Por Iasmim Sousa
Estudantes de Cuiabá e Várzea Grande realizaram manifestação em frente à Associação Matogrossense dos Transportadores Urbanos (AMTU) e da Prefeitura da Capital, na última quinta-feira (02/03). A principal reivindicação era o retorno do acesso irrestrito ao passe livre dos estudantes em Cuiabá, bloqueado no sábado (25/02).
Com aproximadamente 300 pessoas, a concentração do ato se deu às 14 horas na Praça Ipiranga e rumou à sede da AMTU. Estavam presentes estudantes tanto da Rede Estadual, dos Institutos Federais e da Universidade Federal de Mato Grosso que ecoaram a palavra de ordem: “Não vai ter arrego, se mexer com meu direito vou tirar o seu sossego!”.
O ato contou com a participação da vereadora Edna Sampaio (PT) que pediu explicações convincentes para o bloqueio do Passe Livre aos estudantes.
“Nós encaminhamos uma solicitação de informações para a secretaria de transportes e para a AMTU para saber exatamente qual é a justificativa, embora extraoficialmente a gente tenha ouvido as razões da Secretaria. Razões que pra mim não são convincentes, porque transporte coletivo é um direito inalienável de ir e vir da população cuiabana e dos estudantes. Tratar o passe livre como algo no cabresto, para os estudantes poderem utilizar somente nos horários de aula, é negar o direito de ir e vir”, disse a vereadora.
Resposta da AMTU
Um representante da associação prestou esclarecimentos aos estudantes presentes na manifestação e alegou que a empresa não realizou nenhum bloqueio, mas que as instituições de ensino deixaram de atualizar os dados dos estudantes cadastrados para o benefício.
“Quem envia a grade para a AMTU são as faculdades, são as escolas. As faculdades e as escolas enviam para a AMTU a grade de cada aluno que vai estudar. Então, se cada aluno possui uma grade, um curso ou estágio, a faculdade tem que mandar para a AMTU para fazer a liberação no sistema. Não é a AMTU que bloqueia da noite para o dia! As aulas começaram dia 07 de fevereiro e até agora 65% das escolas não mandaram a grade.”, declarou o funcionário que foi respondido com vaias e com a pergunta “Por que bloqueou ?”.
De acordo com o que foi apurado pela reportagem, estudantes alegaram que além de não poderem utilizar o transporte coletivo, ainda foram humilhados por motoristas que não souberam instruí-los.
Alunas secundaristas também disseram que sem o passe gratuito não conseguiriam frequentar as aulas “Eu teria que faltar, logo reprovaria por falta”, completa a estudante da rede estadual.
Universitárias do curso de pedagogia da UFMT mencionaram que: “O dinheiro que eu ia usar para comer, agora virou pra recarregar meu cartão de vale transporte” e “Eu fiquei sem ir na aula dois dias durante a semana porque eu não tinha o dinheiro da passagem”.
Apesar da determinação publicada pela Secretaria de Mobilidade Urbana (Semob) que suspende até dia 12/03 as regras que restringem o passe livre estudantil, ainda há estudantes que não conseguem utilizar seu cartão estudantil com gratuidade de forma irrestrita.