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quinta-feira, maio 9, 2024
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Entorno da Arena Pantanal não tem esgoto e comerciantes sofrem

Oito anos depois da Copa do Mundo no Brasil, o entorno da Arena Pantanal, uma das obras feitas para o evento em Cuiabá, segue sendo utilizado para a prática de atividades físicas e encontros, mas com menos movimento do que em anos anteriores.

Os moradores da região reclamam da falta de saneamento básico adequado e da falta de movimento, principalmente quando não há jogos, como agora – o Cuiabá Esporte Clube, que recebeu os adversários do Campeonato Brasileiro no estádio, já encerrou os compromissos de 2022.

O estádio teve um custo inicial, em maio de 2010, de aproximadamente R$ 395 milhões. Até o final das obras, o valor ultrapassou os R$ 500 milhões. Atualmente, a Arena recebe jogos de competições estaduais e nacionais.

Nas proximidades fica localizado o ginásio poliesportivo Aecim Tocantins, que recebe ocasionalmente partidas de vôlei de torneios locais, nacionais e internacionais. No entorno da região também está a Unidade de Pronto Atendimento do bairro, a UPA do Verdão.

Quando não há jogos oficiais, jovens aproveitam a estrutura da arena para jogar vôlei e basquete. Uma pista de skate — pichada com um aviso para que ninguém a use como escorregador — compõe o cenário. No dia em que o g1 esteve no local, havia bastante lixo acumulado na área, como restos de fogos de artifício.

À sombra do estádio, do outro lado da rua, vive a família do jardineiro Silvio César Moreira da Silva, que acompanhou a construção da arena no Bairro Verdão. De sua casa de madeira e sem portões, onde moram seis pessoas, Silvio contou que ainda vê esgoto jorrar pela rua em dias de chuva.

“A gente espera que melhore muito, porque não temos esgoto. Vem um cheiro forte quando chove. Esperamos um centro comunitário e uma pracinha para as crianças brincarem, já que é muito perigoso andar de bicicleta [na região], por exemplo, por causa do movimento de carros, que é intenso”, contou.

Nos dias em que a família de Silvio presencia a água de esgoto vertendo pela rua em frente à casa, eles precisam se trancar dentro da residência para suportar o cheiro, por falta desse saneamento básico.

A casa deles, no entanto, permanece inalterada e foi, com o passar do tempo, sendo espremida pelos demais imóveis do entorno, que foram se valorizando conforme o estádio ganhou notoriedade e destaque nacional.

A família de Silvio já foi procurada inúmeras vezes para vender o imóvel desde que a arena foi concluída. Mas ele não pretende sair dali de jeito nenhum. Afinal, segundo ele, pela pior fase, eles já passaram, quando o estádio estava em obras e era difícil dormir por causa do barulho. O único som que escutam, agora, é a vibração da torcida em dias de jogos.

Já para o casal Paulo Zeferino e Ivelize Provenzano, que caminha todos os dias ao redor do estádio com os cachorros, a tranquilidade em relação às questões de segurança é um ponto importante para frequentarem a região da Arena Pantanal.

“Acho que o pessoal que mora aqui perto dificilmente reclama. Eu acho primordial usar isso aqui para toda a família e até para valorizar o ambiente. Quando tem jogos, aí é difícil de vir aqui”, disse Paulo.

Vendedores ambulantes comemoram movimento

Ao pé da calçada que contorna a arena, próximo à entrada, o vendedor ambulante Nonato dos Santos Sousa, de 43 anos, vê com otimismo o movimento na região.

“Dá para se manter mesmo sem os jogos, tenho bastante clientela. Mas em dia de jogo, claro, é bem melhor”, contou.

Ele trocou o emprego na área de segurança para vender lanches devido a uma cirurgia no coração. Ele mora em Várzea Grande, na região metropolitana da capital, e sai de casa de domingo a quinta-feira para trabalhar diante do estádio.

“Para mim, melhorou depois da pandemia, porque o povo voltou, mas eu não parei, mesmo com as restrições. A arena atrai bastante gente, principalmente em dia de jogo”, afirmou.

A poucos metros dali, o vendedor ambulante Lucas Henrique da Silva Vieira, de 26 anos, enxerga de outra maneira a situação. Para ele, desde 2019, quando foi colocada uma cerca ao redor do estádio, o movimento de pessoas diminuiu significativamente, quando não há jogos.

“Desde então, vi o movimento diminuir cerca de 70%. Afetou quase todo mundo. Acho que tinha uns 60 comerciantes vendendo água, suco e um pessoal que alugava patins e bicicleta. Mas em dias de jogos vem mais pessoas”, disse.

O que diz a prefeitura

Ao g1, a prefeitura de Cuiabá informou, por meio da Secretaria Municipal de Obras Públicas, que uma equipe técnica irá visitar a rua em frente à casa da família de Silvio César para verificar as medidas que poderão ser adotadas para resolver os problemas apontados pelo morador.

A Concessionária Águas Cuiabá, responsável pelo serviço, informou que a implantação de rede de esgoto solicitada pelo morador já foi iniciada e deve ser concluída até 2024, conforme acordo firmado com a prefeitura da capital.

Já a Empresa Cuiabana de Zeladoria e Serviços Urbanos reforçou que o Bairro Verdão tem o Centro Esportivo e de Lazer “Senador Jonas Pinheiro”, conhecido como “Pinheirão”, inaugurado em 2019, com campo de futebol, quadra de areia, academia ao ar livre, ambiente para food truck e um playground, o que inclui brinquedos exclusivos para pessoas com deficiência. O local ainda possui vestiário para equipes esportivas e banheiro público.

Fonte: Midia News

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