“Com Trump ou sem Trump, é indiscutível que o mundo precisa comer”, afirma Roberto Rodrigues
Em entrevista exclusiva ao grupo RDM, o ex-ministro da Agricultura e atual professor da FGV avalia que falta ao Brasil para exercer um “papel central” na nova geopolítica quatro pontos: resolver os gargalos em infraestrutura, buscar novos acordos comerciais, garantir tecnologia e renda para os produtores rurais.
Por Humberto Azevedo
A entrevista desta semana é com o ex-ministro da Agricultura no primeiro governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), entre os anos de 2003 e 2006, Roberto Rodrigues, atualmente professor emérito de agronegócio da Fundação Getúlio Vargas (FGV). Antes de assumir o Ministério da Agricultura, em 2003, Rodrigues era presidente da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag).
“É claro que a China vai procurar outros mercados, tanto para escoar o seu produto industrial quanto para comprar produtos agrícolas”
Um dos grandes conhecedores do setor rural brasileiro, Rodrigues foi ainda presidente da Sociedade Brasileira Rural (SRB), e participou na última semana como palestrante e painelista do “18º Congresso Internacional da Associação Latino-Americana para o Desenvolvimento do Seguro Agrícola (ALASA)”, que aconteceu entre os dias 7 e 10 de abril, no Centro Internacional de Convenções do Brasil localizado no setor de clubes sul da capital federal.
“Essa ação do presidente Trump, eu acho que é uma nova geopolítica global”
No congresso da ALASA, o ex-ministro abordou “o impacto global da agricultura e os desafios e oportunidades para os governos e o setor privado”. Como mediador, Roberto Rodrigues analisou “o futuro do seguro rural no Brasil” conjuntamente com a ex-ministra da Agricultura no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e atual senadora Tereza Cristina (PP-MS), com o senador Jayme Campos (União Brasil-MT), e com os deputados federais Alceu Moreira (MDB-RS) e Arnaldo Jardim (Cidadania-SP).
“Há uma oportunidade para o Brasil, para o agrobrasileiro e um risco para a indústria brasileira, mas tudo isso é muito incerto ainda”
Na conversa exclusiva com a reportagem do grupo RDM, o ex-ministro avalia que o cenário macroeconômico e geopolítico “piorou muito com o tema das tarifas” impostas pelo presidente dos Estados Unidos da América (EUA), Donald Trump. Apesar de reconhecer que “já vivíamos um mundo um pouco complicado com a falta de protagonismo das instituições multilaterais”.
“O cenário do mundo é um cenário difícil, cheio de incerteza ainda”
Mas independentemente “com Trump ou sem Trump, é indiscutível que o mundo precisa comer” e o Brasil pode exercer um “papel central” na nova geopolítica mundial se solucionar quatro pontos estruturais, que vão desde em resolver os gargalos logísticos, buscar novos acordos comerciais, além de garantir tecnologia e renda para os produtores rurais.
“A razão pela qual eu tenho recomendado uma coisa que o governo está fazendo, que é negociar, negociar com paciência, com muita tolerância, com muita competência”
“O Brasil pode ter um papel central nesse processo. Mas está pronto para isso? Não, não está pronto. O que falta? Falta uma estratégia. Uma estratégia que considere, por exemplo, a ação da logística e infraestrutura, que hoje não tem. A agricultura foi para o Centro-Oeste há 30 anos atrás, mas o trem não foi, a estrada não foi, o armazém não foi, o porto não foi, então tem um problema sério de logística”, comentou o ex-ministro.
ÍNTEGRA DA ENTREVISTA
Abaixo, segue a íntegra da entrevista, em que Roberto Rodrigues responde ainda questões de como avalia a atual e terceira gestão do presidente Lula à frente do Palácio do Planalto. Para o ex-ministro, o governo atual erra em manter rusgas com o setor agropecuário e não disponibilizar uma interlocução maior com o setor.
