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sábado, maio 4, 2024
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Cargill testa máscara para absorver metano das vacas

A multinacional disse em comunicado à imprensa que espera começar a oferecer os dispositivos a produtores de leite inicialmente na Europa. As empresas ainda não definiram o preço, mas a Zelp informou que o plano de assinatura anual custaria a partir de US$ 80 por vaca.

Segundo o site da agtech, os dispositivos vestíveis são colocados acima do focinho das vacas e agem mais ou menos como o conversor de gases de automóveis. Ventiladores alimentados por baterias solares sugam os gases e os prendem em uma câmara com um filtro.

Quando o filtro está cheio, uma reação química transforma o metano em CO₂, que é então liberado. O sistema poderia reduzir os efeitos do gás metano em até 53%, o que poderá ser ampliado.

Parceria com agtech britânica Zelp visa reduzir emissões do gás em 53%

O rebanho global chega a 1,6 bilhão de bovinos, que emitem gases de efeito estufa em sua digestão seja pela boca ou intestino. As vacas, por exemplo, expelem metano, um gás incolor e inodoro que retém 80 vezes mais calor na atmosfera que o CO2.

Por isso, cada vez mais, o setor de pecuária é pressionado para mitigar ou mesmo zerar tais emissões. Por isso, a Zelp e a Cargill aproximaram-se, o que pode garantir acesso a grande número de clientes da multinacional americana à nova tecnologia.

“A Cargill tem grande alcance em fazendas leiteiras na Europa e podem distribuir nossa tecnologia a um grande número de clientes, tanto pecuaristas quanto empresas de laticínios”, disse o CEO da Zelp, Francisco Norris à Bloomberg.

A agtech trabalha na miniaturização da tecnologia e na otimização da energia dentro do dispositivo. A empresa está em negociações com uma série de possíveis parceiros de fabricação e pretende estar pronta para produção em massa no final do ano.

A meta é produzir 50 mil unidades no primeiro ano e até 200 mil unidades no próximo. A empresa também está perto de concluir sua próxima rodada de financiamento.

A Cargill se interessou pelas máscaras porque podem ser usadas em combinação com outras soluções, disse Sander van Zijderveld, líder de tecnologia e marketing estratégico de ruminantes da empresa na Europa Ocidental.

Vários fornecedores de alimentos estão testando ou começaram a usar aditivos para rações que inibem os micróbios no aparelho digestivo das vacas para ajudá-las a produzir menos metano.

“O vantagem da Zelp é que pode complementar uma vaca que já está recebendo aditivos na ração para reduzir as emissões de metano. Ainda pode capturar o metano que está saindo. Poderíamos reduzir ainda mais”, disse.

Cargill espera que as máscaras comecem a ser vendidas no segundo semestre do próximo ano após mais testes, que se concentrarão no comportamento animal e no impacto na redução do metano.

A empresa pode expandir o programa para fora da Europa se a demanda for alta. A Zelp ainda precisa provar a especialistas independentes que a tecnologia funciona. Norris disse que estudos revisados por pares ocorrerão no quarto trimestre, após o produto ter sido totalmente otimizado.

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