Apesar de inevitável, ele argumenta que trechos do texto serão alterados a fim de assegurar mais benefícios a pescadores
Por Luíza Vieira, Leiagora
Em meio à audiência pública, na presença de deputados, pesquisadores, pescadores e ribeirinhos, realizada nessa terça-feira (13), para discutir o projeto popularmente conhecido como ‘PL da Pesca’, o deputado estadual Carlos Avallone (PSDB) alertou os presentes de que a proposta tem, sim, alta probabilidade de ser aprovada pela Assembleia Legislativa. Todavia, ressalta que o texto está sujeito a melhorias.
Após discurso acalorado do colega de parlamento, o deputado Wilson Santos (PSD), Avallone também reconheceu a importância do momento de debate na Casa, a fim de ouvir aqueles que mais serão afetados com a proposta de proibir por cinco anos o comércio e o transporte de peixes nos rios de Mato Grosso, ou seja, pescadores e ribeirinhos. Por várias, vezes Avallone foi aplaudido pela plateia participativa, até revelar sua opinião de que de fato, o projeto passaria sim, pela Assembleia, apesar das ressalvas.
“A chance desse projeto passar é muito grande. É muito grande. Então, olha bem o que eu vou falar para vocês, olha o que eu vou falar para vocês, vocês vão ter aqui deputados que ao colocar o projeto em votação, vão trabalhar com esse projeto para melhorar muito para vocês. Para que, se passar, e só a votação de cada deputado vai determinar isso, [seja] uma coisa que não seja desastrosa para vocês”, argumentou Avallone.
Acontece que a proposta teve 14 votos favoráveis, cinco contrários e uma abstenção na primeira votação. No entanto, conforme informações, aqueles que votaram contra agora estão em dúvida e podem acabar acatando o desejo do Executivo estadual. A proposta de autoria do governo, tem sido defendida com afinco pelo governador Mauro Mendes (União) que tem debatido o tema pessoalmente com deputados.
Apesar da inevitável aprovação, conforme avaliação de Avallone, ele argumenta que os parlamentares pretendem alterar trechos do texto a fim de assegurar mais benefícios a pescadores e ribeirinhos, como a criação de um observatório ao longo do período estipulado.
“Se a lei passar, nós vamos trabalhar aqui, Wilson participou da reunião, nós vamos incluir, não só nós, Júlio Campos, Dilmar Dal Bosco, deputado Botelho exigiram que a gente coloque um observatório para os pescadores e ribeirinhos. Se a lei passar, nós vamos ter deputados lá juntos com vocês, os três anos, os quatro anos para ver se as coisas estão funcionando. Para mudar, se for necessário. Porque a lei pode mudar a qualquer hora. Porque a lei aprovada pode ser mudada a qualquer hora”, finalizou o deputado, em meio a gritos discordantes no plenário.