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quinta-feira, maio 9, 2024
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Conversamos com ‘Gerusa”, uma sugar baby de Cuiabá

Estudante de uma faculdade particular de Cuiabá, ela conta sobre sua experiência

Por Afrodita Martim

Ela tem 24 anos e é estudante de uma faculdade privada de Cuiabá, de um curso cuja mensalidade “é muito cara”. Gerusa (nome fictício que ela mesma escolheu para esta entrevista) não quer revelar,além do nome, onde e qual curso faz, para “não dar nenhuma pista de minha identidade”.

“Você tem vergonha ou algum tipo de receio por ser uma sugar baby?”, indago. “Nem uma coisa nem outra. Só não quero ter que ficar falando sobre o assunto com quem não me interessa”, responde Gerusa. “E a quem lhe interessa falar sobre?”, pergunto.

Esta e outras respostas você vai saber na entrevista que segue.

Jornal do Ônibus Estação Mato Grosso – Gerusa, fale sobre como você chegou a se tornar uma sugar baby e depois sobre sua experiência.

Gerusa – Eu vim de uma cidade do interior de Mato Grosso que também prefiro não revelar. É um lugar muito conservador, provinciano e hipócrita. Cheguei na cidade grande, sem conhecer quase ninguém, mas logo fiz algumas amizades com colegas de faculdade e das baladas. O papo de sugar baby rola solto entre as meninas desses ambientes. Quase todas têm alguém que as ajuda de alguma forma, sejam namorados fixos, ficantes ou coroas ricos ou remediados. Muitos coroas gostam de cuidar de meninas como eu e minhas colegas. Eu tinha um namorado, mas relacionamento a distância não funciona. Encantada com a noite cuiabana, passei a ter ficantes, no começo rapazes lindos, elegantes, turbinados. Logo percebi que não valia a pena. Muitos deles sequer queria dividir as contas, quanto mais pagar sozinho. Foi aí que uma amiga que vive a experiência disse: “Largas esses curvas de rio. Arruma um coroa que você ganha mais”.

Jornal do Ônibus Estação Mato Grosso– E você seguiu logo o conselho?

Gerusa – Não. Pensei muito sobre o assunto. Incialmente achei ridícula a ideia. Mas depois fui observando minhas amigas com seus coroas. Primeiro passei a ter um olhar diferente para os coroas. Achava ridículo. “Véi babão, tô fora”, pensava comigo. Mas meu olhar diferente me despertou interesse por homens mais velhos. A necessidade de ter como complementar minha renda também falou mais alto. Eu trabalhava, e ainda trabalho, mas como a ajuda dos meus país mal davam para pagar as mensalidades da facul, e meu salário só dava para o aluguel e as despesas de casa, percebi que me relacionar com um homem daquele perfil me ajudaria.

Jornal do Ônibus Estação Mato Grosso– Você não sentiu que poderia parecer algum tipo de prostituição?

Gerusa – Então, este foi o grande ponto de minhas dúvidas. De uma coisa eu não tive dúvidas: queria juntar o útil ao agradável. O útil seriam as recompensas materiais que eu necessitava. O agradável seria encontrar uma pessoa bacana, que me tratasse bem e que eu sentisse algo, no mínimo uma atração. Esta foi a minha meta: antes de qualquer coisa teria que ser um cara bacana, fino e que eu sentisse atração. Não ia ficar com qualquer um, não.

Jornal do Ônibus Estação Mato Grosso – E você encontrou essa pessoa?

Gerusa – Sim. Minhas amigas me apresentaram uns caras muito gente finas. Alguns nem tanto, não me atraíram, não teve pele, troca de energia. Até que eu encontrei um que mexeu comigo. No início tivemos uma relação super tranquila, mas depois ele começou a ficar com ciúmes e a coisa conturbou. Até que resolvi profissionalizar esse tipo de relação.

Jornal do Ônibus Estação Mato Grosso –– Profissionalizar…?

Gerusa – Calma! Não é o que você está pensando. Quando digo “profissionalizar” é não deixar a relação aprofundar em sentimentos e estabelecer algumas regras. O cara tem que entender que não sou propriedade dele e que estabelecemos uma relação de conveniências, de mão dupla. Eu lhe dou atenção e prazer e ele me entrega o que preciso…

Jornal do Ônibus Estação Mato Grosso –– E o que você precisa?

Gerusa – Não sou fútil. Não preciso de presentes caros, de viagens, glamour. Eu preciso é de pagar minhas contas para concluir minha facul e seguir na profissão que escolhi. Daí para frente é comigo: vou construir minha carreira – falta pouco para me formar – e fazer minhas escolhas, inclusive amorosas mais adiante.

Jornal do Ônibus Estação Mato Grosso –– Certo. Mas eu gostaria de saber como é sua intimidade com seu sugar daddy. O que vocês fazem dentro e fora das quatro paredes?

Gerusa – Acredite: homens mais velhos gostam muito mais de atenção e carinho do que qualquer outra coisa. E vou aqui trazer outra confissão: eu não tenho apenas um sugar daddy. Tenho três. Dois deles sabem um do outros, mas não se conhecem. Eles sabem que sirvo a outro. O terceiro pensa que é exclusivo. Essas coisas são comuns no meio dos sugar. Certamente, meus sugar daddies possuem outras sugar babies. Não há exclusividade neste meio.

 

 

 

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