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domingo, maio 19, 2024
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BOTA CHAPÉU E BATOM

Por Ademir Galitzki, Fabiane Astolpho

Essa história que dizem que só os homens sujam as botinas com barro das lavouras espalhadas pelo mundo não se confirma em dias atuais. Tenho visto mulheres e mais mulheres de jeans, camisas de mangas compridas, e até camiseta de manga curta e chapéus, bem como cinturão. Já se foi o tempo em que a mulher ficou pilotando o fogão, fazendo a bóia do peão, lavando louça do almoço e já pensando no que faria para o jantar, não, não, não! Quem manda são elas, seja nas pesquisas, no comando do trator, da colheitadeira ou pilotando caminhões e carretas que chegam a mais de 1 milhão de reais. Elas também lideram na plantação, seja com o uso de uma velha plantadeira matraca ou com enormes plantadeiras que fazem o mesmo trabalho que diversos homens juntos; chegando ainda a pilotar pequenas aeronaves carregadas de defensores agrícolas. As lavouras que partem deste imenso Brasil e os escritórios onde se administram potências agrícolas são também locais de liderança feminina, com a mesma ou mais competitividade do que se fosse liderado por pais, irmãos ou maridos.

Muitas destas mulheres vivem na lavoura desde pequenas, acompanhando seus pais e trabalhando com os irmãos em suas fazendas, outras, no entanto, ficavam de fora do trabalho braçal, cuidando somente da casa, da educação dos filhos ou dos irmãos pequenos. Algumas perderam seus pais ainda muito cedo e tiveram que arregaçar as mangas e ir à luta, outras se casaram e cumpriram seus combinados, tomando as rédeas da lavoura. Elas trocaram o salto 15 pela botina e se jogaram de corpo e alma aos novos desafios do campo. Hoje elas mostram que que são capazes de segurar o boi pelo chifre e honrar o nome da família, tocando em frente a herança deixada pelos patriarcas, sem o auxílio dos pais ou dos maridos. Isso é muito bom para o desenvolvimento do campo e para outros setores. Muitas meninas ainda bem novinhas estão pagando suas faculdades e já estagiam dentro de atividades rurais por uma paixão alimentada desde a infância, em que passou vivendo no campo.

O Brasil e Mato Grosso são celeiros do mundo, gerando bilhões em renda e elevando o PIB-Nacional a alturas, gerando milhares de emprego e fazendo com que o comércio fique o ano todo aquecido e os bancos injetando altas somas para financiar centenas de projetos do setor. O nosso rico trabalho mantém a mesa dos brasileiros farta e nossa despensas sempre cheias de arroz, feijão, milho, soja, etc.

Estamos falando da mulher no agro, pois muitas vezes quando se fala em agro, vem logo a impressão de heróis no campo, de pessoas trabalhadoras que tiram da terra nosso sustento. Um exemplo de conquistas nesse campo foi consolidado por @Fabianeastolpho.Eng.agronoma, que tem formação pela Esalq-Usp, professora e palestrante, que hoje nos traz as seguintes reflexões: “a Onu calculou que se deixarmos a questão da igualdade salarial entre homens e mulheres no ritmo que está, somente será alcançada plenamente daqui a 254 anos, e a igualdade completa de gênero levará mais de 300 anos.” Não podemos deixar que o andamento se dê neste ritmo, precisamos dar ainda mais voz para as mulheres. E se você acha que falamos muito das mulheres, saiba que precisamos falar ainda mais, porque este desafio é grande demais para ser vencido apenas com a nossa competência, nossa força e por nossos conhecimentos. Também precisamos ouvi-las e apreciar o trabalho que elas desenvolvem em todas as áreas, aqui especialmente retratada no campo. E aqui conectamos os homens que são nossos parceiros nesta missão para diminuirmos esses 300 anos absurdos e também para termos mais diversidade em todas as empresas e fazendas. Precisamos juntos apoiar esta causa, pelo bem não só das mulheres, mas para o ganho de todos.

As mulheres são merecedoras de todos os nossos aplausos!

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