A conduta silenciosa de muitos Homens e um pedido de mulheres

A lei Maria da Penha está completando 14 anos hoje,  07 de agosto. Consagrada nacional e internacionalmente, conhecida por 99% da população brasileira e identificada pela ONU (Organização das Nações Unidas) como uma das três legislações mais avançadas do mundo no combate à violência contra a mulher. Entre os principais avanços estão medidas protetivas de urgência e políticas voltadas à prevenção da violência. Nem todas efetivas como é o caso daquelas destinadas à educação e à reflexão do agressor, essenciais para a desconstrução da masculinidade que, muitas vezes, foi concebida na infância, para ser discriminatória em relação à mulher.

Segundo o documentário ‘O silêncio dos Homens’, com direção de Ian Leite e Luiza de Castro, seis em cada dez homens afirmam já ter deixado de lado pelo menos uma atitude machista apontada por outra pessoa. Homens que viram um amigo numa situação onde havia violência de gênero e ficou calado, consentiu com aquele ato por camaradagem, ou por achar que era só mais uma briga boba, “um jeito malcriado de falar”.

Conviver passivamente com o jugo e o domínio de uma parcela significativa da população, mantendo uma conduta de silencio só por não querer ser o chato que fica de mimimi. Se a violência impacta milhares de mulheres de todas as idades no Brasil, o qual apresenta a vergonhosa estatística de um estupro a cada 11 minutos e a 5ª colocação entre as nações com o maior número de mortes violentas de mulheres, não há mais como aceitar qualquer tipo de alienação masculina. Como se diz popularmente, aquele que é parte do problema também deve ser parte da solução.

Para o estudante de Jornalismo, Bruno Gonçalves, o machismo faz vitimas de dois lados tanto de quem sofre quanto de quem faz sofrer. “Desconstruir o papel do que é ser homem, é urgente”. Para Bruno, o machismo mata e ser homem é também ser vulnerável. “Qualquer fala ou ato que fira o direito de mulheres será preciso criar condições para que as mulheres rompam com o ciclo da violência”, observa.

Nesse aniversário da Lei Maria da Penha, nada mais necessário que um chamado aos homens para identificarem sua parcela de contribuição na produção e reprodução das relações de poder e nas definições de masculinidades que se refletem nos índices de desigualdade e violência de gênero. “Conscientizando-os de sua responsabilidade nessa causa, que não é apenas das mulheres, mas de toda a humanidade”, finaliza Bruno Gonçalves.

 

 

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