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quinta-feira, março 28, 2024
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Ferrovia Vicente Vuolo é viável até a capital, afirma diretor da Rumo

“Existe um potencial de 20 milhões de toneladas por ano consumidas aqui em Cuiabá que vêm, sobretudo, do estado de São Paulo e poderiam sim vir sobre trilhos”, destacou o diretor institucional da Rumo Logística, Guilherme Penin, durante a audiência pública que discutiu a expansão da ferrovia de Rondonópolis à capital. O debate ocorreu no auditório da Federação das Indústrias no Estado de Mato Grosso (Fiemt) e contou com a presença de mais de 150 pessoas entre empresários industriais e do agronegócio, deputados e senadores.

“Estudo de viabilidade econômica para a chegada da ferrovia até Cuiabá detectou que a cidade tem uma grande capacidade de cargas. Estamos fazendo em Rondonópolis um volume muito grande de cargas industriais, tanto no sentido MT – SP como no sentido inverso. E boa parte dessa carga é consumida ou gerada aqui em Cuiabá. Então, temos expectativa que a ferrovia de Cuiabá possa atender essa demanda reprimida”, disse Penin.

De acordo com o diretor da Rumo, faltam duas autorizações de processos administrativos do Governo Federal para que o projeto seja encaminhado. Além da autorização para a construção dos trilhos entre Rondonópolis e Cuiabá e médio norte do Mato Grosso, a empresa também pleiteia a licença para realizar mais investimentos na malha paulista.

“Por ser muito antiga, com mais de 150 anos, a ferrovia impede que os trens, que saem de Mato Grosso a 80 km/h, circulem em velocidade superior a 20 km/h. Além disso, a malha paulista está limitada a 30 milhões de toneladas ao ano. É algo que precisamos equacionar. É necessário investir para ter boa velocidade e eficiência”.

Penin destacou que para o Sudeste é transportado um volume alto de carnes congeladas, tanto para exportação quanto para o consumo interno, madeira teca, pluma e caroço de algodão e até milho em contêiner para alguns consumos especiais, como para produção de cerveja. No sentido contrário, Rondonópolis recebe 61 tipos diferentes de cargas como bebidas, produtos de limpeza, higiene pessoal, pisos e outros materiais de construção.

O conselheiro emérito da Fiemt, Carlos Antônio Garcia, que conduziu o debate, destacou que é preciso não apenas trazer a ferrovia até Cuiabá, mas também interconectar os trilhos no estado. “Com isso, o estado fica integrado e possibilita uma interoperabilidade das ferrovias, ou seja, um sistema conectado. Isso facilita a industrialização porque vai baratear o transporte, ainda mais agora com a chegada do gás novamente, o que facilitará a abertura de novas indústrias. Seria mais um período de industrialização da região metropolitana de Cuiabá”, avaliou.

O diretor da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT), Davi Barreiro, afirmou que recebeu o estudo em abril deste ano. “Agora, vamos avaliar os aspectos econômicos e jurídicos da proposta da Rumo, alinhado com as diretrizes do Ministério, para dar uma resposta sobre a possibilidade ou não dessa extensão indo até Sorriso e passando por Cuiabá”.

Para o senador Wellington Fagundes, a falta de uma logística eficiente atrasa o desenvolvimento do estado. “Nosso potencial de produção é gigantesco, sem falar na área de mineração praticamente inexplorada. Para isso tudo, precisamos de logística e de investimentos. Quem vai investir em ferrovia está pensando em 20 a 30 anos, então precisa ter segurança jurídica. Isso tem que ser tratado como política de Estado, e, para isso, estou buscando a aprovação da PEC da Segurança Jurídica”, garantiu.

O deputado Carlos Avalone, que solicitou a audiência pela Assembleia Legislativa, destacou que a Vicente Vuolo é a ferrovia da baixada cuiabana. “A Rumo em Rondonópolis gera 4 mil empregos diretos. Por isso estamos fazendo essa audiência pública na Federação das Indústrias, que tem o Senai que qualifica as pessoas. Trazer o terminal para Cuiabá significa desenvolvimento”, finalizou.

Fonte: Fiemt

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