“Ninguém tem certeza do que vai acontecer, ainda precisa haver uma acomodação”
“O setor rural tem um relacionamento ótimo com o ministro da Agricultura [Carlos Fávaro, senador licenciado pelo PSD de Mato Grosso (MT) …] com o governo, nem tanto. Acho que falta diálogo com o governo… Houve uma radicalização, ainda no processo eleitoral e no pós-eleitoral também, que acho que é uma bobagem. O Brasil é um país que precisa da agricultura. Qual é o país que não precisa da agricultura? Todos precisam da agricultura. Então, qualquer governo que atirar na agricultura atira no próprio pé”, observou.
“Nos próximos dois ou três meses para a gente ter uma ideia concreta do que vai acontecer”
“Então, acho que dá para ter uma ação mais consistente do governo em relação à agricultura, que transcenda o Ministério da Agricultura, que é muito boa. Mas o problema logístico não é o Ministério da Agricultura que faz. O problema de seguro não é o Ministério da Agricultura que faz. O problema de acordo internacional não é o Ministério da Agricultura que faz”, emendou.

Grupo RDM: Ministro Roberto Rodrigues, como o senhor está vendo esse cenário das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump?
Roberto Rodrigues: Bom, o cenário piorou muito com o tema das tarifas. Nós já vivíamos um mundo um pouco complicado com a falta de protagonismo das instituições multilaterais. Ninguém liga para a ONU [Organização das Nações Unidas], ninguém liga para a OMC [Organização Mundial do Comércio], ninguém liga para nada em termos de globalização. Então, havia um processo de derretimento das instituições multilaterais, o que era ruim para o mundo, que cada um fazia uma coisa, que não tinha punição, não tinha culpa de ninguém, invadia um país, fazia uma guerra e ficava por isso mesmo. Já era ruim. Agora, com essa ação do presidente Trump, eu acho que é uma nova geopolítica global, que derrete ainda mais as instituições multilaterais, que perderam todo o sentido de estar desenvolvendo regras internacionais e o próprio comércio global também está sofrendo bastante com esse processo. Então, o cenário do mundo é um cenário difícil, cheio de incerteza ainda. Nada que você possa dizer, vai acontecer, vai acontecer aquilo. Ninguém tem certeza do que vai acontecer, ainda precisa haver uma acomodação de todos esses processos nos próximos dois ou três meses para a gente ter uma ideia concreta do que vai acontecer. Mas, nós temos dois pontos que nós precisamos considerar. O primeiro ponto é que essa mexida toda provocada pelo Trump provavelmente desemboque em novas alianças estratégicas internacionais. Países com interesses mais ou menos convergentes vão se juntar, de tal forma que essa polaridade entre Estados Unidos e China talvez dê origem a uma outra, ou a terceira, ou a quarta frente que mude o cenário comercial. Por exemplo, o acordo com a União Europeia estava patinando há vários anos, de repente…
Grupo RDM: Estava parado há quase duas décadas.
