Edna classifica a violência política praticada por Dilemário como um expediente covarde

A vereadora Edna Sampaio (PT) afirmou que o vereador Dilemário Alencar (Podemos) se utiliza de expediente covarde para atacar a sua honra ao mentir sobre os fatos relacionados à exoneração da sua ex-chefe de gabinete.

A parlamentar ingressou nesta segunda-feira (6) com uma notícia-crime junto à Superintendência Regional da Polícia Federal em Mato Grosso (SR/PF-MT) contra  o parlamentar devido aos ataques que tem sofrido desde o primeiro ano de seu mandato, tendo o mais recente ocorrido na penúltima sessão ordinária da Câmara, quando Alencar tentou desqualificá-la a partir da notícia da exoneração.

Durante a sessão ordinária desta terça-feira (7), ela afirmou que ele comete crime de violência política de gênero – tipificado pela lei 14.192/21, utilizando uma mulher negra para atingir outra.

Ela observou ainda que, além de atacá-la, Alencar tentou levar as demais parlamentares da Casa a fazer o mesmo.
Edna voltou a enfatizar que é a única mulher negra e de esquerda na Câmara, que a sociedade atual não aceita mais que os espaços parlamentares de poder sejam ocupados somente por homens.

“O tamanho que o senhor tem na política é o tamanho que o senhor revela ao atacar, de forma tão covarde, uma mulher preta. Mas eu não tenho medo do senhor, assim como não tive medo de me levantar contra outro vereador que cometeu um ato de atrocidade contra a vida de alguém.  Fiquei sozinha falando e o senhor defendendo. Depois, o senhor não teve mais coragem de defender. Mas a coragem é uma marca da minha personalidade”.

Ela destacou sua luta, enquanto mulher negra, para alcançar o espaço que ocupa, e frisou seu empenho em continuar se manifestando contra as atitudes misóginas, indicando que não se intimidará por perseguições.

Edna lembrou que tramita no Congresso Nacional um projeto de lei de autoria da deputada negra Dandara Tonantzin (PT-MG) para incluir a misoginia (ódio ou aversão contra as mulheres) na Lei 7.716, que define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor, e disse que esta é uma prática de homens que se sentem rebaixados diante da ascensão feminina.

“Essa minha coragem, espero que seja pedagógica para todos os homens que ainda não aprenderam a respeitar as mulheres. Que eles saibam que, no Brasil, as mulheres têm vez e voz e vão ocupar este espaço sim”, disse ela.

A parlamentar argumentou que não costuma atacar os colegas, mas sim discutir política e que espera que as  mulheres se livrem do tipo de prática política adotado  por Alencar e também que a lei o eduque a respeitá-las e a falar a verdade.
“É lamentável que eu tenha que perder o meu tempo em fazer uma reprimenda que a Comissão de Ética deveria fazer a seu comportamento deplorável”, afirmou.

Para ela, os ataques têm a intenção de dificultar seu mandato, uma vez que sua defesa demanda tempo e energia que poderiam estar sendo mais bem gasto.

“Este é um crime tipificado em uma lei federal, que modificou o código eleitoral, e cuja investigação é de responsabilidade das instâncias federais. Espero que as providências sejam tomadas e que nenhuma outra mulher, negra ou não, tenha que enfrentar tanta dificuldade para ocupar o espaço que ocupo hoje”, disse.

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