retomarem as atividades comerciais logo que tivessem condições. Esse foi o foco principal, a pandemia realmente exigiu praticamente total a nossa atenção durante um ano aqui no início da nossa administração em 2021.

RDM Municípios – O município tem um IDH, que é o índice de desenvolvimento humano, considerado alto, é o segundo, de Mato Grosso, e um PIB que ocupa a sexta posição em Mato Grosso e o 205º no Brasil. Prefeito, diante disso, a gente deduz que o reflexo desses índices que apontam o desenvolvimento do Lucas está na questão econômica.

Miguel Vaz – Perfeito. Nosso município é pequeno em extensão territorial, temos uma área em plantio da agricultura de 236 mil hectares, então ocupamos a 14ª posição no ranking de área de plantio por município. Por outro lado, estamos ocupando no ranking a sexta economia. O que nós fizemos nesses anos todos e não cabe só a minha gestão, mas esse trabalho todo em Lucas do Rio Verde foi agregação de valor. Nós tivemos aqui a percepção, primeiro boas lideranças, bons políticos, pessoas que tinham visão de futuro, pessoas que enxergavam além do horizonte. Como fazer isso? Agregando valor na primária. Eu acompanhei todo esse movimento e participei e vi alguns projetos importantes aqui que foram a transformação dessa matéria prima, produção primária em produtos de valor agregado. Por exemplo, transformar proteína vegetal em proteína animal, ou seja, transformar grãos em carne, transformar grãos em biocombustível, e isso tudo desenvolve uma cadeia de serviços que complementam essas indústrias grandes que são as âncoras da economia aqui. Com isso o município agrega valor e também agrega receita para o município. Eu sempre tenho dito que o grande diferencial de Lucas foi agregação de valor além da produção primária porque senão o município não seria a sexta economia. E é isso que nós precisamos cuidar para que a gente tenha esse crescimento contínuo. E aí eu volto, começo a falar dos números, quando você acabou de falar que o nosso PIB ocupa a sexta economia. Quando assumi em janeiro de 2021, Lucas tinha 6.200 empresas. No final 2021 nós já passamos para praticamente 8.000 empresas. Isso deu um crescimento de 28%. No ano passado nós conseguimos crescer novamente 28% no número de empresas. Ou seja, saímos de oito mil empresas e passamos para dez mil, pouco mais de dez mil empresas aqui no município. E agora, no primeiro trimestre, nós também estamos crescendo a uma taxa de 28% ao ano. Ou seja, crescemos 7,5% nos primeiros três meses. São indicadores importantes.

Aliado a isso temos a geração de emprego. Daí eu vou medir como é que nós estamos na geração de emprego e ocupamos o segundo lugar em Mato Grosso. E cidades até 71 mil habitantes e consecutivamente nos dois anos ocupamos o quarto lugar no Brasil de geração de empregos. Gosto muito de números, trabalho muito com indicadores. Eu quero saber se as pessoas têm oportunidade de emprego aqui. Nesse caso eu gostaria de dizer pra vocês que a gente olha muito para esses indicadores. A geração de emprego é o primeiro que a gente olha pra ver se o indicador está bom. Depois entram aqui nos eixos da minha visão como gestor público. Aí eu olho para a geração de empregos, eu olho pra nossa educação pública, porque nós somos uma cidade muito jovem, nós temos aqui praticamente 24 mil alunos até no ensino médio. Só na rede pública municipal são quase 14 mil alunos.

Somos uma cidade extremamente jovem. Temos apenas 8,5% de pessoas com mais de 60 anos. Nossos trabalhadores dependem de uma educação pública de qualidade, escolas boas, professores bem capacitados, com a formação continuada para os professores. Então olho para o indicador da geração de empregos, olho para o indicador da educação pública, só agora nós temos a construção de várias unidades escolares.

Para garantir sala de aula para os alunos e depois da educação, temos que olhar pra saúde pública porque 95% das pessoas são trabalhadores e dependem de saúde pública, depende de ter o PSF lá para atendê-las. Ele precisa chegar e ser bem recebido lá na unidade de atenção básica e evitar que ele precise ir para o hospital depois. A atenção básica aqui no município dá cobertura para 100% das pessoas. Isso é importante destacar.

