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segunda-feira, maio 13, 2024
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Aluguel de máquinas agrícolas

Por Ademir Galiztk

Os preços de colheitadeiras plantadeiras, que servem pa­ra aplicar adubo, semear, e preparar o solo, com processos como gradear e arar, incorporar a massa e resíduos deixados da colheita anterior, para assim produzir sacas ainda mais férteis. Os tratores estão muito modernos, com ar condicionado, GPS, bancos confortáveis, sem trancos e barrancos, até água gelada tem na cabine das máquinas. Já tive o desprazer de ver pequenos agricultores trabalharem em suas terras usando maquinários, amarrados com arames, além de usar com peças que eram de outro maquinário. Esse tipo de atitude é o famoso jeitinho brasileiro.

O pequeno e até os grandes produtores brasileiros trabalham no limite, se a estiagem for pesada tipo aquela que afetou a região de Matopiba entre 2015/2016, onde tiveram perda de até 50% na produção. Mas hoje vamos nos concentrar no assunto de aluguel de máquinas. Sim, aluguel de máquinas. Porque no Brasil já se consolidou este novo sistema de se trabalhar a lavoura, por exemplo: um agricultor considerado pequeno jamais irá conseguir comprar uma máquina com esta tecnologia acima citada, tendo em vista que essas máquinas muitas das vezes estão a custo em torno de um milhão de reais. Este porte só é viável para grandes produtores, pois em grandes áreas plantadas, principalmente quando se fala em rotação de cultura.

Tem trabalho para estas máquinas todos os meses do ano, um bom exemplo está na utilização de uma máquina de trabalho por 24 horas nos três períodos, e com três pilotos que se alternam, chamados, na verdade, de operador de máquinas. Então: um operador de máquinas pilota o maquinário por oito horas, logo entrando o segundo, e, por fim, o terceiro. A máquina gira, colhe, planta, para, gradeia, aplica adubo, e semeia 24 horas por dia com a operação dos três trabalhadores e só dois dias ao mês para fazer a manutenção. Mas isso tem um porquê: este trabalho intensivo só funciona para grandes áreas de plantio. Lembrete: na década de 60, uma máquina colhia 500 sacos de 60 kg de grãos, mas em dias atuais, os equipamentos robustos e polivalente e muito mais modernos, são capazes de colher, pasmem!, mais de 5.200 sacos de 60 kg, quase 1000% de aumento de capacidade de colheita de soja, por exemplo.

 Agora vamos colher a outra realidade, vamos falar dos pequenos produtores brasileiros, que na realidade, são a maioria. Imaginemos que ele tenha uma terra que, além de plantar um pouco de milho, soja, feijão, entre outras plantações, tais como arroz, batata, melancia, abóbora, amendoim, etc, tenha que custear uma máquina moderna. Nessas condições, ele não conseguiria de primeira, e  já seria muito difícil comprar uma máquina deste valor de investimento. Além do mais, seria inviável, pois o valor de compra não seria suprido pela produção das safras.

Vamos aos fatos seguintes: para um pequeno agricultor ter em seu barracão uma máquina que só falta falar, que trabalha quase que sozinha (pois pasmem, já temos máquinas que colhem e plantam sozinhas! Tudo controlado via satélite). Isso me lembra do carro de boi que eu tinha, quer dizer, que o meu falecido pai tinha, isto era tecnologia a nossa favor,  a favor do pequeno agricultor, com a qual  conseguiria obter os serviços de sustento, mas só aumentaria a safra de beleza destas se trocasse pelo novíssimo sistema de aluguel de máquinas, que promovia praticidade no Brasil. Hoje também se faz o que já ocorre em algumas regiões do Brasil: compraram só maquinários no sistema de mutirões, quer dizer, juntam-se 10 sitiantes ou pequenos produtores e compram uma máquina que vai atender todos aqueles consórcios. A partir do planejamento nestes mutirões, cada dia a máquina vai colher a safra de um dos componentes do grupo e todo o custo com a máquina será dividido em partes iguais neste consórcio, ou irmandade rural de pequenos produtores. Inclusive, hoje já existe financiamento para o operador dessas máquinas maravilhosas e potentes

Para este tipo de associações de pequenos produtores, o financiamento é suave a longo prazo e também com pagamentos com prestações anuais pago também em sacos de soja, milho, arroz, feijão e algodão, o que não se suporta de jeito maneira um pequeno produtor como já foi aqui citado. Ele ter sozinho uma enorme máquina é um imenso investimento a mais que terá que pagar sozinho, além do custo de um operador, custos com combustíveis e manutenção, como óleo, graxa até e, na realidade, pra quem conhece uma máquina destas, o poder de trabalho que ela tem produz uma colheita de até 5.200 sacos de soja de 60 kg em um único dia, o que não seria viável, tendo em vista uma pequena produção. Se na casa desse produtor houvesse uma máquina dessas,ela iria trabalhar três, quatro ou cinco dias, ou no máxima uma semana e já teria suprido as necessidades do pequeno produtor e ficaria na maior parte do tempo parada no galpão.

Por isso, na minha forma de pensar, uma das melhores coisas que criaram nos últimos tempos foram aluguéis de máquinas, neste caso, todo mundo sai ganhando: as concessionárias continuavam vendendo e agora surge uma nova oportunidade de locação de máquinas agrícolas, e os pequenos produtores podem dividir o valor de aluguel, caso se unem em consórcio. Assim sendo, ninguém fica parado, a roda gira, o mundo gira, a economia gira e vamos em frente!

 

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