Roberto Rodrigues: Isso. De repente a Europa, que não queria o acordo, pode passar a querer agora. Então, o que me parece central em todo esse processo é que você ficar atento a esse rearranjo que vai acontecer, porque o Brasil é um país grande, ele é importante no cenário global e ele tem que aproveitar as oportunidades que surgirem em termos de novas associações, de países ou de grupos de países. Então, esse ponto é o número um. O número dois é que com Trump ou sem Trump, com acordos bilaterais ou não, é indiscutível que o mundo precisa comer. Então, eu tenho dito com bastante frequência, que hoje em dia existem quatro fantasmas assolando o mundo inteirinho, que são os quatro modernos cavaleiros do apocalipse. São: segurança alimentar, segurança energética, mudança climática e desigualdade social, que é um tema muito sério e pouca gente está preocupada com isso. Esses quatro fantasmas estão hoje somando-se a esse cenário confuso, erodindo a democracia e a paz do mundo inteiro. Então, é fundamental que nesse processo de ajuste que virá, a gente combata esses quatro fantasmas. E eu tenho a convicção de que quem vai resolver isso é a agricultura, é a agropecuária, é o setor do agro. Qual setor agro? O tropical, que pega toda a América Latina, toda a África subsaariana e parte da Ásia também. Por quê? Porque é nessa região que tem terra para aumentar a produção e a porosidade média é baixa para crescer a produtividade. Então, é aqui que vai ter a explosão de crescimento. Só que, precisa ter uma estratégia. E, de novo, me parece óbvio que o Brasil é o país que tem o protagonismo pronto para liderar esse processo. Por quê? Porque o Brasil é o único país, efetivamente, no planeta inteirinho, que desenvolveu uma tecnologia tropical sustentável. Tecnologia que pode ser replicada em todo esse espectro tropical do planeta inteirinho. Então, o Brasil tem uma responsabilidade, na tua pergunta, como é que é o mundo e o Brasil? O mundo tem um estudo feito pela OCDE que diz o seguinte: em dez anos a oferta mundial de comida precisa crescer 20% e para não faltar comida para ninguém, portanto, é necessário que haja paz. Porque se não há paz, a consequência é a fome. Crescer 20% em dez anos parece fácil, mas não é. Nos EUA cresce 9%, no Canadá cresce 12%, na Europa cresce 12%. Ninguém cresce 20%. Os estudos da OCDE dizem o seguinte: para que o mundo cresça 20% em dez anos, o crescimento do Brasil tem que ser de 40%. Por quê? Porque desenvolveu uma tecnologia tropical sustentável, porque tem uma classe rural empreendedora, efetiva, vigorosa e algumas políticas públicas relevantes também e terra disponível. E o mercado é demandante, então o Brasil pode liderar um grande processo. Então, com isso, eu respondo metade da tua pergunta, o cenário global é demandante e o Brasil pode ter um papel central nesse processo. Mas está pronto para isso? Não, não está pronto. O que falta? Falta uma estratégia. Uma estratégia que considere, por exemplo, a ação da logística e infraestrutura, que hoje não tem. A agricultura foi para o Centro-Oeste há 30 anos atrás, mas o trem não foi, a estrada não foi, o armazém não foi, o porto não foi, então tem um problema sério de logística. Esse é um problema da nossa…
Grupo RDM: Escoamento, não é?

Roberto Rodrigues: É. Exatamente. Escoamento é um fator central para a competitividade. O segundo ponto são os acordos comerciais, e a gente volta naquela questão dos rearranjos institucionais que deram nesta situação aí. Então, tem que ter muita negociação, fazer acordos com países ou blocos de países que garantam o mercado de longo prazo para a gente. Terceiro, tecnologia, nós precisamos avançar nesse processo. O que nos trouxe aqui foi isso, mas as pesquisas estão perdendo eficiência, então, precisamos ter uma injeção de recursos para a pesquisa. Quarto, e, principal, renda para o produtor rural, no Brasil e nos países tropicais também, porque a única forma de aumentar a produção é ter estabilidade da renda, que ele consiga reinvestir e tocar o processo para frente. E aqui eu defendo enfaticamente o seguro rural como base para a renda, porque ele estabiliza a renda, a cadeia produtiva fica organizada, o governo não precisa intervir no processo todo quando houver alguma catástrofe climática, e o fato é que as mudanças climáticas estão acontecendo vigorosamente no mundo inteirinho. Então, com esses quatro pontos, estrutura logística, acordos comerciais, tecnologia e renda no campo, o Brasil pode liderar esse grande projeto mundial de acabar com a fome, resolvendo uma crise energética adotando o uso renovável, defendendo o meio ambiente, gerando emprego, riqueza e renda, matando, portanto, os quatro cavaleiros do apocalipse. Mas esse pacote, digamos assim, de quatro grandes medidas, passa necessariamente por um tema central que é sustentabilidade. Obviamente que a tecnologia está por trás disso também, mas é muito mais do que isso. Nós temos que acabar o que é ilegal. Não podemos aceitar desmatamento ilegal, não podemos aceitar invasão de terra, não podemos aceitar incêndio criminoso, não podemos aceitar garimpo clandestino. O CAR [Cadastro Ambiental Rural] até hoje não foi implantado pelo Código Florestal do Brasil inteirinho, então precisamos que as leis sejam cumpridas, porque se não forem, o nosso concorrente usa o que é ilegal, que não é o agricultor que faz, é o bandido que faz, contra o agricultor. Então, é preciso, na sustentabilidade, considerar todo o tema de ilegalidades e erros estratégicos que o Brasil comete há muito tempo. Então estou respondendo a sua pergunta. Se nós tivermos uma estratégia que elimine essas ilegalidades e avance planetariamente com agricultura tropical sustentável e organizada em cooperativas, em sindicatos, porque os pequenos produtores também têm acesso ao processo tecnológico todo, nós vamos acabar com os quatro cavaleiros do apocalipse moderno, alimentando o planeta, sendo campeões da segurança alimentar e energética e, portanto, campeões mundiais da paz.