Destaquei geração de emprego, destaquei educação, destaquei a saúde e agora a segurança pública. Precisamos estar bem de segurança pública, também olhamos para segurança pública. A gente pode detalhar mais, só estou fazendo um apanhado geral e também para projetos habitacionais, porque a maioria dos trabalhadores também precisa do apoio do poder público para realizar o sonho da casa própria. São os principais eixos que a gente trabalha para promover qualidade de vida, para fazer com que a pessoa se sinta pertencente ao município, olhando para esta visão assim mais macro.

Eu poderia evidentemente detalhar mais sobre qualquer um dos assuntos aqui, mas basicamente é isso. Essa visão desse modelo sustentável econômico, mas promovendo qualidade de vida para as pessoas. Mais ou menos por aí.

RDM Municípios – Gostaria que o senhor fizesse uma avaliação da concessão da BR-163 pelo estado de Mato Grosso.

Miguel Vaz – Acho que foi uma atitude corajosa e inovadora por parte do governador e do governo do estado, em ser o concessionário da BR – 163. É louvável esta decisão do governo, porque ela veio ao encontro de um sonho antigo dessa região toda, que é a maior em produção de grãos do Brasil. Isso era um clamor aqui da região! Foi uma solução muito inteligente, que chamou atenção até do governo federal. Para nós, isso é muito positivo porque há dois aspectos: um deles é a capacidade da MT PAR, que é uma empresa pública do governo do estado, em executar este projeto em tempo recorde. Eu espero que entre quatro ou cinco anos nós tenhamos todo esse trecho duplicado. Com isso, vamos preservar muitas vidas, tudo isso vai melhorar a vida das pessoas; em terceiro ponto eu diria que há o aspecto econômico, isso vai desenvolver mais ainda nossa região, ainda há muita coisa para se fazer aqui.

Nós estamos no começo de muito desenvolvimento econômico, 100% da produção de soja aqui em Lucas do Rio Verde é consumida por aqui mesmo. Agora, vamos para o milho, que é transformado diretamente em ração para aves e suínos e também em Etanol. Aqui, nós temos a primeira indústria de Etanol 100% a base de milho do país, ela também produz o óleo de milho. A BR-163 vem justamente trazer mais oportunidade para os investidores. Nós precisamos dessa melhoria, Meus parabéns para o governador e para o vice-governador, pois, eles tomaram uma atitude exemplar ao resolver o problema da BR-163.

RDM Municípios – Queria que o senhor falasse um pouco sobre o projeto “Cidade Inovadora”.

Miguel Vaz – Um ambiente de inovação, você precisa construí-lo a quatro mãos. Poder público, Iniciativa privada, Educação pública e sociedade civil organizada. Contratamos uma consultoria para coordenar a Aliança de Inovação do Cerrado (AIC) e do nosso pacto pela inovação, que chamamos de “Impacto Lucas”. Há mais de duzentas empresas cadastradas nesse movimento pela inovação e nós criamos aqui no município o nosso marco regulatório, ou seja, toda uma legislação para incentivar a inovação aqui na cidade. O município também criou o fundo municipal de inovação, para incentivar essas empresas (startups que auxiliam no agronegócio), quando atingem um certo nível de maturidade, são avaliadas por um conselho formado pela sociedade e por meio do fundo, podem receber incentivos públicos. Este é o grande plano nosso para a inovação de Lucas do Rio Verde. Tem um pano de fundo de sustentabilidade, economia verde, que é a forma que nós queremos conduzir o município para que seja uma cidade que produza com sustentabilidade. Com menor emissão de CO2. G.D. RDM – Qual é o futuro político do senhor? Meu foco é entregar para sociedade aquilo que eu assumi de compromisso quando eu fui para as ruas pedir votos.Eu não sou dono da cadeira de prefeito, eu apenas estou ocupando ela por um tempo. Vou deixar para pensar na eleição no ano que vem, não tenho me preocupado com isso.

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