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quinta-feira, maio 9, 2024
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Ataque com ‘mijosta’ e ameaça ao futuro na carreira: as humilhações sofridas por calouros em trotes

Fantástico

Constrangimento, humilhação, ataques escatológicos e até ameaça ao futuro da carreira são situações recorrentes vividas por calouros de medicina durante trotes aplicados por veteranos, como mostrou reportagem do Fantástico exibida neste domingo (24).

O Fantástico mostrou uma série de vídeos com trotes humilhantes em universidades. Em um deles, estudantes são obrigados a correr em uma roda com fogos de artifício soltando faíscas. Outro vídeo mostra veteranos incentivando uma corrida de calouros nus.

Um estudante conversou com o Fantástico de forma anônima sobre a rotina dos trotes.

“Você tem que baixar a cabeça para o veterano quando ele passa, não pode olhar nos olhos a não ser que eles falem com você. Se ele mandar você pular na piscina, você tem que pular na piscina”, disse ela.

“Se a menina está com um fio de cabelo solto, o veterano lambe a mão e arruma o cabelo da menina ou corta tesoura ou queima com isqueiro.”

Também são feitas ameaças até ao futuro no mercado de trabalho, como relatado pela estudante.

“Aqui as coisas funcionam na base do respeito e da hierarquia. Se quiser ser ‘o’ estudante de medicina, aquele que recebe indicações para plantões, vocês têm que aprender e se submeter às regras.”

Os ataques nos trotes ainda podem ser escatológicos, com fezes e urina.

“Cospem, xingam, tacam ‘mijosta’ e é normal isso assim, pra eles. Essa mistura de urina com fezes.”

O que dizem os envolvidos no caso Unisa

A polêmica sobre trotes em faculdades de medicina veio à tona após vídeos com cenas de nudez durante uma competição esportiva que aconteceu no interior de São Paulo em abril viralizarem na semana passada. A repercussão causou a expulsão de 15 alunos de medicina da Unisa.

Nenhum dos alunos expulsos aceitou dar entrevista ao Fantástico. Mas cinco deles se manifestaram por meio de seus advogados.

A defesa de dois estudantes afirma que seus desligamentos foram sumários, sem direito ao devido processo legal e à ampla defesa.

Os advogados de outros três alunos dizem que “atos infelizes” foram “impostos aos calouros pelos veteranos da universidade”. Que essa conduta inclui “agressões, ofensas e humilhações”. E que “não se trataram de atos isolados, mas de algo que vem acontecendo já há muitos anos nessas universidades”.

A Atlética José Douglas Dallora, de alunos da Unisa, disse por meio de advogados que “eventuais episódios de trote, violência e atos obscenos são individualmente praticados por agentes autônomos, os quais não representam a instituição”.

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