Grupo RDM: O ex-presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, em entrevista à Jovem Pan, ele falou, dentro desse cenário internacional, da economia, que o Brasil pode ser uma oportunidade, essas tarifas, mas ao mesmo tempo também o Brasil provavelmente vai receber muitos produtos da China e isso também pode ser um problema. O senhor concorda com ele? Como o senhor também avalia isso?

Roberto Rodrigues: Então, de novo, o tema ainda é muito incerto. Ninguém sabe o que vai acontecer. Agora os americanos dobraram a tarifa em relação à China, 105 [durante a entrevista, o presidente dos EUA ampliou as tarifas para 145%]. E a China respondeu já para 84% [após a entrevista, a China elevou as tarifas sobre os produtos dos EUA em 125%]. Então, é claro que a China vai procurar outros mercados, tanto para escoar o seu produto industrial quanto para comprar produtos agrícolas. Então, há uma oportunidade para o Brasil, para o agrobrasileiro e um risco para a indústria brasileira, mas tudo isso é muito incerto ainda. A razão pela qual eu tenho recomendado uma coisa que o governo está fazendo, que é negociar, negociar com paciência, com muita tolerância, com muita competência, porque, de fato, eu concordo com o [ex] presidente Roberto Campos: haverá um mundo de oportunidades, mas também um mundo de problemas. Então, o importante é negociar para aproveitar o que é bom e recusar o que é ruim. Não é fácil. É uma negociação difícil, mas o Brasil tem gente para isso, o Itamaraty é bom nesse negócio, a agricultura tem uma área internacional que é muito eficiente, com adidos agrícolas em 40 países do mundo inteirinho. Então, nós temos uma chance institucional de fazer um bom trabalho negocial.
Grupo RDM: E falando em questão institucional, o senhor citou até a questão do enfraquecimento das instituições multilaterais pelo mundo, já não é de agora, isso já vem acontecendo pari-passo há algum tempo, e agora se acelerou. O Brasil integra o BRICS, que antigamente eram só os cinco países fundadores, agora já são 11. Países como o Egito, Etiópia, Irã e Indonésia entraram também no grupo do BRICS, e tem o BRICS parceiros também, que congrega mais de 40 países. Dentro disso, o Brasil vai sediar o encontro de cúpula agora, no meio do ano. O Brasil, há algum tempo aposta, defende que o BRICS seja institucionalizado, até então, porque o BRICS é como se fosse uma ação entre amigos, mas informal. Ele existe, mas cada país ainda se reúne para defender os seus interesses dentro daquele bloco. A China é que estava segurando a institucionalização. O senhor acha que esse cenário de 2025 pode permitir a institucionalização do BRICS? E a institucionalização do BRICS pode ser o início de um rearranjo de forças institucionais multilaterais?
Roberto Rodrigues: Pode. Não diria que vai, mas pode, e é um dos eventuais arranjos inovadores que virão pela frente. Mas é preciso que a gente considere também o tema China e Estados Unidos, que também é anterior a essa questão do Trump agora, e que tem um fundo econômico grave, que é uma nova moeda. O enfraquecimento do dólar e a busca de uma nova moeda. Tem outros temas por trás desses novos acordos que não são simplesmente de caráter comercial ou de oportunidades convergentes. Mas há interesses de política econômica muito grandes nessa coisa toda. Vamos ver como é que esse trem vai andar nesse trilho novo aí que está sendo desenhado. É tudo muito novo, muito recente, mas tenho certeza que eu não tenho certeza de nada. A única certeza que eu tenho é que é tudo muito incerto.
Grupo RDM: Eventos como esse que a ALASA promove, deverá ser o caminho dessa re-institucionalização dos organismos multilaterais?

Roberto Rodrigues: A ALASA é um capítulo do setor rural latino-americano e brasileiro, que é o seguro rural. Eu criei o seguro rural brasileiro em 2004, a primeira coisa que eu fiz no Brasil foi criar o seguro rural. Porque eu considero que o seguro rural é a única base de estabilidade da renda na agricultura. E é fundamental para a coisa continuar com vigor e ter estabilidade na renda. Então, para mim, o seguro rural tem um fundamento grande na renda rural em qualquer país da América do Sul, mais ainda no Brasil enfaticamente. Então esse congresso da ALASA é um congresso que nos ajuda em nível nacional no Brasil para desenhar um seguro rural do nosso interesse. Obviamente, há outros interesses em jogo, das seguradoras, dos bancos, tudo tem que ser acoplado dentro de um projeto adequado e o Brasil está caminhando para isso. Hoje, o senador Jayme Campos (União Brasil-MT), que é o relator da legislação sobre o seguro rural, apresentou aqui para nós uma visão de como será esse processo. Acho que estamos num passo certo, embora esse congresso tenha uma oportunidade histórica, ele nos traz informações de outros países sobre como é que funciona o seguro rural e alimenta o nosso projeto. Então, acho que é positivo e, como tal, outros eventos de natureza similar podem ser realizados também.
Grupo RDM: Para encerrar nossa conversa, o senhor foi ministro do presidente Lula há duas décadas e duas décadas depois o senhor não está mais no governo, o senhor agora é hoje um professor universitário de uma importante instituição.
Roberto Rodrigues: Sempre fui, antes de ser ministro também.
Grupo RDM: Sempre foi, mas hoje é ainda mais de relevo pela experiência que o senhor acumulou, até com a experiência de governo. Como o senhor vê as diferenças daquele momento em que o senhor foi ministro e hoje?
Roberto Rodrigues: Olha, eu diria o seguinte, o setor rural tem um relacionamento ótimo com o ministro da Agricultura [Carlos Fávaro]. Temos hoje uma frente parlamentar ligada ao agro muito eficiente, muito atuante, o que nos dá uma condição boa de participação na formulação de políticas públicas, etc. Então, nós temos uma boa relação com o Ministério da Agricultura e com o parlamento. Com o governo, nem tanto. Acho que falta diálogo com o governo, falta… Houve uma radicalização, ainda no processo eleitoral e no pós-eleitoral também, que acho que é uma bobagem. O Brasil é um país que precisa da agricultura. Qual é o país que não precisa da agricultura? Todos precisam da agricultura. Então, qualquer governo que atirar na agricultura atira no próprio pé. Então, acho que dá para ter uma ação mais consistente do governo em relação à agricultura, que transcenda o Ministério da Agricultura, que é muito boa. Mas o problema logístico não é o Ministério da Agricultura que faz. O problema de seguro não é o Ministério da Agricultura que faz. O problema de acordo internacional não é o Ministério da Agricultura que faz. O problema de renda não é o Ministério da Agricultura. Então, tem que dar ao ministro da Agricultura uma capacidade de liderar um projeto maior integrando outros órgãos de governo e, sobretudo, a visão presidencial.